CAPÍTULO 32

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VERÔNICA WALKER

Minhas pernas estavam exaustas e foi por isso que, depois de voltarmos da trilha, foi a vez de comer um almoço de verdade, tomar um banho e esticar minhas pernas na cama, enquanto lia um dos livros sobre auto descobertas que meu psicólogo recomendou. Um grunhido e batidas na porta do meu quarto chamaram minha atenção e eu liberei a entrada de Luke, vendo-o entrando no quarto de banho tomado, uma outra bermuda e camiseta numa mão e um frasco de pomada analgésica em outra.

— Pode me ajudar? — ele me olha — Sam passou pra mim, ontem.

— Sem problemas. — sorri deixando o kindle de lado

Ele fechou a porta novamente e caminhou até mim, se sentando na cama, de costas para mim. Eu me ajoelhei no colchão, observando suas costas largas e percebendo algumas marcas leves vindas de seu ombro esquerdo, me lembrando da história que ele me contou mais cedo, sobre sua juventude.

— É bem atrás das costelas. — ele diz ao me entregar a pomada

— Você me disse de manhã que estava melhor. — franzo o cenho

— E estou, de fato. — concorda — É só precaução.

— Ok. — dou de ombros

Coloco um pouco da pomada nos dedos e ergo uma sobrancelha quando ele se vira e deita de bruços na minha cama.

— Aqui? — levo uma das mãos até a área de suas costas e aperto um pouco

— Au. — ele resmunga — É.

— Você tem certeza de que está melhor? — começo a espalhar a pomada pelo local

— Tenho. — diz

Eu ri fraco e massageei o local, sentindo a pomada esquentar meus dedos e deduzi que fosse uma pomada ativa. Segui com movimentos precisos com as mãos e as pontas dos dedos, ouvindo Luke gemer de alívio vez ou outra.

— Seremos só você e eu para o jantar. — ele avisa — Falei com Brian, ele disse que eles vão jantar no luau que estão fazendo na varanda de casa.

— Eu sei, falei com Mia quando chegamos. — comento — O que você quer fazer?

— Você quer jantar fora?

— Você parece cansado, Luke. — comento concentrada — Eu posso cozinhar e você pode esticar essas costas.

— Tudo bem pra você?

— Sim, eu que tive a ideia. — digo rindo

Quando sinto que está aquecido o suficiente, pego sua regata.

— Prontinho, senhor. — limpo as mãos com a regata que ele trouxe

Ele vira o corpo e se senta na cama, alcançando meu rosto.

— Eu planejava vestir isso, sabia? — ergue uma sobrancelha

— Planejava, passado. — digo terminando de limpar as mãos

Ele me observa por um tempo, seu rosto próximo ao meu.

— Eu... — ele parece pensar — Tive uma ideia.

Franzo o cenho.

— Você confia em mim? — me olha sério

— Sim. — confirmo

Ele sorri e se levanta, indo até a entrada da sacada e fechando as portas de blindex. Ele puxa o blecaute das cortinas, escurecendo o quarto. Ainda eram umas quatro da tarde, mas graças às cortinas especiais, o quarto fica escuro e, automaticamente, as luzes que imitam estrelas se espalham pelas paredes e pelo teto. Eu ainda consigo vê-lo. Vejo sua silhueta bem formada e, graças aos poucos feixes de luz que escapavam pelo fim do blecaute, eu podia ver seu rosto. Ele se aproximou de mim e se sentou na cama, encostando as costas na cabeceira.

Laços Proibidos - Coração vs LeiOnde histórias criam vida. Descubra agora