Capítulo 30

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[Regina]


- NÃO LEVA O MEU PAI... NÃO LEVA O MEU PAI...

Os gritos de Jay ainda ecoam em minha mente a cada vez que eu fecho os olhos.

Apesar das tentativas dos presentes em tornar o funeral mais suportável, depois da cena angustiante de Jay e da dificuldade que Gaston e eu enfrentamos para retirá-lo de cima do caixão, um silêncio pesado pairou sobre nós. Ninguém se sentia mais à vontade para compartilhar histórias sobre Jafar.

Após o enterro, a atmosfera pesada do luto tornou-se ainda mais palpável, as pessoas, uma a uma, começaram a se despedir, e a passos lentos começaram a ir embora com um olhar cheio de dor e de saudade.

Vendo o quanto Jay está apático, confesso que dou graças aos deuses por todas essas pessoas adoráveis estarem indo embora, pois assim eu conseguiria focar a minha atenção inteiramente nele. Entretanto no momento em que estávamos entrando em casa, vi ao longe um carro se aproximando e por uma fração de segundo pensei que pudesse ser a Emma, mas pra minha tristeza e decepção eram o meu pai e Zelena.

No mesmo instante Gaston se posicionou a minha frente para me defender, assim como Úrsula e alguns outros peões que vieram morar aqui, e como eu sabia que a presença deles não traria nada de bom, eu me abaixei pra ficar na altura de Jay e Evie, então falei.

- Meus amores... o dia hoje foi muito cansativo... porque vocês não entram, tomam um banho que logo estarei lá... – falei no tom mais calmo e amoroso que eu consegui.

- Quer... quero ficar com você... – gaguejou Jay ao segurar a minha mão com força, seus olhos se encheram d'agua e ele sussurrou – não me deixa...

- Nunca... – falei seriamente antes de lhe dar um beijo na testa, fiz o mesmo com a Evie que tratou de segurar a mão do Jay e me levantei no momento em que Zelena saiu do carro junto do meu pai e antes mesmo que eles dissessem alguma coisa, eu logo perguntei – O que vocês querem aqui?

Zelena me deu um sorriso malicioso antes de olhar pro meu pai que falou ironicamente.

- O que você acha que viemos fazer aqui nesse buraco? – perguntou ele em um tom enojado, então ele cuspiu no chão, olhou pra mim seriamente e falou – Acabou o seu tempo Regina... Deixei você fazer o que quisesse pra você se sentir importante, mas agora Cora precisa de um rim, ou ela vai morrer... – meu pai então simplesmente abriu a porta de trás do carro e falou – então entre no carro... e vamos acabar logo com isso...

Confesso que por um momento eu não acreditei no que estava ouvindo, pois eu literalmente acabei de enterrar um amigo, como se já não bastasse todos os problemas que eu tenho na minha cabeça por todos os meus sentimentos confusos sobre Emma e a gravidez que carrego, ouvir o meu pai "ordenando" que eu dê o meu Rim pra uma mulher que nunca me viu como nada além de um lixo a ser descartado fez com que eu paralisasse brevemente, e Gaston tomou as rédeas ao dizer.

- Quem você pensa que é pra vir até aqui assim? – disse meu amigo irritado, então ele se aproximou do meu pai ao ponto de ficar a centímetros dele e continuou – Regina não vai a lugar nenhum com alguém como você... ela não vai dar nada pra você... e mesmo que ela seja misericordiosa o suficiente para concordar com esse transplante descabido, tenha certeza de que não vai ser hoje, não sabe que estamos de luto?

Em menos de um segundo eu tive um flash do que iria acontecer, pois Henry sorriu debochadamente para Gaston e do jeito que estamos fragilizados, eu sabia que isso seria o suficiente para que Gaston quebrasse a cara do meu pai e mediante a tantos anos de mágoas, ressentimentos e humilhações, se o meu amigo começasse a bater, não sei se ele conseguiria parar.

A Prostituta (G!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora