CAPÍTULO 39

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DANTE REYES

Passei os dedos pelo tecido rendado e respirei fundo, sentindo agora o cheiro de roupa lavada, dando adeus ao odor de roupa guardada e manchada por muito tempo. A mancha do vômito de Verônica ainda estava marcando a saia do vestido, mas não me incomodou. Era a prova que eu precisava para mostrar que o que vivemos foi real e eu, sinceramente, mal posso esperar para ver a reação dela ao encarar isso.

— Chefe! — Juninho se aproximou e eu fechei a caixa, deixando o vestido lá dentro — Eles estão aqui.

Eu entrego a caixa para ele e observo os soldados da equipe que estava comigo em Roma se aproximando — dentre eles, o que atropelou Verônica.

— Você sabe pra onde levar isso aqui. — me refiro a caixa

— Pode deixar comigo, meu patrão. — Juninho segura a caixa

— Não deixe nada acontecer a esta caixa.

— Tá comigo, tá com Deus.

Ele sai do galpão e eu observo os cinco soldados. Estão todos numerados e o que possui o número 05 na lapela me observa atentamente.

— Os rostos deles estão em todos os jornais do mundo. — o líder da equipe conta — Estão sendo procurados como terroristas e as autoridades estão se perguntando qual será o próximo passo deles.

— O próximo passo deles será o meu próximo passo. — me aproximo deles — Verônica sabe onde me procurar. Eu vou sentar e esperar.

— Sentar e esperar? — o Agente 05 me olha — Tá dizendo que a mulher que eu impedi de atirar em você sabe como te encontrar e que você só irá sentar e esperar?

— Quem dá as cartas sou eu. — eu o olho — Esse é o meu jogo.

— Eu não entendo.

— Não precisa. — olho para o líder da equipe — Fiquem a postos, eu mando um sinal a qualquer momento.

— Sim, senhor. — o líder me olha

— E não se esqueça. — me aproximo dele e baixo o tom de voz para que apenas ele me escute — Se pensar em fazer merda, sua mãezinha e sua esposa estão comigo. Um sinal meu e elas não voltam pra casa.

Ele estremece, mas não responde.

— Bom, agora eu tenho que ir. — arrumo minha postura — Depois de todo esse caos, eu preciso de um dia de spa. — sorri

— Mas e a menina, senhor?

— Menina? — franzo o cenho — Oh, meu Deus, sim! — caio na risada — Eu sou pai de menina agora, como pude me esquecer? — suspiro — Ela vem comigo, tenho certeza que vai gostar.

Eu me viro para sair e ergo uma sobrancelha quando a imagem do corpo de Verônica sendo atropelado e jogado pro alto passa pela minha mente. Puxo meu revólver do coldre.

— Zero-cinco! — eu o chamo

— Sim? — ele responde

Eu me viro e imediatamente atiro contra ele, vendo seu corpo cair no chão logo após a bala abrir um buraco em sua testa. Os outros soldados me encararam surpresos e confusos.

— Não machuque o que é meu.

Abro um sorriso e guardo o revólver de novo.

— Vejo vocês em breve, meninos.

***

Samantha parecia confusa enquanto eu pintava suas unhas, mas não disse uma palavra desde que eu a tirei do quarto e a amarrei na espreguiçadeira, a obrigando a me fazer companhia. Haviam outros corpos ao nosso redor, mas digamos apenas que eles não podiam interagir conosco.

Laços Proibidos - Coração vs LeiOnde histórias criam vida. Descubra agora