Capítulo 14

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[Regina]

Acho que nem todas as palavras do mundo conseguiriam descrever a emoção que eu estou sentindo, pois, mesmo que muitas pessoas não entendam, Tempestade sempre foi muito mais do que um animal para mim. Tempestade é da família, meu melhor amigo, confidente e colega de quarto, já que eu era obrigada a dormir no estábulo.

Sei que a maioria das pessoas pode dizer que isso é uma reação exagerada, mas a verdade é que Tempestade e eu temos uma ligação profunda, pois sinto que nos conectamos por nossas dores, e tê-lo aqui comigo faz com que o meu coração se encha de alegria e medo. Alegria porque, com Tempestade aqui, sinto que a minha família está quase completa, pois só falta Ruby aqui para que eu possa me considerar completa, e sinto medo, pois quando Emma me entregou o Tempestade, ela sabia exatamente que tipo de emoção iria me causar, pois sinto que ela me vê de uma forma que eu nunca fui vista antes, e isso é assustador.

A última coisa que eu quero é que ela se magoe por minha causa, mas também não quero me privar da trégua que a vida está me dando, então, mesmo que para mim isso seja difícil, eu decidi que vou aproveitar, pelo menos durante esses 15 dias. Exatamente por isso, depois de dar um abraço em Tempestade, eu o selei e montei como nunca havia montado antes; por um momento, foi como se o tempo nunca tivesse passado, nós praticamente "voamos" pelas terras da fazenda que agora Tempestade conhece como lar, e só quando o meu amigão começou a ficar cansado foi que eu voltei para casa, onde vi que Evie ainda acariciava o Torrada.

A minha pequena ficou triste em saber que ainda não iria montar no Torrada, mas Emma e eu explicamos a ela que em primeiro lugar vem a segurança, pois como ele ainda é muito novo e ainda não está treinado, e Torrada ainda não o conhece, não seria seguro para ela montar nele ainda.

Então, para que a pequena não ficasse triste, Emma foi buscar a Mal e o Carlos para que Evie pudesse ficar feliz e mostrar o presente que havia ganho aos amigos. Enquanto nós esperávamos pela loira, Evie e Jay estavam correndo de um lado para o outro, e logo Gaston e Jafar se aproximaram com uma expressão quase... infantil em seus rostos. Por um momento, ninguém disse absolutamente nada, e irritada já com todo aquele silêncio, eu falei:

- O que é? – perguntei de uma vez.

- Nada é que... a gente tá vendo o quanto a Doutorinha está te fazendo feliz – disse Jafar, então ele me deu um empurrãozinho no ombro de forma camarada e continuou – mas e aí... vai rolar algo sério ou você vai ficar enrolando a moça?

- Nunca poderia ter nada sério entre Emma e eu - falei com uma amargura até então desconhecida por mim mesma.

- E por que não? – disse Gaston. Eu olhei pra ele seriamente, e ele continuou – você é incrível, Regina... E Emma não é caipira como o povo daqui... Aposto que se você contar pra ela tudo o que passou... Ela jamais vai te tratar indiferente...

Gaston pode até ter razão, mas infelizmente eu aprendi que confiar é para os tolos, e há muito tempo atrás eu deixei de ser tola. Há muitos anos atrás, eu deixei de ser a menina inocente que saiu daqui, então apenas olhei para eles e falei:

- Por favor, parem... não tentem dar uma de cupido que não vai dar certo – falei seriamente. Jafar e Gaston ficaram sérios também, e eu continuei – acreditar que uma mulher como a Emma possa saber do meu passado, da minha profissão e ainda assim ficar comigo, é como acreditar em contos de fadas, e eu não sou mais criança para ser iludida...

E assim, encerramos o assunto, mesmo que em meu íntimo eu realmente tenha ficado mexida com a possibilidade de uma vida com a loira.

=== 2º dia ===

O dia de ontem foi absolutamente perfeito. Emma voltou para a minha fazenda com Carlos e Mal, que ficaram admirados com o Torrada. Mal logo olhou para Evie e falou:

A Prostituta (G!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora