Ísis
Meu corpo afunda rapidamente e imediatamente o desespero vem.
Eu me debato de um jeito feroz tentando me agarrar a algo, como se de repente a água criasse alças onde eu pudesse me pendurar, porém, é lógico que isso não seria possível, então, mais uma vez, estou me afogando.
Só que agora eu não vejo a mão de Jesus Cristo na minha direção, nem mesmo presencio aquela luz que tanto falam. Para ser sincera, tudo fica escuro. Acho que estou à beira de um desmaio.
Ou estava...
Porque de um momento para o outro eu sou puxada pra cima. Algo se enrosca em volta da minha cintura e logo sinto o ar gelado da madrugada varrer o meu rosto molhado.
Abro os olhos e cuspo toda a água que tinha na boca.
Cuspo a água na cara do Eduardo.
— Pelo menos está viva. — Diz, torcendo o nariz vermelho.
Respiro bem fundo, mas está tudo ardendo dentro de mim. Meus olhos principalmente.
— E-eu...não... não sei nadar...
— Eu percebi. Desculpa. Desculpa mesmo, Ísis. Se eu soubesse... droga, eu não teria te puxado junto.
Meu queixo começa a bater e meu maxilar dói. Estou tremendo tanto que nem consigo dizer mais nada.
Eduardo me segura firme e me leva até a borda, depois me coloca sentada ali, só então sai da água e me ajuda a levantar. Eu ainda estou igual vara-verde, sacolejando e batendo os dentes.
— Espera aqui, eu vou pegar uma toalha. Calma...
Assinto e abraço meu próprio corpo. Ele começa a correr, mas escorrega duas vezes. E mesmo sem querer, dou uma risadinha. Eduardo me olha com os olhos estreitados e uma expressão cômica no rosto.
Sacudo a cabeça e me afasto mais da piscina.
A pobre da panela foi com Deus. E meu chocolate junto...
Parece que o destino se nega a me manter longe desse maldito noivado.
— Eu encontrei esse roupão no lavabo do corredor. — Eduardo volta correndo. — Veste e aí eu te carrego pro quarto.
— Nã-ão... não pre-preci-sa... — Trato de me enfiar logo dentro daquele tecido fofinho e quente. É um roupão grande e escuro, mas é delicioso e confortável.
E que cheiro gostoso...
Esse cheiro... ou melhor, esse perfume...
Eu conheço esse...
AH NÃO!
— O que foi, Ísis? Que cara é essa?
— Nada. — Resmungo, contrariada.
A última coisa que eu queria era estar dentro do roupão do Gael. Porque sem dúvida alguma isso é dele. O perfume é o mesmo. Eu conheço. Infelizmente eu conheço bem.
— Bom, vamos então?
— Eduardo, não precisa disso...
— Shiu! Caladinha. Eu quero ajudar, afinal, quase te matei afogada.
— Isso foi péssimo.
— Eu sei. Agora, por favor, me deixe bancar o herói.
Não consigo não rir do olhar todo esquisito que ele faz, provavelmente tentando imitar uma expressão heróica. Mas não funciona, não. Eduardo fica parecendo um daqueles bonecos de desenho animado.
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Procura-se Uma Noiva
Romance! DIA 24/12/23 - TOP 1 NA CATEGORIA JUVENIL! Um estilista e empresário especialista na criação e venda de vestidos de noiva está procurando uma esposa. Gael Matarazzo tem um império no ramo...