Capítulo 2

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[Regina]

Envergonhada, tristeza e confusa, é assim que eu me descreveria nesse momento, pois a 7 anos eu não tinha uma miséria notícia do meu pai, nem de ninguém da minha dita família, e agora sem mais nem menos, ele não só colocou um detetive atrás de mim, como também me ligou implorando para que eu voltasse pra "casa" com a minha pequena, como se algum dia aquele lugar fosse realmente a minha casa.

Honestamente eu não sei o que esperar dessa aproximação, mas sei que jamais vou conseguir perdoa-lo, não depois de tudo o que eu sofri, não depois de tudo o que eu fui obrigada a fazer para sobreviver, não depois de ser abandonada e ser deixada para morrer completamente sozinha.

Não sei ao certo o porquê, mas desde que eu nasci a minha família me odeia com todas as forças, minha mãe nem ao menos dirige a palavra a mim, ela simplesmente age como se eu não existisse, já a minha irmã mais velha, Zelena, me trata como um pano de chão e o meu pai sempre viu tudo isso e nunca falou nada ao meu favor.

Durante toda a minha vida eu vi Zelena sendo tratada como uma princesa em seu castelo, enquanto eu era tratada pior que um leproso, eu trabalhava com os peões para "pagar" a minha estadia, não podia comer com a família e era obrigada a dormir no estábulo.

Se eu tinha roupas eram apenas aquelas coisas velhas que Zelena não queria mais, nunca tive amor e nem "piedade", mas ainda assim eu nunca reclamei, usei toda essa magoa e frustração para crescer, me tornar mais independente e esperta e foi assim que eu consegui entrar na Boston College para cursar Enfermagem.

Quando contei a novidade ao meus pais achando ingenuamente aqueles iriam ficar felizes e até orgulhosos de mim, tudo que eu ouvi foi reclamação por escolher uma graduação tão horrível para o status social e também do quanto seriam caros os meus estudos, mesmo que eles nunca tenham poupado esforços para dar a Zelena todas as coisas fúteis que ela pede, então a partir daquele dia eu finalmente me dei conta de que não importa o que eu faça, para eles eu sempre serei um erro, por isso eu tentei me virar sozinha.

Infelizmente não consegui uma bolsa pois meus pais são ricos, nas férias de verão eu consegui um emprego na sorveteria da cidade para pelo menos ter algumas economias minhas para faculdade, só que antes mesmo de eu chegar em casa, alguém já havia contato a novidade ao meu pai e como a minha família vive de aparências, ele me proibiu de trabalhar para não envergonhar o nome da família, então eu não tinha dinheiro e também não podia trabalhar pra conquistar, eu me sentia inútil, mas como eu já falei nada para mim foi fácil.

Quando eu finalmente fui pra faculdade, pensei que me daria bem, pois um dia antes de ir, o meu pai me disse que Cora propôs um acordo e nesse acordo ficou combinado que eles me bancariam em tudo, durante todo o período da faculdade desde que eu não voltasse mais pra casa e sabendo que eu jamais conseguiria ser amada pela minha família, eu simplesmente aceitei.

O primeiro semestre foi ótimo, tirei as notas máximas, me dediquei ao máximo para me tornar uma boa profissional, mas então o meu primeiro aniversário fora de casa chegou e eu estava muito triste por não ter ninguém que realmente me amasse, nem mesmo os poucos amigos que eu tinha me ligaram, ainda tive duas provas bombásticas que acabaram comigo e por estar me sentindo tão sozinha, eu aceitei o convite das minhas colegas da faculdade de ir pra uma resenha em uma república.

Foi então que tudo aconteceu, eu conheci um cara que era muito simpático e mesmo não tendo bebido uma gota de álcool, eu apaguei e ele abusou de mim e quando acordei no dia seguinte, havia um vídeo circulando pela universidade, o meu vídeo, o babaca além de ter me estuprado de maneiras horrendas, ter me machucado imensamente, também tinha me filmado e espalhado o vídeo pra todo mundo.

A Prostituta (G!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora