CAPÍTULO 21

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VERÔNICA WALKER

Um SUV blindado veio me buscar assim que eu cheguei até o ponto de encontro que as coordenadas me passavam. Um motorista impecavelmente bem arrumado e armado me cumprimentou e me dirigiu até a base cercada por agentes armados, em um complexo militar seguro. O carro entrou no prédio principal, que se tratava de uma grande e sofisticada oficina, onde carros surreais estavam sendo montados para a guerra. O motorista parou o carro e eu desci do mesmo, encarando a grande estrutura de vidro que ficava no alto da oficina. Era um escritório tecnológico onde algumas poucas pessoas trabalhavam e um homem de meia idade, engravatado, me observava. Eu não precisava pensar muito para saber que aquele homem que sorriu ao me ver era Senhor Ninguém, a lenda por trás dessa agência.

— Verônica Tessa Walker. — ele diz quando eu subo os degraus de ferro até a entrada da sala — Bom te ver.

Ele passa por mim, saindo da sala e indo até um barril gigante. Alcançando um copo, ele o enche com cerveja e me oferece.

— Cerveja belga. — me oferece — Tá geladinha.

Eu franzo o cenho. Essa é, definitivamente, uma abordagem muito diferente da que eu esperava. Eu pego o copo de sua mão.

— Você tem um nome interessante. — ele comenta sorrindo e enchendo um copo para ele. Quando se vira para mim, ergue seu copo — Saúde?

Eu ergo minha mão e bato o copo no dele.

— À nossa parceria. — ele sorri — Que seja duradoura e leal.

— Por que só agora? — pergunto ao vê-lo beber um longo gole da cerveja. Ele parece apreciar muito o sabor

— Tudo tem seu tempo. — dá de ombros — Eu precisava observar você por mais um tempo, antes de qualquer coisa. Afinal, pelo que me lembro bem, seu acordo só foi concretizado após Luke Hobbs entrar em perigo. Me pergunto o que eu preciso fazer pra te colocar inteiramente do meu lado. Como uma agente de campo integral e não alguém que fica na base, rabiscando os rascunhos do meu melhor agente.

Respiro fundo.

— Bebe um gole. — ele passa por mim de novo, entrando na sala — Vai gostar.

Desconfiada, eu tomei um gole pequeno. Não é ruim, mas também não me agrada tanto. O sigo pra dentro da sala, vendo toda a parafernália de alta tecnologia.

— Não estou subestimando sua inteligência, Verônica, sei que sabe o motivo de eu não ter te largado naquela penitenciária por vinte e quatro anos. — ele diz se aproximando de sua mesa e apoiando seu copo nela, virando para me olhar

— Porque você acha que eu tenho algum envolvimento com Joaquim Braga.

— Você sabe que não é só achismo. — me encara — Nós dois sabemos que foi Joaquim quem te enviou para o Brasil, para manter a ligação do cartel dele com o abastecimento de drogas e armas nas favelas de lá. — se senta de maneira confortável em sua cadeira de chefe — Era a menina dos olhos dele.

— Entretanto, eu não tenho contato com ele desde que Hernan Reyes colocou seus homens para assumir grande parte das comunidades cariocas e me deixou presa em uma delas, sendo torturada por três anos. — coloco meu copo em sua mesa e fico parada em sua frente, as mãos nos bolsos da jaqueta — Joaquim Braga não se lembra de que eu existo.

— Você está errada. — diz calmamente — E a prova disso é a mulher que ele implantou na prisão para se aproximar de você. Alexandra Herrera.

— Alex? — franzo o cenho — Isso não faz o menor sentido.

— As investigações de Jakob me dizem que faz. — me olha — Ela estava encarregada de se certificar de que você era você e passar informações suas para ele. Desde então, ele tem mantido os olhos em você.

Laços Proibidos - Coração vs LeiOnde histórias criam vida. Descubra agora