CAPÍTULO 29

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VERÔNICA WALKER

Eu senti a dureza da parede em minhas costas e respirei fundo quando Luke encostou sua testa na minha. Eu nunca havia sido beijada daquela forma tão intensa antes. Antes de ter meu livre arbítrio tirado de mim, com os poucos casos que tive, nada nunca passou de algo carnal. Eu não sabia se podia acreditar na enxurrada de sentimentos que estavam tomando conta de mim naquele momento, eu estava com medo de estar confundindo as coisas. De acreditar que estava acontecendo algo muito importante quando, na verdade, estávamos sendo apenas dois adultos semi bêbados aproveitando a solidão juntos.

Luke franziu o cenho após um tempo me observando.

— O que? — sua voz me pegou de surpresa — Eu tenho te observado há um ano e meio, Verônica, sei quando você está praticamente fritando os neurônios com tantos pensamentos.

— Eu só... — o observo — Estou pensando que, talvez, seja melhor guardar aquela garrafa de vinho para outro dia.

Eu não preciso de mais incertezas. Não hoje.

— Certo. — ele concordou e sorriu — Acho que concordo com você.

Ele se mexeu e me beijou, deixando nossos corpos mais próximos. Eu apertei seus bíceps ao sentir seu quadril roçar no meu, seu corpo me mostrando seu desejo. Eu cortei o beijo, incrédula e olhei em seus olhos.

— Desculpe. — ele murmurou

Eu não queria que ele se desculpasse, só estava assustada ao perceber que ele estava endurecendo por minha causa. Ele estava desejando meu corpo, mesmo eu estando tão quebrada e tão manchada. Eu nunca pensei que isso fosse possível alguma vez. Depois de Dante, eu pensei que minha vida havia acabado.

Ele faz menção em se afastar, mas eu o seguro, o interrompendo. Ele me olha e respira fundo, mexendo em meus cabelos.

— Eu não quero assustar você. — ele diz sério — Eu vejo todo o caos aí dentro, mas quero que se lembre de uma coisa.

Luke segura meu rosto com as duas mãos, fazendo-me encará-lo.

— É o Luke Hobbs que está aqui. — diz olhando em meus olhos — E, pra você, eu tenho toda a paciência do mundo.

Ele deposita um selinho nos meus lábios, um beijo em minha bochecha e outro em minha testa.

— Bons sonhos, Verônica. — diz calmo, se afastando — Te vejo amanhã.

Ele pisca pra mim e sai do quarto, fechando a porta. Eu respiro fundo, ainda sem acreditar no que acabou de acontecer aqui. Preciso de um banho, mas não quero sair do quarto e dar de cara com ele lá fora. Acho que preciso de um momento sozinha.

Visto minha camisola e me jogo na cama, encarando o teto iluminado do quarto. Meu coração se recusava a desacelerar, mas não era uma crise de ansiedade, era adrenalina. Devagar, toquei meus lábios, ainda sentindo a sensação que Luke deixou. Fechei os olhos relembrando os beijos. Suas mãos firmes, porém respeitosas. O arrepio que senti quando seus dedos tocaram minhas costas nuas pelo recorte do vestido, o calor que senti quando toquei seu tórax e seus braços me envolveram. Me lembrei de quando ele mergulhou em mim de forma mais intensa, me encostando na parede e me prendendo com seu quadril. Prendi as coxas uma na outra e arregalei os olhos ao sentir meu centro formigar.

— Como...?

Minha voz morreu ao me dar conta do que meu corpo queria. A ideia de ficar nua na frente de Luke apavorava minha mente, mas deixava meu corpo febril. Virei a cabeça na cama e encarei a pequena caixa dentro da minha necessaire sobre a mesinha de cabeceira. Mais um ítem comprado às pressas, junto com as roupas novas e os biquínis e maiôs. Por mais que eu tenha xingado meu psicólogo, devo reconhecer que a curiosidade está me dominando.

Laços Proibidos - Coração vs LeiOnde histórias criam vida. Descubra agora