CAPÍTULO 6

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ANOS ANTES...

RIO DE JANEIRO


A casa estava silenciosa, exceto pelo barulho de água que vinha da pia do banheiro. Deitada no chão, sentindo a cabeça rodar devido aos efeitos dos alucinógenos que Dante a fez tomar na noite anterior, Verônica sorriu ao notar um pequeno fio desalinhado do tapete bem costurado. Ela enroscou seu dedo no fio e o puxou, mas ele não arrebentou. Se manteve firme, um caos bem calculado diante do resto. Ela sentia seus braços ainda dormentes, por ter ficado suspensa por quatro horas seguidas. Os pulsos estavam num tom de roxo assustadoramente escuro e as pernas possuíam os arranhões da varinha que Dante usou para agredi-la e puni-la por ter tentado buscar ajuda. Ele a fez engolir alucinógenos que a fizeram ver monstros ao seu redor e a deixou pendurada, se debatendo por quatro horas, enquanto ele assistia. Ele sabia que estava próximo de seu objetivo. Destruí-la por completo, ao ponto dela não saber viver sem ele, sem suas punições e sem a dor. Ele estava próximo de vê-la perder todos os seus instintos próprios e não correr mais dele, nem tentar se defender.

Cambaleando, Verônica se levantou do chão e seguiu o barulho de água, indo até o banheiro e vendo Dante parado ali. Toalha enrolada na cintura, encarando o próprio reflexo no espelho e limpando a espuma do rosto. Ela riu quando percebeu que ele era um homem bonito e que se não estivesse numa situação incomum, ela com certeza se interessaria por ele. Havia uma selvageria misteriosa em seus olhos e ela sabia, ela sentia, que ele era capaz de tudo. Sua risada o fez perceber sua presença e ele a encarou pelo espelho. Verônica deu a volta, passando por trás dele, raspando a pele de seu braço nas costas dele. Dante ergueu uma sobrancelha ao vê-la se despir em sua frente sem a menor cerimônia. Tirou a blusa grande que usava, ficando completamente nua e parou diante do box de vidro, encostando a testa ali. Ela ainda parecia aérea, mas ele percebeu que havia algo crescendo dentro dela. A semente que ele estava cultivando com toda a calmaria, paciência e sangue frio necessária. A parte dentro dela que faria ela depender dele e procurá-lo, mesmo ela não querendo. Porque o corpo humano tem necessidades normais, mas ele estava adoecendo todas as necessidades dela. Ela jamais encontraria o prazer que precisava, sem antes sentir a dor que ele queria que ela sentisse. O gatilho estava ali. Sem dor, sem sofrimento, sem prazer.

Ele desfez o nó da toalha e se aproximou, passando o braço por sua cintura e esmagando sua ereção contra sua bunda. Verônica arrepiou e jogou a cabeça para trás, recostando em seu tórax.

— Você não está sendo fácil e é por isso que eu gosto tanto. — ele sussurrou em seu ouvido

Ele jamais havia topado com uma mulher tão corajosa e segura de si. Dante estava amando destruí-la por completo. Com ela, ele não tinha tempo de ficar entediado.

— Hum. — ela murmurou ao sentir sua dureza — P-por favor... — murmurou — Devagar.

Em um rompante, ele a virou para si e colocou suas costas contra a porta de vidro, amassando o corpo dela com o corpo largo dele. Ela sentiu o corpo dolorido doer com o ato, mas algo em seu ventre se contraiu.

— Você quer gozar. — ele estreitou os olhos — Tudo bem, eu acho que posso te dar essa colher de chá hoje.

Ele entrou nela sem aviso e sem preparo, escorregando com dificuldade pelo canal não lubrificado. Os olhos dela se encheram de lágrimas e ela se colocou na ponta dos pés, apoiando as mãos em seus ombros. Ainda olhando nos olhos, os dois se encararam e ele sentiu seu corpo quente. Ele viu as lágrimas escorrendo pelo rosto dela, enquanto entrava e saía. Depois, quando o corpo dela se acostumou com a sensação e começou a sentir prazer, ele agarrou em seu pulso machucado com força e torceu seu braço para trás. Ela gritou, com dor, liberando mais lágrimas. Exatamente como ele previu antes, o orgasmo dela chegou e o estrangulou, fazendo-o sorrir.

Laços Proibidos - Coração vs LeiOnde histórias criam vida. Descubra agora