CAPÍTULO 13

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VERÔNICA WALKER

Assim que eu montei na moto que disponibilizaram para mim, uma lembrança terrível se fez presente em minha mente. O dia em que os homens dominaram a favela a mando de Hernan Reyes e Dante Reyes me derrubou da minha moto e me perseguiu feito um caçador persegue sua presa. Ele brincou comigo e se divertiu no seu jogo de gato e rato.

Ver o rosto de Luke mais uma vez mexeu comigo. Ele parecia não ter mudado nada. Ainda tinha barbicha, olhos misteriosos e seu porte físico parecia ainda maior. Ele estava surpreso ao me ver, mas eu não pude identificar os sentimentos através de suas feições. Estava ele feliz, aliviado ou irritado?

— Como você veio parar aqui? — perguntou ao dar alguns passos na minha direção, se afastando dos homens que estavam com ele

Todos ao nosso redor nos encaravam.

— Você não está seguro. — digo — Owen Shaw não é um homem fácil de ser capturado.

— Não houve nada de fácil no caminho até aqui. — rebateu

Seu olhar me avaliou fisicamente e eu gelei por alguns segundos.

— Esse homem não joga limpo, Luke. — conto — Essa base está comprometida, não pode confiar em ninguém que tenha sido enviado para trabalhar com você nessa missão.

— Nós já prendemos o comparsa infiltrado dele. — ele diz e eu franzo o cenho — Verônica, Shaw está sendo fichado, nesse momento, aguardando em uma cela de segurança.

Tudo está muito fácil. Owen Shaw não é o tipo de homem que se deixa ser enjaulado. Tem alguma coisa acontecendo nas entrelinhas.

— O que está fazendo aqui? — ele pergunta

Eu ergo os olhos para encará-lo, só então me dando conta do que fiz. Saí da cadeia pra proteger um homem experiente que tem o triplo do meu tamanho. isso não faz sentido nenhum.

— Eles disseram que você estava correndo perigo. — abaixo o tom de voz, envergonhada — Então eu vim.

Ele parece surpreso com a informação e eu desvio o olhar, baixando os olhos. Eu pareço muito idiota agora. Não consegui proteger a mim mesma por anos e agora estou aqui, bancando a salvadora.

— Verônica, olha pra mim. — ele pede e eu respiro fundo, o olhando — Sabe que não me deve nada, não sabe?

Ele acha que eu estou aqui pelo o que ele fez pelo meu filho.

— Eu sei. — respondo — Eu só queria ter certeza de que você voltaria pra casa.

Ficamos um tempo nos encarando. Eu sei que ele sabe que estou falando da Samantha, mas não me atrevo a revelar essa informação em voz alta, na frente das pessoas que eu não conheço.

— Verônica?

Eu franzo o cenho quando um loiro se aproxima de nós. Eu me lembro do rosto dele. Da primeira e única vez em que nos vimos, ele estava sujo, suado e correndo ao lado da namorada.

— Eu sou o Brian. — ele sorri — Espero que você lembre de mim.

Aceno com a cabeça em sinal positivo.

— Eu só queria agradecer. — diz me olhando — Graças a você, Mia e eu estamos vivos.

— Não precisa me agradecer por isso. — comento

— Precisamos sim. — o homem careca branco se aproxima também — Se os três estão vivos e seguros hoje, foi por causa do que você fez naquele dia.

Eu foco na corrente em seu pescoço. O pingente idêntico ao do agente, Jake, que me tirou da prisão e me ofereceu um cargo na agência secreta. Franzo o cenho.

Laços Proibidos - Coração vs LeiOnde histórias criam vida. Descubra agora