Ela ainda não gosta de me ver no chão, pensou Carina.
Deluca não se incomodava com a ideia de sentar no piso diante da lareira, mas Maya se ofendia. Sem querer discutir por algo tão banal, ela recusou seu colo em favor da otomana e se sentou em silêncio, olhando para as chamas azuis e laranja. Já não pensava nela como a Professora, mas como Maya, a professora dela, sua amada. Bishop se remexeu em sua poltrona, perguntando-se por que ela quisera ficar tão longe dela. Porque agora ela sabe o que você é e está com medo. Pensou Maya.
– Por que não gosta de me ver de joelhos? – Perguntou, quebrando o silêncio.
– Talvez nossa conversa de hoje à noite faça você entender. E meus motivos foram exacerbados e reforçados pelo que me contou em seu apartamento. – Ela fez uma pausa e a encarou com um olhar incisivo. – Você já é humilde demais normalmente, e as pessoas se aproveitam da sua natureza gentil.
– Alunos precisam se sujeitar a certas coisas. Todo mundo sabe disso.
– O fato de ser estudante não tem nada a ver com isso.
– Você sempre vai ser a professora talentosa e eu sempre serei sua aluna – comentou em voz baixa.
– Você se esquece de que eu a conheci muito antes de você ser uma aluna e eu, professora. E você não vai ser estudante para sempre. Estarei sentada na primeira fila quando der sua primeira palestra. Quanto ao seu preconceito contra professores, se nos perfurarem, não sangramos?
– E se nos fizerem mal, não buscamos vingança? – Retrucou Carina. Maya se recostou na poltrona, permitindo-se um sorriso de apreciação.
– Está vendo? Quem é a professora agora, Srta. Deluca? Minhas únicas vantagens são a idade e a experiência.
– A idade não necessariamente traz sabedoria.
– É claro que não. Você é jovem, mas é esforçada, inteligente e está apenas no começo do que promete ser uma carreira longa e brilhante. Talvez eu não tenha feito o bastante para demonstrar minha admiração pela sua inteligência. – Carina ficou em silêncio, fingindo estar hipnotizada pelas chamas dançantes e vorazes. Bishop pigarreou. – Teddy não me machucou, Carina. Quase nunca penso nela e, quando penso, é com arrependimento. Ela não deixou cicatrizes. – Carina lançou seus olhos transtornados em direção aos de Maya, de um olhar enérgico e fervoroso.
– Nem todas as cicatrizes marcam a pele. Por que foi escolher logo ela? – Bishop deu de ombros, virando-se para o fogo.
– Por que os seres humanos fazem as coisas? Porque estão buscando a felicidade. Ela me prometeu prazer selvagem e intenso e eu precisava me distrair.
– Você deixou que ela a machucasse porque estava entediada? – Carina ficou imediatamente enjoada. O rosto de Maya ficou mais duro.
– Não espero que entenda. Mas, na época, eu precisava de algum tipo de distração. Minhas escolhas eram a dor ou o álcool e não estava disposta a fazer nada que pudesse chegar aos ouvidos de Lane e Katherine. Eu tentei... interagir com mulheres, mas meus envolvimentos logo perdiam o encanto. Orgasmos sempre disponíveis, mas sem alma, podem se tornar cansativos, Carina.
– A maneira como a professora Altman agiu com você durante a palestra... e depois no jantar... ela não se comporta como uma mulher desprezada.
– Se existe algo que ela despreza é a fraqueza. E não aceita fracassos. Tentar me controlar e não conseguir foi um golpe duro contra sua reputação e seu ego gigantesco. Ela não está interessada em alardear sua derrota.
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HEAL
Fanfiction- Você implorou para que eu a encontrasse, que a procurasse no Inferno. Foi exatamente onde achei você. E, por mim, pode ficar para sempre onde está. - Do que você está falando? - Nada. Para mim chega, professora Bishop. - Por que escreveu aquele b...