Laços Proibidos - Coração vs Lei

CAPÍTULO 12

VERÔNICA WALKER

Era estranho estar do lado de fora da penitenciária. Da última vez em que estive no mundo real, foi para enterrar o meu filho e havia tantas lágrimas nos meus olhos que eu quase não enxergava nada além de borrões pela janela do carro, com a cabeça deitada no colo de Naomi. Agora, depois de me esgueirar pelos corredores do complexo penitenciário carregando Stitch em minhas mãos, eu estava sentada no banco do carona do homem de olhos azuis que me disse que Luke está em perigo. O mesmo homem com o crucifixo barato que voltou a esconder por dentro da blusa. Quem é esse homem? Ele é corajoso ou apenas muito estúpido para me tirar do presídio escondido em plena luz do dia?

— Eu sou o Jake. — ouço sua voz

Encolhida no banco do carona, eu o encaro séria.

— Não vou machucar você. — diz com as mãos ao volante — Só quero que saiba.

Respiro fundo.

— Gosta de música? — pergunta, mas eu não respondo — Eu gosto.

Ele aproxima a mão do painel do Mustang que dirige e pressiona o play no rádio. Eu franzo o cenho quando a música começa a tocar. Good Vibrations, do Marky Mark. Essa música é horrorosa.

Eu bato meu joelho no botão, pausando a música.

— Ei. — ele me olha

— Se não tem nada melhor pra tocar, melhor ficar em silêncio.

Ele franze o cenho.

— Tá parecendo até a minha esposa. — resmunga

É a minha vez de franzir o cenho.

— Você é casado?

Ele suspira.

— Sou. — diz — Com a ex do Hobbs, aliás.

Eu o encaro perplexa.

— Com a mãe da Sam? — pergunto curiosa

— Não. — nega — Ela era a minha ex, aí esteve com ele, aí depois nós voltamos. Longa história, te conto tudo um dia, quando ficarmos amigos.

— Amigos? — ergo uma sobrancelha

Ele suspira.

— Você não parece ser do tipo que confia facilmente nas pessoas. — comenta

— Por que será, não é mesmo? — estreito os olhos

— Mas eu sou um cara muito paciente. — continua — Sério. Eu esperei anos pra minha esposa se dar conta de que me ama, posso esperar até que você esteja disponível para amizade.

— Se isso é você, tentando me fazer cair nessa lábia de agente secreto, saiba que eu não sou tão ingênua assim.

— Verônica, acredite em mim, eu já estive no seu lugar. — explica dividindo sua atenção entre a estrada e eu.

— Então sabe que o que eu quero ouvir agora é uma explicação e não a porra de uma música ruim.

Ele respira fundo.

— Vai saber tudo o que precisa saber assim que chegarmos na minha base. — conta — Até lá, relaxe.

— Ah, claro. — resmungo voltando a me encolher no banco — Relaxar ao lado de um homem que é três vezes o meu tamanho e um completo estranho.

Ele joga o carro no acostamento da rodovia e para o mesmo, me assustando. Eu arregalo os olhos quando ele me encara sério.

— Olha dentro dos meus olhos e me diz o que você vê. — me olha nos olhos