✂ Três ✂

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Cᥲρίtᥙᥣ᥆ ᥱ᥊trᥲ ᥴ᥆꧑ t᥆d᥆ ᥆ ꧑ᥱᥙ ᥲ꧑᥆r ᥱ ᥲgrᥲdᥱᥴι꧑ᥱᥒt᥆ ρᥱᥣ᥆ ᥲᥴ᥆ᥣhι꧑ᥱᥒt᥆ dᥱ ᥎᥆ᥴᥱ̂᥉!!



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Ísis

— Quem porra é você, seu babaca?! — O Rafa gritou, levantando-se.

Graças ao grito dele eu me encolhi, puxando a minha bolsa para frente do corpo. Já o meu carrasco do dia anterior, não se moveu um centímetro. Acho que a única coisa que demonstrou que ele ouviu aquele desaforo foi que uma de suas sobrancelhas se ergueu minimamente, arqueando-se.

— Como você me encontrou? — Eu perguntei. Naquele momento eu não sabia de quem sentir mais medo. — O que está fazendo aqui?

— Aparentemente salvando a sua vida pela segunda vez em dois dias. — Sua resposta foi pra mim, mas o idiota loiro estava fitando o magricelo do meu lado. — E esse cara? Quem é ele?

— Quem sou eu? Eu sou a porra da pessoa que você empurrou! Tu é maluco, meu irmão? Tem alguma ideia de que eu... — A voz do Rafa foi morrendo. Acho que a ficha dele caiu. — Espera aí. O senhor é o... o dono do... do ateliê.

Quem diria que o cão bravo se tornaria um gatinho manso com o rabo entre as pernas!

— Exatamente, rapaz. Eu sou Gael Matarazzo, o dono do ateliê e o homem que te empurrou e que te empurraria de novo, porque jamais permitirei que alguém bata em uma mulher na minha frente.

— Bater? Bater na Ísis? Eu?! Não, senhor. De forma alguma! — O safado disse, abrindo um sorriso cínico pra mim. — Na verdade, eu a estava convencendo de procurar o senhor. Acho que o melhor seria levá-la para a delegacia de uma vez. O senhor não acha, não?

Respirar já era quase coisa inalcançável pra mim.

— E-eu não fiz nada! — Guinchei logo. — E... e... e você não queria me levar à delegacia por causa do que aconteceu no ateliê. Você queria mandar me prender porque eu não tenho como pagar o aluguel! Seu nojento mentiroso!

— É verdade isso? — O tal Gael perguntou, olhando para nós dois. — A briga era por causa de dinheiro? Você ia bater na menina por causa da porcaria do dinheiro?

— Senhor, o senhor precisa... é... eu posso explicar. É que a Ísis...

— Tome essa merda. — O demônio loiro sacou da carteira um monte de dinheiro. Com certeza era mil vezes mais do que eu devia, então atirou na cara do Rafa. — Agora estão quites? Ou você ainda quer mais? Diga, eu pago.

Vi o Rafa se agachar e recolher as notas, parecia um desesperado.

Já eu, bom, o que eu faço? Eu agradeço? Ou será que acabei de entregar a minha alma a essa anjo do mau que me salva e depois me ameaça de mandar pra cadeia? Será que não teria sido melhor só fugir dos dois?!

— Nossa, é muita grana!

— Eu não devo tudo isso. — Digo, arrancando algumas notas da mão dele. — O senhor exagerou. — Entrego o dinheiro para o Gael. — Pode guardar. E-eu... eu acho que já foi o suficiente. Pega logo.

— Ísis, me deixe resolver isso.

— Não. Você não tem que resolver nada pra mim. Aliás, o que quer aqui? Vai me tirar das garras nojentas do Rafa e me colocar nas suas? Escuta aqui, eu não vou ficar me ajoelhando pra te agradecer, legal? Eu nem pedi nada!

Procura-se Uma NoivaOnde histórias criam vida. Descubra agora