CAPÍTULO 14

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LUKE HOBBS

Ela estava delirando e ardendo em febre. Tej e Roman me deram suas jaquetas e eu as enrolei nela, tentando deixá-la aquecida. Após todo o caos e Dom conseguir recuperar o chip, ele e Letty vieram comigo no blindado, tentando manter Verônica acordada. Cada vez que Dom tentava mexer nela, ela ameaçava arrancar a cabeça dele.

Depois de dirigir de volta pra base, me entender com o oficial responsável e colocar Verônica no hospital, foi a vez de resolver as questões com a família Toretto. Dei entrada com o pedido da papelada do Perdão Judicial deles e arrumei transporte para todos sob minha tutela, até que tudo se oficialize. Enquanto eles arrumam as coisas na casa de Mia e Brian para voltarem para Los Angeles, eu pude retornar ao hospital, onde Verônica estava se recuperando. Eu só não esperava ver um velho rosto conhecido ao lado dela.

— Sua namorada sabe que você vigia o sono de outras mulheres? — perguntei ao fechar a porta do quarto privado

Morgana sorriu para mim e revirou os olhos, ainda parada ao lado da cama de Verônica.

— Em primeiro lugar, eu não vigio o sono de ninguém. — me responde — E, em segundo lugar, eu não tenho mais uma namorada.

— O que? — a encaro chocado — Você está solteira? Como que essa história não chegou em mim?

— O atual da sua ex não te contou? — ela implica ao erguer uma sobrancelha

— Ele e eu nos respeitamos, mas não somos melhores amigos. — é a minha vez de revirar os olhos — Você está bem?

— Tô. — suspira — Foi melhor assim.

— Então já colocou a Verônica no seu radar? — ergo uma sobrancelha sorrindo

— Como se ela fosse dar ideia pra mim. — ela ri — Ela tá muito ocupada afundando em dor e sofrimento.

Eu observo Verônica. Os lábios pálidos, o rosto sereno. Só agora percebo as mudanças em seu físico. Não está magrela como antes, está mais forte, definida. Parece que entrou para o time de marombeiras da prisão.

— Por que mandaram ela atrás de mim? — pergunto sério

— Já havíamos tentado, semanas após o falecimento do bebê. — explica — Ela negou sem hesitar, mesmo depois de ouvir o discurso do Jake. Então Owen Shaw entrou no seu caminho e unimos o útil ao agradável.

— Ela tem mesmo ligação com o pai do Braga? — pergunto

— Ele colocou uma mulher infiltrada na prisão. — me olha — Ela estava transformando a Verônica numa máquina de guerra.

Eu franzo o cenho ao observar Verônica mais uma vez.

— Bom, isso explica os músculos. — cruzo os braços — Mas uma hora, toda essa pilha de merda vai desmoronar e engolir ela.

— Sabemos disso. — ela suspira — Tiramos ela de lá antes que Joaquim tirasse e a usasse contra nós, mas nesse jogo, no final, acabamos usando ela primeiro.

Eu a encaro.

— Pela primeira vez em anos, me sinto mal por recrutar alguém.

Eu conheço a Morgana desde antes dela entrar pra Agência. Ela era do exército, viu muita gente morrer, matou muita gente. Até que, um dia, decidiram que ela tinha visto coisas demais e que já haviam extraído tudo o que queriam dela. A Agência viu potencial nela, mas a mantém longe do campo.

— Eu estive conversando com o Jake. — ela me olha — Vamos colocar a terapia como parte obrigatória da estadia dela conosco.

— Isso não vai funcionar. — sou sincero — O que vão dizer a ela? Terapia ou voltar pra cadeia? Ela nem queria estar aqui fora. Precisamos encontrar alguma outra forma de fazê-la enxergar que precisa de ajuda.

Laços Proibidos - Coração vs LeiOnde histórias criam vida. Descubra agora