Tudo está em suas mãos, Carina

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Ainda segurando o rosto dela, roçou os lábios em sua testa, seu nariz e seu queixo. Somente quando Carina fechou os olhos pela segunda vez Bishop cobriu sua boca com os lábios. A essa altura, Carina já estava sem fôlego. Assim que seus lábios se tocaram, uma onda de adrenalina, calor e energia as invadiu. Mas Maya foi cautelosa, não se afobou. Seus lábios acompanharam os de Carina, movendo-se de forma ritmada, o leve atrito fazendo a pele delas se arrepiar. Porém Maya não abriu a boca. Levou as mãos aos cabelos dela. Afundou os dedos em seus longos fios com carinho, massageou sua cabeça e depois deslizou as mãos para baixo. Carina foi menos sutil ao agarrar a nuca de Maya, puxando seus cabelos e enrolando-os entre os dedos. Suas bocas continuaram coladas. Maya passou a língua suavemente pelos lábios dela, saboreando-a, hesitante, antes de tomar o lábio inferior de Carina entre os seus.

Era tentador. Era provocante. Era o beijo mais lento que Bishop já dera na vida. E fez seu coração acelerar. Carina gemeu e Maya inclinou a cabeça dela para trás. Mas não tinha pressa. Esperou que o maxilar dela relaxasse e, somente quando Carina não aguentava mais esperar e sua língua saiu, hesitante, ao encontro da dela, Maya se permitiu aceitar seu convite. Ela teria reagido febrilmente, mas Maya controlou o beijo, pois queria que fosse carinhoso, gentil e lento. Levou uma eternidade para deslizar as mãos do rosto para o pescoço de Carina e massagear seus ombros. E outra eternidade para que essas mesmas mãos escorregassem ao longo da sua espinha e se enfiassem debaixo de suas roupas para encontrar a pele nua. Durante todo esse tempo, Bishop explorava sua boca como se jamais fosse ter uma segunda chance. Maya arfou e gemeu quando suas mãos desceram em direção às covinhas que tinha descoberto nas costas dela na noite anterior. Já havia pensado nelas como um território não mapeado, encontrado primeiro em suas próprias explorações, embora não tivesse o menor direito de tomá-lo para si. Os dedos de Maya deslizaram na pele de Carina enquanto ela gemia e se agarrava a ela. Aqueles sons impotentes lhe pareciam mais eróticos do que qualquer gemido libidinoso que já tivesse ouvido. Eles a dilaceravam e incendiavam por dentro. Então pressionou o corpo contra o dela, curvas macias e delicadas contra força e rigidez, trocando sutilmente de posição para que as suas próprias costas ficassem coladas à parede, pois não queria machucá-la nem fazer com que Carina se sentisse encurralada. Carina sorvia a respiração dela, quente e úmida. Ela era o seu oxigênio. Não conseguia parar de beijar tempo suficiente para respirar de verdade, então sua cabeça começou a ficar leve. Isso tornou a sensação dos lábios de Maya ainda mais intensa e ela não resistiu. Apenas se entregou, lambendo, sugando, se contorcendo... Maya afastou-a alguns centímetros, interrompendo o beijo. Deixou seus polegares acompanharem a curva da pele nua da cintura dela. Carina inspirou depressa e Maya a abraçou com força, sentindo a pressão de seus seios contra os dela.

– Você precisa se acostumar aos meus lábios, Carina, porque pretendo beijá-la muitas vezes.

– Bishop beijou seus cabelos e sorriu para ela, parecendo verdadeiramente feliz. Quando Carina enfim recuperou a voz, ela soou trêmula:

– Maya, não posso prometer nada. Não concordei com nada. Um beijo não vai mudar as coisas. – O sorriso de Maya desapareceu, mas ela continuou a segurá-la firme. Estendeu um dedo para afastar uma mecha de cabelo de seu rosto.

– Me dê uma chance. Podemos ir com calma e tentar curar uma a outra.

– Na noite passada você falou em sermos amigas. Amigas não se beijam assim. – Maya riu.

– Podemos ser amigas. Podemos seguir o modelo do amor cortês, se você preferir. Só precisarei me lembrar disso da próxima vez que for beijá-la. E você também. – Carina afastou o olhar.

– Não confio em você o bastante para ser algo além disso. E, mesmo que confiasse, você encontrou a garota errada. Vai ficar terrivelmente decepcionada.

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