CAPÍTULO 43

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ALERTA: É CONSIDERADO ESTUPRO DE VULNERÁVEL TODA E QUALQUER ATIVIDADE QUE FIRA A DIGNIDADE SEXUAL DE UMA PESSOA QUE SEJA MENOR DE IDADE OU SE A VÍTIMA (DE QUALQUER IDADE) NÃO POSSUI A CAPACIDADE DE DICERNIMENTO NECESSÁRIO PARA O ATO E NÃO PODE OFERECER RESISTÊNCIA E DEFESA. POR EXEMPLO, A PESSOA QUE FEZ - CONSCIENTEMENTE OU NÃO - O USO DE SUBSTÂNCIAS COMO ÁLCOOL OU DROGAS.

DENUNCIE!




DANTE REYES

Verônica estava ridiculamente deprimida. Não tentava barganhar, nem fugir, nem descobrir notícias sobre a família igualmente ridícula que ela havia deixado para trás quando escolheu se juntar a mim. Nada parecia fazer muito sentido para ela. Ela apenas dormia, era acordada por mim, eu a forçava a beber um dos sucos especiais, ela ficava recolhida em sua melancolia e, quando os delírios começavam, ela só falava dos filhos que perdeu e de Samantha. Foi assim que semanas se passaram e pouquíssimas vezes eu passei a noite acompanhado dela. Antes era divertido ouvir sobre suas alucinações, mas agora é triste e melancólico. O ar de depressão tomou conta do apartamento, tornando-o em um lugar impossível de ficar. Eu tive vontade de tomar meus antigos remédios só de ficar cinco horas lá dentro.

— Tudo pronto para o grand finale? — perguntei ao me encontrar com meu braço direito nesse plano

— Eles estão rodando o mundo feito baratas tontas, sem uma localização ou mesmo uma mínima pista sequer. — o homem alto e largo me respondeu ao beber um gole de café e apoiar sua xícara de volta no pires sobre a mesa — Hobbs está a ponto de perder as estribeiras e enlouquecer de vez. Paranoico, eu diria. A gangue Toretto está trocando de endereços a cada dois dias, buscando manter todos vivos. Jakob Toretto e Tess estão recrutando o maior exército possível de agentes desligados da Agência. E, eu não tenho certeza, mas acho que Joaquim Braga está ajudando eles através de Magdalene Shaw.

— Os Shaw trabalhando com os Toretto? — ergo uma sobrancelha — Tá aí algo que era impossível até a minha chegada.

— Você já decidiu onde será montado o palco do seu golpe final?

— Precisa ser um lugar especial. — digo pensativo — Com água, bastante espaço livre. Um lugar que aguente grandes explosões.

— Esse capítulo será encerrado de uma forma cruelmente épica.

Sorri.

— Depois de todo o sofrimento pago, será a vez da morte. — explico — E eu não estou aqui para encerrar o capítulo vingança. Eu vou encerrar e queimar o livro.

Era madrugada quando eu entrei no apartamento e vi Verônica esparramada na cama. Tirei meu blazer, o joguei no pequeno sofá, me livrei da blusa e dos sapatos. Enchi um copo com uma dose dupla de vodka e bebi tudo em um longo gole. O dia havia sido longo, a hora da cartada final estava se aproximando e eu ainda não estava nem mesmo perto da satisfação absoluta. Verônica estava comigo, mas nada parecia ser como antes. Era como se nós dois não combinássemos mais. Mesmo longe de Luke Hobbs, eu ainda podia sentir que ele estava entre ela e eu e isso fazia eu me sentir frustrado.

— Você finalmente chegou.

Sua voz soou fraca e me pegou de surpresa. Olhei na direção da cama e a vi se mexer, virando de barriga para cima e apoiando o corpo sobre um dos cotovelos, tentando me enxergar melhor no ambiente pouco iluminado.

— Não vai vir pra cama?

Eu franzi o cenho e, devagar, coloquei o copo sobre o aparador, me virando para ela. Caminhei descalço até a cama e a encarei. Seus olhos estavam vermelhos, seu rosto ainda possuía hematomas da nossa briga e suas narinas estavam molhadas, como uma das reações dos alucinógenos que venho dando a ela. Quando parei diante dela, ela esticou o braço direito e sua mão alcançou a minha. Verônica me puxou para ela e meu corpo não resistiu. Meu corpo cobriu o dela e eu subi na cama, a olhando nos olhos. Segurei seu rosto com as mãos quando deitei sobre ela e senti suas mãos apertarem os meus ombros. Algumas lágrimas escorriam involuntariamente por seu rosto, mas eu não saberia dizer se aquilo era um choro mesmo ou efeito do remédio. Eu a beijei cauteloso, tentando entender se ela iria me morder e me empurrar ou ceder. Eu estava confuso. Teria eu conseguido acordar a parte quebrada da alma dela ou estaria ela aprontando alguma coisa? Eu não saberia dizer. Eu não conheço essa nova Verônica. Ela não se parece em nada com a minha Vevê; aquela que sentia quando eu estava me aproximando, aquela que me ouvia em silêncio, cozinhava meus pratos favoritos mesmo odiando, aquela que sabia quando eu chegaria em casa, mesmo sem ser avisada. Eu sentia como se toda a conexão que tínhamos antes tivesse ido pelo ralo e tudo isso graças a Luke Hobbs, terapia e remédios para depressão e ansiedade.

Laços Proibidos - Coração vs LeiOnde histórias criam vida. Descubra agora