CAPÍTULO 8

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LUKE HOBBS

Encarei Sarona, que respirou fundo ao ler aqueles papéis. Documentos que demoraram semanas para ficarem prontos e, agora que estão, me deixam nervoso para o próximo passo. Desde o dia em que eu deixei o presídio feminino, eu nunca mais dormi direito. E não é sobre a pressão do departamento para que eu volte a caçar Dominic Toretto, estou falando sobre as palavras de Verônica e sobre sua ultrassonografia, que veio para a minha casa comigo. Samantha a viu e ficou empolgada, perguntando de quem era aquele bebê e se poderia vê-lo quando nascesse. Já minha irmã ficou assustada.

— Então é real. — minha irmã pergunta ao ler os papéis — Você vai ser pai de um menino.

— Acha que é uma loucura? — eu a olho nervoso

— Acho que, se você tem a chance de mudar a vida de alguém, principalmente sendo um ser inocente, você deve fazê-lo. — ela me olha

— Você não acha que eu estou sendo precipitado? — ergo uma sobrancelha

— Irmão, eu te conheço desde que nasci. — ela sorri fraco — Você e esse teu instinto protetor, que faz com que você aja como se fosse o maior herói do mundo. Se você acha que deve ser pai desse menino, então eu vou adorar ser a tia dele.

Eu respiro fundo e sinto meu coração acalmar um pouco. Entretanto, ainda há uma questão em minha mente.

— E sobre o que ela falou? — eu a olho — Sobre o menino ser inteiramente meu.

— O que você esperava? — ela me olha de cenho franzido — Que ela te convidasse para ser o pai de um filho dela? Vocês nem se conhecem, Luke. Depois do que você me disse que ela passou, essa é a decisão mais difícil da vida dela e, mesmo doendo, ela teve coragem para reconhecê-la e tomá-la.

— Então você apoia a ideia de que a melhor coisa para essa criança é ter a mãe apagada de sua história? — franzo o cenho

Minha irmã suspira e segura minhas mãos, olhando nos meus olhos.

— Luke, essa é uma decisão que vai caber a você, depois que ela assinar esses papéis. — diz séria — Ela pegou vinte e sete anos, você vai ter tempo pra decidir se conta ou não. Mas eu só te peço uma coisa; respeite a decisão dela. Eu não sei o que aconteceu, sei que ela cometeu erros, mas ao que tudo indica ela já foi muito desrespeitada. Se ela decidir que quer ficar longe, respeite isso. Ela não precisa da dor de ver a decepção nos olhos de uma criança. Essa é a única chance do filho dela não ter traumas. Respeite isso.

Eu respirei fundo e minha irmã me abraçou apertado, me confortando. Honestamente, eu nem sei se ela vai assinar essas porcarias de papéis. Já passou um mês e meio desde nossa conversa e eu não dei mais notícias. Talvez ela ache que meu silêncio significa que eu neguei sua oferta ou talvez ela tenha mudado de ideia.

— O que vocês dois estão fazendo aí, hein?

Minha filha entra correndo na cozinha e eu desfaço o abraço e o clima tenso. Respiro fundo, afastando a angústia e Sarona guarda os papéis na pasta.

— Sam, eu preciso falar com você. — a pego no colo e a sento no balcão da cozinha, fazendo-a ficar numa altura próxima a minha

— Eu esqueci de dar descarga de novo? — a garotinha franze o cenho, com seu boneco do Stitch em mãos

— Não. — eu nego rindo

— Pelo menos a gente espera que não, sua porquinha. — Sarona comenta, fazendo-a rir

— Sabe o bebê que você viu, semanas atrás? — a olho

— O bebê que tava na foto, dentro da barriga? — seus olhinhos brilham — Ele já vai nascer?

Laços Proibidos - Coração vs LeiOnde histórias criam vida. Descubra agora