Capítulo 36

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[Regina]


Quando comecei a trabalhar para Ruby, confesso que achei uma loucura quando ela mencionou que me colocaria um chip para me rastrear caso algo acontecesse. Naquele momento, ela parecia tão preocupada, e eu aceitei apenas para acalmá-la. Achei que fosse um exagero, algo desnecessário, especialmente depois de tudo o que eu já tinha passado. Nunca pensei que algo de tão ruim pudesse realmente acontecer, pelo menos não de novo.

E agora, aqui estou eu. Sequestrada. Presa em um galpão digno de um filme de terror, esperando que Ruby, minha salvadora, venha me resgatar mais uma vez.

O frio constante no ar e a dor que percorre meu corpo me faz sentir pequena e vulnerável. Por mais que eu tente ser forte, o medo me consome. Sinceramente, eu nunca imaginei que viveria algo assim, ainda mais vindo da minha "família", até porque antes daquele investigador me procurar, achei que morreria sem ver eles novamente.

Tento me desligar de tudo, na esperança de que Ruby apareça, mas já se passaram 3 dias e o fato dela não ter me encontrado ainda quer dizer que ela não sobreviveu aos golpes, e Só de pensar em uma coisa dessas o meu coração se aperta com tanta intensidade que eu chego a ficar sufocada.

Até porque desde o momento em que ela me conheceu, Ruby, tem sido uma mãe para mim e a cada vez que ela se sente indisposta ou passa mal por algum motivo, a primeira pergunta que eu me faço é: Como eu vou viver sem a Ruby na minha vida?

E a cada vez que eu procuro essa resposta, Eu não encontro, porque sinceramente eu não consigo me ver vivendo sem ela, e agora estando presa aqui, cercada de pessoas que me odeiam, uma preocupação muito maior toma conta da minha mente, que é, se Deus me livre e guarde, a Ruby não estiver mais nesse mundo, quem vai cuidar dos meus filhos? Porque eu tenho certeza de que daqui não sairei viva.

Pelo menos, meu pai está me dando um pouco de dignidade antes de me matar. Ele não tem deixado Zelena se aproximar, o que me poupa de mais humilhações. Se dependesse dela, já teria me destruído emocionalmente, me feito passar por todo tipo de tortura mental, mas, de algum modo, ele a mantém afastada. Ainda assim, sei que eles vão me humilhar até o fim.

Há três dias que não tomo banho, não como e estou presa a essa mesa de metal nojenta, obrigada a fazer minhas necessidades aqui mesmo. O ar-condicionado está no máximo, me congelando enquanto eles desfilam por aí usando casacos grossos. E eu? Continuo com o mesmo vestido florido que escolhi para ver a Emma.

O medo constante, o frio e toda essa situação estão me matando aos poucos. Sinto cólicas intensas, uma dor forte na minha barriga, e não consigo evitar o pânico que cresce dentro de mim. Meu bebê... Será que ele está sentindo tudo isso? O desespero, a angústia, o medo? Mesmo sabendo que minha vida está praticamente acabada, não quero que ele sofra. Não quero que meu filho pague o preço dessa tragédia.

Fui arrancada de meus pensamentos com um susto quando ouvi uma batida forte na mesa onde eu estava deitada. O som ecoou pelo galpão, fazendo meu coração disparar. Era Zelena. Ela havia batido na base da mesa com uma barra de ferro, seu sorriso malicioso iluminava o seu rosto enquanto ela se deliciava ao me ver apavorada.

— Levanta, assombração! — disse ela, com uma voz fria. — O médico vai vir te examinar, e com certeza ele não vai encostar em você, estando nojenta desse jeito.... você tem que tomar um banho.

Sinceramente, eu não queria me levantar. O medo de não saber o que ela planejava me impedia de me mover. O que mais ela poderia fazer comigo? O que mais ela estava disposta para me punir? Eu estava completamente indefesa, e sabia que a crueldade de Zelena não tinha limites.

A Prostituta (G!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora