VERÔNICA WALKER
Minha cabeça estava pesada, assim como minhas pernas. Quando abri os olhos, a luz que entrou pela janela me cegou por alguns segundos. Eu mal acordei, mas já sabia que meu humor estava absurdamente podre.
— Come.
Arregalei os olhos ao ver o prato com dois pães grandes ali. Dante estava nu da cintura pra cima, usando uma cueca roxa e segurando um prato com dois pães numa mão e uma caneca grande na outra.
— O que?
— Come.
— Não. — murmuro ainda tonta de sono
— Come. — engrossa a voz
De cenho franzido, me arrastei na cama e me forcei a sentar, mesmo sentindo-me exausta e com o corpo tão dolorido. Cobri meu corpo com o lençol e apoiei um dos travesseiros sobre as coxas. Dante colocou o prato no meu colo e parou a caneca na minha frente.
— Eu não gosto de café com leite. — murmuro
— Pega.
Seguro a vontade de revirar os olhos e pego a cabeça de sua mão. Ele dá a volta na cama e sai do quarto por alguns minutos. Eu coloco a caneca apoiada no móvel próximo a cama e encaro o ambiente ao meu redor. O rádio relógio diz que são duas da tarde e eu não faço ideia do que está acontecendo.
Dante me acordou só pra comer? Por que?
Ele voltou para o quarto arrastando os pés e com o celular na mão, digitando alguma mensagem para alguém. Eu ainda estou tentando entender seus movimentos, ele estala os dedos e aponta para o prato em meu colo, indicando que exija que eu coma. Respiro fundo e acabo cedendo, pegando um dos pães e dando uma mordida. Dante murmura alguma coisa que eu não compreendo e sai do quarto de novo.
O quarto está virado de cabeça pra baixo. As roupas dele estão jogadas pelo chão, assim como algumas peças de roupas de cama. Acho que é a primeira vez que não há sangue entre os fluidos espalhados pelo colchão. Enquanto mastigo, tento recapitular o que aconteceu durante a noite, mas não consigo me lembrar de muita coisa. Há marcas de mordidas nos meus punhos.
Quando terminei de comer, eu me levantei e arrastei os pés até o armário, pegando uma das camisas lilases de Dante para vestir. Tudo ao meu redor parecia estar acontecendo em câmera lenta. E eu não entendi nada quando Dante entrou no quarto feito um furacão, gritando no celular.
— Eu quero a porra dos carros em duas horas. — ele passa por mim já vestido e com os cabelos presos para trás, em um coque baixo — Se vira! Ou esse chip chega nas minhas mãos ou eu vou fazer da vida de vocês um inferno!
Ele desligou a ligação e puxou o blazer de dentro do armário, o vestindo e se encarando no espelho.
— Quando essa abstinência passar e você estiver raciocinando direito, eu quero que dê um jeito de ir falar com o Vince. — ele diz sério e se vira para mim — Talvez eu venha de novo hoje de noite.
Sua mão se fecha no meu pescoço, ligeira como o bote de uma cobra. Minhas costas bateram no armário e eu me encolhi.
— Se pensar em ir pra rua pra caçar porcaria, eu vou acabar com você, ouviu bem? — falou próximo ao meu rosto, me intimidando — E pode ter certeza que assim que o trabalho estiver acabado, tanto Vince quanto GB estarão mortos. — me encara — Está avisada.
Sem se despedir, ele me solta e sai do quarto. Ouço seus passos pela casa e então a porta da frente bate, logo em seguida o portão também. Eu respiro tão fundo que pareço com alguém que acabou de mergulhar em apneia por muito tempo. Eu nem sabia que estava segurando a respiração assim.
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Laços Proibidos - Coração vs Lei
FanfictionLuke Hobbs, um agente do DSS, costumava basear seus princípios em preto e branco, bom e mau. No entanto, uma grande reviravolta acontece quando ele é enviado para uma missão no Rio de Janeiro para capturar Dominic Toretto, Brian O'Conner e, por tabe...