VERÔNICA WALKER
Um trajeto que normalmente seria feito em quarenta minutos, foi terminado em duas horas, devido a lentidão e correria na cidade. Quando finalmente estacionei o SUV do Luke em frente ao meu prédio, Samantha já estava cochilando, sendo vencida pelo cansaço.
— Sam. — eu a chamei baixinho — Sam, por favor. Estamos em casa.
— Hum... — ela resmungou
— Vem, querida. — murmuro tirando seu cinto — Eu não posso carregar você.
Ela abriu os olhos meio bêbada de cansaço e eu equilibrei sua mochila, minha mochila e a bolsa de Luke em meus ombros, tentando não comprometer o braço esquerdo já comprometido. Tranquei o carro e atravessei a rua com uma Sam sonâmbula, escorada no meu corpo. O porteiro da vez abriu a porta da portaria para mim e me ajudou a entrar no elevador, facilitando parte da minha jornada. No elevador, eu sacudi a Sam duas vezes, para garantir que ela não apagaria de vez. Quando chegamos no meu andar, eu levei o dobro do tempo para destrancar minha porta, mas assim que fiz, deixei todas as bolsas caírem no chão do hall de entrada.
— Você pode ir deitar na minha cama. — murmuro
— Hum. — ela resmungou
Seus pés atrapalhados foram diretamente para o sofá, onde ela se jogou e apagou de vez.
— Samantha! — eu arregalei os olhos
Tranquei a porta do apartamento e bufei indo até ela e tirando seus sapatos. Ela parecia bem confortável no sofá, já que seu tamanho a permitia rolar pelas almofadas macias que Jakob escolheu. Eu fui até meu quarto e peguei um travesseiro e uma coberta, retornando apenas para melhor acomodá-la. Quando a deixei verdadeiramente confortável, eu prendi os cabelos no alto da melhor forma que pude e fui até a cozinha, colocando uma embalagem de cup noodles no microondas pra fazer. Coloquei as mochilas e a bolsa no pequeno balcão da cozinha, tirei os sapatos e segui para o banheiro, me despindo e entrando sob a ducha quente. Cansada, eu sentei na banheira e fiquei de olho na tela do meu aparelho de celular, que estava sobre a pia. Nenhuma notícia ainda. Respiro fundo e deixo a água cair no meu rosto, tomando cuidado para não molhar o braço esquerdo. O contato da água quente com minha pele é relaxante e me faz pensar nas palavras do doutor Holtz. Eu poderia tentar, não poderia? Na banheira me parece menos errado.
Ouço o microondas apitar.
Não hoje, não com uma menina de oito anos dormindo na sala ao lado. Esse era o problema com a terapia. Na hora, parecia absurdo, mas depois de um tempo, os discursos do psicólogo começam a fazer sentido, depois de você remoê-las por horas e horas, dias e dias. Com isso em mente, eu terminei meu banho, vesti calças suaves de pijama e uma blusa de botões que faz conjunto com a peça, ambas azul marinho com bordas brancas. Na sala, eu sentei no chão com meu miojo, encostei as costas no sofá e deixei minha pistola e meu celular de prontidão. Liguei a televisão, deixando no mudo, me esforçando para entender o que estava passando no noticiário.
— Ah, graças a Deus. — murmurei ao ler que o caos na cidade havia sido controlado
A desculpa dada foi que um grupo terrorista liderado por Mose Jakande estava atrás de informações sigilosas a respeito do governo e que o ataque foi causado por conta disso. Eu suspirei ao terminar de comer, coloquei os utensílios sujos na pia da cozinha e voltei para o chão da sala, encarando minha pistola. Eu estava disposta a qualquer coisa pra defender a menina que estava babando no meu sofá, mas o que me incomodava, no momento, era a quietude do meu celular. Eram quase duas da manhã e eu permanecia sem notícia nenhuma. Não me parecia justo. A ideia de que Luke poderia não voltar para casa estava me matando por dentro.
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Laços Proibidos - Coração vs Lei
FanfictionLuke Hobbs, um agente do DSS, costumava basear seus princípios em preto e branco, bom e mau. No entanto, uma grande reviravolta acontece quando ele é enviado para uma missão no Rio de Janeiro para capturar Dominic Toretto, Brian O'Conner e, por tabe...