VERÔNICA WALKER
Encarei o homem de meia idade e respirei fundo, afundando no sofá. Eu vim aqui atrás de uma resposta, um acalento, palavras que dissessem que eu estava certa em reprimir todo e qualquer resquício de sentimento amoroso em relação ao Luke. Entretanto, após relatar os últimos acontecimentos da minha vida, ele apenas segurou um sorriso, cruzou as pernas e me encarou, como se estivesse esperando por mais.
— Você vai falar alguma coisa ou ficar me encarando com esse risinho cínico? — ergo uma sobrancelha
— Você quase explodiu em uma bomba, voou do quinto andar, tá com o braço na tala e veio aqui pra falar sobre desejos carnais? — ele franze o cenho — Eu vou falar alguma coisa sim, só estou absorvendo tudo o que você me falou.
— Eu devia estar me lamentando e sofrendo por ter sobrevivido? — franzo o cenho
— Não, entretanto precisamos ficar de olho nisso. — conta — Você já tem muito estresse pós- traumático pra lidar.
— Você concorda que eu não posso sentir nada sobre o Luke, certo? — o encaro — Que alguém como eu, que passou pelo que eu passei, não pode sentir essas coisas.
— Pensei que tivéssemos concordado que você ainda está viva e merece uma nova chance de ser feliz, Verônica.
— Eu sou feliz, eu tenho uma nova chance. — digo — Eu estou livre, tenho um bom emprego, amigos leais e tenho a chance de ajudar na criação de uma garotinha incrível.
— E você não acha que merece mais?
— Tipo o que? — ergo uma sobrancelha
— Conhecer alguém bacana, ter um relacionamento amoroso, construir sua própria família. — ele me olha — Até onde eu sei, você ainda pode ter filhos.
— Eu nunca quis isso. — suspiro — Quer dizer, acho que nunca tive tempo de fazer planos para o meu futuro. Antes, eu estava ocupada demais vivendo um dia após o outro como braço direito do Joaquim. Depois, estava ocupada demais sobrevivendo ao... bom, ele sempre fez questão de exterminar cada pequeno resquício de esperança que vivia dentro de mim.
Doutor Lewis Holtz, meu psicólogo, suspira e troca de posição, cruzando as pernas de outro jeito.
— Você já reparou que em um ano e meio de tratamento, você nunca disse o nome dele em voz alta? — ele me olha — Parece que você tem medo de dizer e ele aparecer vivo na sua frente.
Abaixo a cabeça.
— Eu sei que melhorei muito e que entendi que o que aconteceu comigo não foi minha culpa, mas... — suspiro — Eu nunca vou ser inteira de novo. — o olho sentindo meus olhos arderem — O que ele tirou de mim... — fecho os olhos e respiro fundo, tomando coragem — O que o Dante tirou de mim... — quase me engasgo ao dizer o seu nome e abro os olhos, vendo que o psicólogo está focado em mim — Eu nunca vou poder dar a um homem o que ele precisa. Principalmente se esse homem for o Luke. Ele merece alguém saudável, uma mulher bonita para parar o trânsito ao seu lado. Alguém que possa ir a praia e ficar de biquíni, alguém que possa se entregar a ele com a luz acesa, sem medo ou vergonha das cicatrizes em seu corpo.
Sinto algumas lágrimas escorrerem pelo meu rosto.
— Uma mulher como Monica Fuentes? — ele me encara
— Talvez. — dou de ombros
— Você me disse que ele te disse que os dois são apenas amigos e que ela é casada.
— O amor é encontrado nos lugares mais improváveis.
— Sim, concordo. — ele sorri ao me olhar e se inclinar para mim — Em uma base federal militar, em um avião militar caindo, nos becos e vielas de uma favela, durante um tiroteio. — eu franzo o cenho ao ouvi-lo falar de todos os lugares que Hobbs e eu estivemos juntos — Numa amizade entre um pai solteiro e uma mãe que perdeu seu filho e, até mesmo, na explosão do quinto andar de um prédio.
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Laços Proibidos - Coração vs Lei
FanfictionLuke Hobbs, um agente do DSS, costumava basear seus princípios em preto e branco, bom e mau. No entanto, uma grande reviravolta acontece quando ele é enviado para uma missão no Rio de Janeiro para capturar Dominic Toretto, Brian O'Conner e, por tabe...