ALGUNS DIAS DEPOIS...
VERÔNICA WALKER
As ruas estavam vazias e eu andava por elas receosa. Parecia um cenário pós-apocalíptico, o céu nublado, as ruas desertas. Eu vi o portão da casa em que morei por três anos caído e respirei fundo antes de entrar na propriedade. Subi os degraus de concreto e vi a porta arrombada, os vidros espatifados e a sala revirada. Eu entrei na casa que parecia muito mais sombria agora. Tinha cheiro de mofo, sexo e sofrimento.
— Você está morto. — resmunguei — Não pode mais me machucar.
Um arrepio ruim atravessou meu corpo, como em um aviso. Do lado de fora da casa, o céu escureceu e trovejou forte. A chuva começou a cair forte e o barulho de passos pesados chegou aos meus ouvidos. Eu entrei em transe, aquilo não podia ser real, não era possível.
— Sentiu a minha falta, Vevê?
Trinquei o maxilar. Na porta, o corpo de Dante fez uma sombra intimidadora sobre mim. Não me atrevi a olhar para trás. Ele deu alguns passos na minha direção e eu prendi a respiração, com medo. Suas mãos grandes tocaram meus ombros e massagearam o local, me deixando ainda mais tensa. Meus olhos arderam e as lágrimas começaram a cair. Ele estava morto, não estava? Por que continua me assombrando desse jeito?
— Eu nunca vou te deixar. — ele juntou seu corpo no meu, por trás, e colocou a boca no meu ouvido, roçando sua barba no meu pescoço — Eu serei sempre parte de você. Eu vou estar sempre dentro de você.
Gemi de dor ao sentir suas mãos apertarem mais meus ombros.
— Quando o seu corpo precisar de um orgasmo, ele vai se lembrar de todas as travas de segurança que eu coloquei nele. — ele ri enquanto se esfrega em mim — Ele não vai relaxar, enquanto alguém não machucar você. E se o filho da puta for frouxo o suficiente pra não machucar você, você vai se machucar. Porque é assim que eu moldei você. Com dor.
As lágrimas já estavam banhando meu rosto e pingando pelo meu queixo. Dante fechou a mão no meu pescoço com força.
— Pro quarto. — disse sério — Agora.
Eu não queria, mas minhas pernas obedeceram o seu comando e meus pés se arrastaram pelo tapete. Do lado de fora, a chuva caía torrencialmente, com direito a trovões e raios. Quando cheguei na porta do quarto, eu parei feito uma estátua e arregalei os olhos.
— Luke? — minha voz soou baixíssima
Luke Hobbs estava sentado em uma cadeira, próximo ao espelho grande. Ele tinha um menino no colo. Menino bonito, cabelos grandes como os do Dante e os olhos como os meus. Era o meu Luke.
— Não. — murmurei — Não na frente deles. — endureci o corpo, enquanto Dante me empurrava pra dentro do quarto — Na frente deles não!
Eu gritei, me debati, estapeei o Dante, mas nada disso o parou. Ele sorriu e me colocou de bruços no colchão, me mantendo imóvel graças ao aperto no meu pescoço. Eu chorei e gritei mais, meu rosto sendo afundado contra o colchão. Ele virou meu rosto na direção dos dois e fez questão que eu observasse a reação deles ao me observar. Luke segurou o menino no colo, escondendo seu rosto com seu pescoço. Mas ele não deixou de olhar. Ele viu tudo o que Dante fez comigo.
Eu não conseguia dormir. Os sonhos me machucavam. Eu sempre acordava assustada, com a sensação de que o Dante ia aparecer a qualquer hora e me machucar na frente de todo mundo. Então, decidi que não dormiria mais. Só que, depois de alguns dias, eu não estava mais conseguindo me manter acordada. Nenhum energético conseguia. Era humanamente impossível. Eu precisava dormir, mas não podia. Eu me recuso a passar por toda a agonia de um sonho assim de novo. Um pesadelo tão real.
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Laços Proibidos - Coração vs Lei
FanfictionLuke Hobbs, um agente do DSS, costumava basear seus princípios em preto e branco, bom e mau. No entanto, uma grande reviravolta acontece quando ele é enviado para uma missão no Rio de Janeiro para capturar Dominic Toretto, Brian O'Conner e, por tabe...