Gael
O Heitor até tenta disfarçar o sorrisinho, mas eu noto a felicidade dele, só não entendo o motivo dessa alegria, afinal de contas não era ele que estava com os dois pés atrás com essa história de casamento?
— Então você foi buscar as alianças... — Comenta enquanto estica o pescoço para bisbilhotar a caixinha que acabei de colocar sobre a mesinha de centro.
Estamos no apartamento dele, porque eu simplesmente acabei ficando por aqui quando voltei da joalheria. Não sei o que me deu. Apenas não consegui ir até a minha casa e ver a Ísis, principalmente após a noite que tivemos.
Mesmo que nada demais tenha rolado, lógico. Afinal, só dormimos. Só isso.
Como eu sou idiota!
Acho que lá no fundo a forma como ela reagiu ao acordar foi o que me pegou em cheio. Ela parecia genuinamente apavorada. Será que era tão ruim assim estar ao meu lado? Sou tão desprezível assim?
Bom, pra ela talvez eu seja.
Não a julgo. Fiz escolhas péssimas e a chantageei.
— É o anel de noivado dela. — murmuro, sentado, encarando a caixinha.
— E o vestido? Tudo pronto?
— Sim. Está no meu quarto. Vou entregar para ela mais tarde.
Heitor fica calado, mas com o canto do olho eu o vejo cruzar as pernas e bebericar seu chá gelado. Parece uma velhinha fofoqueira esperando uma brecha pra começar a falar.
Resisto o quanto posso, mas depois...
— Vai, fala. O que você está pensando, Heitor?
— Nada não, eu só acho engraçado que...
— Ih, lá vem!
— Calma. É só que eu pensei que te veria mais alheio a isso, sabe? Você sempre disse que era só um acordo.
— E é exatamente isso.
— Sei não, hein. Eu estou te vendo nervoso. Parece realmente que você está ansioso pelo noivado e o casamento, como um verdadeiro noivo estaria.
Tento rir com deboche, mas o máximo que consigo é esboçar uma careta.
— Não seja maluco.
— Não é um julgamento, Gael. Eu juro. Na verdade, é bom te ver animado com algo que não tem a ver com trabalho. E para ser sincero, notei que desde que a Ísis apareceu você anda mais leve e menos atrelado ao serviço. Parece até que... resolveu viver.
— Um paradoxo ridículo, não acha? Eu estou morrendo, Heitor. Já era. E nada disso fará diferença.
— Engano seu.
Levanto, exasperado.
Dou alguns passos pela sala, inquieto. Parece que está tudo de cabeça pra baixo dentro de mim.
— Não é engano... — Sibilo meio aéreo, parando perto da janela. — Do que adianta estar ou não nervoso? Estar ou não animado? Eu vou morrer! E assim que o meu caixão for selado, acabou. Nada adiantará.
— Mesmo que eu falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria. É só o amor que conhece a verdade, o amor é bom, não quer o mal. — Ele cantarola, fazendo-me virar para olhá-lo.
Heitor sempre gostou de cantar, ele tem até um violão. Porém, algo muito maior me faz ficar abalado ao ouvir isso.
Essa canção era a música dos meus pais. Eles ouviam sempre e cantavam pra mim.
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Procura-se Uma Noiva
Romance! DIA 24/12/23 - TOP 1 NA CATEGORIA JUVENIL! Um estilista e empresário especialista na criação e venda de vestidos de noiva está procurando uma esposa. Gael Matarazzo tem um império no ramo...