Capítulo 33

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[Emma]

Sem ação, foi assim que fiquei quando Regina fechou a porta na minha cara. Eu queria me desculpar, queria que ela me ouvisse dizer o quanto sou idiota, mas não me deu a menor chance.

Voltei a mim depois de alguns segundos e comecei a bater desesperadamente na porta, esperando que Regina apenas me ouvisse, mas além dela não abrir a porta, ela mandou que os seguranças do prédio me expulsassem, como se eu fosse um lixo a ser descartado.

Naquele momento eu me senti ainda mais desamparada, a sensação de impotência era avassaladora, pois a mulher que eu amo, que esperava conseguir o perdão e que está esperando um filho meu, agora me tratava como uma total estranha.

Era como se tudo estivesse desmoronando ao meu redor, e eu não conseguia fazer nada para impedir, mas o pior mesmo era saber que eu era a única culpada de toda essa situação.

Decidida a lutar pela minha mãe e pelo amor da minha vida, tomei uma decisão impulsiva que eu vou sustentar até que elas aceitem conversar comigo.

Se Regina não queria me ouvir dentro de casa, então ficaria do lado de fora, onde não poderia mais ignorar minha presença. Decidi acampar na porta do prédio dela, determinada a ficar lá até que ela finalmente me desse uma chance de me redimir.

Comprei e montei uma pequena barraca de acampamento na calçada em frente ao prédio, preparando-me para enfrentar o que viesse. Meu compromisso era absoluto: sairia apenas para ir ao banheiro, mas de resto, permaneceria ali, firme em minha determinação.

Apesar do desconforto e da incerteza do que estava por vir, naquele momento eu senti um fogo de esperança dentro de mim. Pois não importa o que aconteça, não desistirei facilmente do meu amor por Regina e da chance de reconciliação com minha mãe. Estava disposta a fazer o que fosse necessário para conquistar seu perdão e reconquistar sua confiança.

***

Uma semana já havia se passado desde que eu decidi acampar na frente do prédio de Regina, e com o passar dos dias, meu comprometimento foi sendo testado de todas as formas possíveis, pois a minha mudança repentina para a porta do prédio da morena, atraiu a atenção indesejada da polícia, que me abordava regularmente, questionando minhas intenções e me pedindo para me retirar com a ameaça de uma prisão eminente e a cada vez que isso acontecia, eu sentia meu coração afundar um pouco mais, mas ainda me mantinha firme.

Além disso, alguns moradores irritados com minha presença começaram a agir de forma hostil. Já fui alvo de jatos de água, objetos e até mesmo ovos já foram tacados em mim, o que só demonstrava o quanto eu os incomodava, ao invadir o seu espaço, mas isso não foi o suficiente pra me fazer desistir.

Tomar banho no posto de gasolina que havia ali próximo também não era um sonho de princesa, era uma experiência humilhante e desconfortável, pois eu me sentia exposta, vulnerável e suja, mesmo me limpando da melhor forma possível o que só aumentava a minha sensação de desamparo.

A falta de comida de verdade também pesava muito, pois quando eu me mudei pra Carolina do Norte, eu me habituei a fazer refeições saudáveis e por mais que eu comesse uma besteira ou outra, eu nunca havia comido tanto fast food quanto nos últimos dias, e a cada mordida em um hamburguer era um lembrete doloroso da minha situação precária, mas mesmo assim, continuava.

Só que o que mais pesou pra mim foi a falta de comunicação, pois a bateria do meu celular morreu no primeiro dia que eu dormi aqui na barraca, e como eu não voltei pro hotel, não tive noticias do meu irmão, Mal e Ana e isso está me consumindo.

Apesar de todas as dificuldades, permanecia firme em minha decisão. Porque sei que em algum momento Regina, minha mãe ou Gaston, algum deles terão que sair de casa e nesse momento eu estarei pronta para lutar pelo amor da minha vida e pela reconciliação da minha família.

A Prostituta (G!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora