Laços Proibidos - Coração vs Lei

CAPÍTULO 10

MESES DEPOIS

LUKE HOBBS

Depois de quase dois anos, eu não esperava sair da Rússia direto para as Ilhas Canárias, na Espanha. Eu não esperava, mas o destino quis assim. Não foi difícil achar quem eu queria achar e, acredite, estar aqui era a última coisa que eu queria no mundo.

Com o passar dos meses, eu decidi que era melhor ouvir minha irmã e deixar Verônica Walker em paz. Eu fiz o que achava ser o certo, ajudei seu filho a ter um descanso digno e agora nossa história acaba. Ela é uma condenada que não verá a rua por vinte e sete anos, a minha vida precisa continuar por aqui.

Em silêncio, observei o homem careca sair de dentro do quarto com uma garrafa de cerveja nas mãos em plenas nove horas da manhã.

— É isso o que se compra com cem milhões? — pergunto, pegando-o de surpresa — Não foi difícil te achar, Toretto.

— Eu não me escondi. — ele tenta disfarçar a surpresa

Eu respirei fundo, olhando em volta e ele me encarou por alguns segundos. Me aproximo dele com as mãos para trás e ele volta a mexer na peça de carro sobre a mesa.

— Como anda a vida de criminoso internacional aposentado? — pergunto

— Eu gosto daqui. — dá de ombros — É calmo. — me olha — O clima é agradável e eles não te extraditam.

É claro que não.

— O que você quer aqui, cachorro?

O olho.

— Terça-feira passada uma equipe de pilotos muito bem coordenada detonou um comboio militar inteiro da Rússia.

— Eu não trabalho no frio.

— Eu sei que não foi você. — digo e ele me olha, mais uma vez surpreso — Mas vai me ajudar a pegar o cabeça dessa equipe.

Ele sorri debochado.

— É, claro. — debocha — Vou sim.

Uma pistola é engatilhada atrás de mim.

— Não vai precisar disso. — digo

— O que está fazendo aqui? — vejo Elena em trajes de dormir me encarando — Não pode encostar nele.

— Eu não vim aqui extraditar ninguém. — reviro os olhos — Ele é que vai me acompanhar voluntariamente, bem contente. — digo e ele permanece debochado — Na real, ele vai até me implorar.

Ele me encara surpreso, mais uma vez, o deboche finalmente saindo de sua cara. Eu tiro as mãos de trás do corpo e ofereço o envelope para ele.

— Foi tirada há uma semana. — digo — Estou te esperando.

Ele pega o envelope da minha mão, um pouco receoso e eu saio de sua casa, dando espaço para que ele veja a informação e pense a respeito. Letty Ortiz não está morta e essa informação foi uma surpresa e tanto até mesmo para mim. Pensar na reação que ele terá quando descobrir isso, me faz imaginar como seria a reação dele ao saber que a amiga do Vince não está morta.

Eu deveria contar?

Não demora muito tempo até que Dominic Toretto saia de dentro do prédio antigo, com sua pose de macho alfa reestruturada. Por mais que ele esteja lutando para continuar forte, eu sei o quanto essa informação mexeu com ele.

— Eu preciso de toda a informação que tiver. — ele diz tentando não se dobrar à mim

— E terá. — digo — Assim que reunir a equipe.