SMILE - Vol. 2

Capítulo 81

- Você vai me dizer alguma coisa?

- O que a senhorita quer saber?

- O que você sente pelo menino de fios ruivos?

Kate Middleton olhava atentamente para sua filha, Christine Waller, enquanto respirava fundo em clara demonstração de que nada iria sair de seus lábios. Mas assim que seus olhos verdes encontraram os dela, ela sorriu, desarmando a armadura erguida pela adolescente e a viu se virar em sua direção na cama.

A pele corada de vergonha ao dizer que estava passando por sua mente, faz Chris, carinhosamente chamada pelos mais próximos, morder os próprios lábios enquanto sua mãe esperava ansiosa.

- Ele é bonito, mas não sinto nada por ele.

- Explique a razão do nervosismo então.

- Eu não estou acostumada a receber meninos aqui. Na verdade, eu nunca recebi - vira ainda mais - Não sei como reagiria. E por precaução, foi bom ele não vir, pois teria o risco de colocá-lo daqui para fora.

- Seria uma tremenda falta de educação, Christine!

- Por isso que eu fiz aquela cena na sala. Eu não queria ser mal-educada com o Pierre.

- Sinto que, no fundo, você gosta um pouco dele, não é?

- Não! Pode acreditar em mim, mãe. Eu não gosto do Pierre como você, Isabella e William estão pensando - vira em direção ao teto - Eu nem penso nele! - a olha - Eu só lembrei que ele existe, porque a Isa falou.

Kate Middleton conseguia ver verdade nos olhos de Christine a cada palavra que ecoava de seus lábios, lhe fazendo ter a certeza de que Pierre não era um pretendente, e sim um amigo para conversar, falar sobre a escola e entre outros assuntos.

No fundo, a Princesa de Gales ficou desapontada com o não interesse da adolescente, de apenas 16 anos, no menino de fios de fogo e sorriso de Príncipe, pelos poucos detalhes que a mais velha conseguia se lembrar.

- Mãe? Sabe o que eu estava pensando?

- No que?

- Sabemos que o Príncipe de Gales vai tirar aquele homem da escola. Isso não tem nenhuma dúvida. - vira e a encara - Ele vai ser demitido.

- Provavelmente sim, e será merecido.

- Então... Ele é professor de história na faculdade e essa é a sua área de formação, não é?

- Onde você quer chegar, Christine ?

- E se você ficar no lugar dele?

Os olhos de Kate se arregalaram enquanto seu coração acelerou em um estalar de dedos, fazendo ficar inquieta e rir para amenizar tudo que passava em sua mente naquele momento.

Kate não poderia negar que uma de suas razões para fazer história, era a chance de ensinar o que ela aprendeu em anos de faculdade e convivência na família real, mas o seu maior obstáculo estava no fato de ela nos poder fazer isso, pelo simples fato de ainda ser uma princesa.

- A proposta é tentadora Christine, mas eu não posso.

- Pensa comigo, Kate... - se aproxima ainda mais - Você é formada em história, pode dar aula se quiser, conhece o mundo inteiro e a cultura de cada lugar que passou, vive em um mundo repleto de histórias e ainda é a Princesa mais admirada da Inglaterra. - sorri empolgada - Não seria perfeito você mostrando todo esse conhecimento em uma sal de aula para alunos que, com toda certeza, irão parar e ficar lhe olhando?

- Sim, mas... - é interrompida.

- Imagina você entrando na nossa sala e todo mundo: Princesas! Princesa!

- Magnífico, mas... - novamente, e dessa vez Kate riu.

- Alguns professores ficam chateados (porque sempre tem invejosos) Te olhando com admiração e raiva? Já pensou? Notícia do dia: Princesa de Gales é vista dando aulas em uma importante universidade de Londres. - a olha.

- Posso falar agora? - ri ao vê-la confirmando - Seria sim a realização de um sonho para mim, porém meu amor, eu não posso fazer isso. - percebe o entusiasmo sumir em segundos - Como Princesa de Gales, eu não posso ter outra profissão que não seja a de Princesa de Gales. E mesmo eu estando longe dos compromissos reais da Coroa, eu ainda faço parte da família real, e apenas isso me impede de ser sua professora. - percebe a chateação surgir lentamente - Mas eu fico extremamente honrada pelo convite, tá bom? - sorri, se aproximando e beijando a testa de Christine, que sentiu seu brilho sumir na penumbra do quarto.