Você é Minha Outra Metade.

137 15 1
                                    


Quando Carina acordou, bocejou, se espreguiçou, estendeu a mão e.... nada. Maya tinha ido embora e o seu lado da cama estava frio. Carina ficou inquieta. Aquela era uma sensação estranha, que ela nunca havia tido. Sentiu o estômago embrulhar por alguns instantes. Quando enfim se levantou, viu um pequeno bilhete sobre a mesa de cabeceira, apoiado numa taça de água com rodelas de limão. O bilhete tinha sido escrito com uma caneta-tinteiro.

Bela Carina,

Saí para comprar alguma coisa especial para o café da manhã. Por favor, use o banheiro da suíte, que é o melhor. Deixei alguns itens de higiene pessoal para você. Pode pegar o que precisar na minha cômoda e no meu closet.

Por favor, não vá embora.

Sua

Maya.

P.S. Perdoe minha ousadia, mas você dormindo nos meus braços hoje de manhã foi de longe a coisa mais bonita que já vi na vida.

Uau. Como ela consegue fazer isso? Pensou Carina,

Ficando muito vermelha. Maya sem dúvida era boa com as palavras... e com flores, música, bolos de chocolate... Carina levou a mão à testa e tentou se recompor. Bolo de chocolate era sua nova sobremesa favorita. E a lembrança das pontas dos seus dedos na boca quente de Maya e o modo como sua língua habilidosa...

Concentre-se, Carina. Você precisa tomar um banho. Frio, de preferência.

Ela bebeu rapidamente a água que Bishop havia deixado. Na última vez em que dormira na cama dela, fora tratada de um modo bastante rude no dia seguinte, na sala de estar. Embora Maya tivesse sido carinhosa com ela na noite anterior, Carina tinha medo de que ela voltasse a ser grosseira pela manhã. Abriu a porta do quarto de hóspedes e pôs a cabeça para fora, em busca de algum sinal de vida. Quando se convenceu de que estava sozinha, caminhou a passos lentos até a suíte, fechando a porta ao entrar. Pegou suas roupas e entrou no banheiro grande de Maya, tomando o cuidado de trancar a porta. Maya tinha deixado outro bilhete com uma taça de suco de laranja, decorada com fatias da fruta.

Maya tem mesmo uma queda por enfeites. Pensou Carina.

Carina,

Espero que encontre tudo o que precisa aqui. Se não, Melissa deixou várias coisas no armário do banheiro de hóspedes. Por favor, pegue o que quiser. Minhas roupas estão à sua disposição. Escolha um suéter, pois o tempo esfriou hoje.

Sua

Maya.

Carina bebericou o suco de laranja enquanto examinava os itens dispostos sobre a cômoda com uma precisão militar: uma escova de dentes nova, ainda na embalagem; pasta de dentes; um aparelho de barbear descartável novo (que ela examinou com a sobrancelha arqueada); vários artigos de higiene pessoal da marca Bliss, de aparência feminina e perfumados com aroma de baunilha e bergamota; uma esponja de banho lilás. Será que ela tinha pedido a Melissa que comprasse aqueles artigos para hóspedes? Ou era o tipo de mulher que sempre tinha esponjas novas para situações como aquela?

Talvez as cores respeitassem algum tipo de código: lilás para virgens, vermelha para Margot, preta para a professora Altman, verde para as piranhas que levava para casa... Pensou Carina.

Deluca duvidava que a lilás já tivesse sido usada antes. Maya tinha pedido perdão e tentado, de forma sutil, sugerir que Carina não tirasse conclusões precipitadas a seu respeito. E lá estava ela, fazendo exatamente isso, só por causa de uma esponja.

HEALOnde histórias criam vida. Descubra agora