Procura-se Uma Noiva

✂ Vinte e Quatro ✂

Ísis

A voz do Gael dizendo que me amava ficou ecoando dentro da minha cabeça enquanto o meu coração esmurrava o meu peito com batidas insanas e incontroláveis.

Eu queria processar o que ele disse, mas sua boca estava na minha, suas mãos seguravam a minha cintura e meu mundo foi à nocaute.

Ele me beijou....

Ele me beijou de um jeito tão... tão... tão gostoso.

Gael não me beijava com pressa, nem mesmo com agressividade. E notei de cara que era a primeira vez que alguém me beijava com carinho, com cuidado. Com amor mesmo.

Sua boca era macia e deliciosa. Eu senti o gosto do vinho que ele bebericou antes de subirmos ao palco. Senti sua língua se misturando à minha com posse, invadindo a minha boca de um modo avassalador, ocupando tudo com seu sabor.

Acho que estremeci, me agarrando aos braços dele, colando meu corpo ao seu, sendo tomada por um calor que seria impossível de explicar.

Meu sangue latejava nas veias, meus ouvidos começaram a zumbir e meu estômago ficou esquisito. Tipo assim, esse negócio de borboletas no estômago é bem real, ok? Estou sentindo as asas batendo loucamente, subindo até o meu peito acelerado.

Eu ainda estava zonza quando Gael se afastou um pouco, sorriu, e me beijou novamente, dessa vez com ainda mais intensidade, sugando meus lábios enquanto mordia suavemente, me deixando tontinha, tontinha.

— Nossa, quanto amor! — Alguém disse ao longe e só então me lembrei de onde estávamos.

Gael também parecia que tinha se esquecido.

A contragosto ele foi me soltando, mas manteve o olhar no meu por alguns segundos.

Acho que nenhum de nós sabia o que era respirar direito.

— Isso não acabou aqui. — Sussurrou pra mim, então voltou para o microfone.

Acho que meu futuro marido falou algo para os convidados, mas eu nem estava ouvindo. Eu não ouvia nada além do meu corpo gritando por mais e mais.

Minhas mãos trêmulas suavam.

Voltei a olhar para o Gael e ele me devolveu um olhar intenso. Algo tinha mudado. E mudou pra melhor. Não posso estar louca.

Isso não pode ser coisa da minha cabeça.... pode?

Esse homem me ama mesmo? É isso? Ele me ama?

Mas como? Como ele pode me amar? Ele não sabe nada sobre mim....
E agora.... agora não parece correto contar. Não aqui. Não enquanto algo me diz que esse amor pode ser real.

Fiquei meio zonza, presa entre alegria e tristeza.

Logo a banda subiu ao palco e retomou a cantoria.

Gael segurou a minha mão e descemos do palco, mas várias pessoas chegaram. Todas nos davam os parabéns, porém, não parecia nada sincero. Só que, sendo bem sincera, pouco me importava.

Eu estava sufocando ali.

Soltei a minha mão da mão do Gael e fui me esgueirando pra longe. Não sei se ele notou na hora, mas eu precisava de espaço.

Meus pensamentos estavam descontrolados.

— Isso tem álcool? — Perguntei a um garçom que passou oferecendo bebidas.

— Essa daqui é...

— Deixa pra lá. — Peguei duas taças. — Pode ir, querido.

Tomei tudo em dois goles fervorosos.