LUKE HOBBS
Uma dor nas costas absurda me acometeu no momento em que tentei me mexer. Quando meus olhos abriram, eu vi uma das minhas pernas e um dos meus braços engessados, me impedindo de mexer muito. Eu reconheci que estava em um quarto de hospital e demorei alguns minutos para recobrar a memória de tudo o que havia acontecido. Sentir ciúmes de Verônica e Alec, subir para minha sala ainda remoendo o contato sorridente dos dois, ver um baixinho invocado mexendo no meu computador, brigar feio com ele. Tudo veio a tona e me fez lembrar de voar pela janela agarrado à Verônica e estar em choque sem conseguir respondê-la, enquanto ouvia seus gritos e não conseguia focar, devido a dor angustiante que tomou meu corpo.
— Tente descansar. — um dos enfermeiros que cuidava de mim surgiu na minha frente — Você precisa de repouso.
— Verônica... — balbucio sentindo a voz sair arrastada e minha língua pesada, provavelmente pelos remédios que me deram
— Ela está bem, também está preocupada com você.
Ele olha na direção da janela e eu mexo o pescoço, vendo-a pelo vidro. Ela parece agitada e tem o rosto vermelho pelo choro. Ainda há lágrimas descendo pelas suas bochechas enquanto ela conversa com uma médica. Ela ainda não percebeu que eu estou acordado.
— Tudo aconteceu há menos de três horas, por favor, procure descansar.
O enfermeiro mexe no soro em minha veia e eu me sinto ainda mais sonolento, mas a dor nas costas vai se dissipando aos poucos. Eu fecho os olhos e fico um tempo em silêncio, apenas ouvindo o barulho das máquinas ao meu redor. Estou acordado, mas sem forças para me manter de olhos abertos e conversando.
Ouço barulho de passos e a porta bate. Pelo meu instinto, sei que tem alguém no quarto comigo, mas não sei quem é. Quero abrir os olhos, mas estou pesado demais pra isso. Ouço soluços de choro e sinto alguém abraçar minha cabeça, deitando minha bochecha em seu peito. Respiro fundo e sinto o cheiro do perfume de Verônica misturado ao suor, devido ao que passamos. Quero abrir os olhos e dizer a ela que estou bem, mas estou quase sendo vencido pelo cansaço.
— Obrigada, Deus. — a ouço murmurar baixinho — Obrigada.
Ela beija minha cabeça e me abraça apertado.
— Obrigada, Luke.
Eu ainda a ouço chorar por algum tempo.
— V-ve... — tento falar, mas minha voz não sai
— Sh, tá tudo bem. — a ouço
— Verônica...
— Eu tô aqui, relaxa. — ela beija minha cabeça mais uma vez — Dorme.
Sem outra opção, eu dormi.
***
Mexi o pescoço e abri os olhos, notando a claridade vinda das lâmpadas e das janelas. Eu estava com parte do corpo imobilizado pelos gessos, semi nu, com apenas um lençol cobrindo a cintura. Respirei fundo ao observar o quarto ao redor de mim. A televisão estava ligada no noticiário, mas estava no mudo, sem som algum. De pé na janela, de costas para mim, eu vi Verônica observando a paisagem de prédios e ruas. O céu ainda estava meio laranja, indicando que o sol havia nascido há pouco tempo. Ela tinha os cabelos desgrenhados, ainda usava as roupas que eu me lembrava, mas desta vez sua jaqueta estava jogada no sofá. Pela sua camiseta, pude ver seus ombros e me dei conta de que a última vez que os havia visto, foi na noite das garotas, quando ela usou um vestido pela primeira vez em sete anos. Eu já havia tido um vislumbre do corpo de Verônica nu, durante seu parto difícil. Eu sei que suas costas e barriga carregam marcas do que um dia foram feridas dolorosas e também sei que ela se esconde sob jaquetas e jeans longos. Às vezes eu queria poder transferir meus olhos para ela, para que ela tenha a oportunidade de ver o quão bonita é e notar que essas marcas não a diminuem em nada. Ela suspira e leva a mão direita até sua bunda, puxando o aparelho celular do bolso traseiro de sua calça. Eu percebo que o mesmo está vibrando, mas eu permaneço deitado com a cabeça no travesseiro e observando o quadril dela, marcado pela calça. Só noto que ela está em ligação quando põe a mesma em viva-voz e eu reconheço a voz de Jakob do outro lado.
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Laços Proibidos - Coração vs Lei
FanfictionLuke Hobbs, um agente do DSS, costumava basear seus princípios em preto e branco, bom e mau. No entanto, uma grande reviravolta acontece quando ele é enviado para uma missão no Rio de Janeiro para capturar Dominic Toretto, Brian O'Conner e, por tabe...