𝐃𝐞𝐳𝐞𝐦𝐛𝐫𝐨
Quando eu saí do banho, meu quarto estava intacto. Não havia nenhum sinal da cena grotesca que eu tinha deixado ali, fora o tapete que não estava mais forrado no chão, não tinha nenhuma gota de sangue. Engoli em seco fechando a porta do banheiro com força demais, me aproximei da cama evitando passar onde o corpo de Maria estava a minutos atrás e peguei o diário da minha avó de dentro da gaveta.
Não tive coragem de lê-lo depois do ataque de James. Não porque não tive tempo, mas sim porque queria ficar o mais longe possível das coisas relacionadas a Jasper e por ele ter traduzido o diário, a dor em meu peito falou mais alto e eu praticamente o joguei no fundo da última gaveta da cômoda.
Quando saí do meu quarto e fui para o quarto do meu pai, tentei ouvir alguma coisa no andar de baixo, mas ele não estava em casa. Não havia ninguém além de mim.
Suspirei mais uma vez e fechei a porta do seu quarto, andei até a cadeira que gira e me sentei nela. Eu a adorava e meu pai também a adorava, por isso que sempre quando nos mudamos, ele a leva para a nova casa. Observei pela janela o céu nublado e por um momento, notei que eu não sentia nada. Aquela maldita angústia em meu peito toda vez que eu acordava e sabia que teria que fingir estar bem, havia desaparecido.
Mas não me senti bem com isso. Não há nada aqui. A culpa que senti minutos atrás desapareceu, meus medos não me assustam mais, não me sinto feliz nem triste. Não me sinto viva, porque eu não estou tecnicamente, eu só sinto meu coração estilhaçado tentar continuar batendo no vazio oco em meu peito.
— Skyler? — Pisquei uma vez ao ouvir a voz dele, girei a cadeira para poder olhar para meu pai. Ele já não estava com a mesma roupa de hoje de manhã — O que está pensando?
— Nada de interessante — Eu tentei sorrir, mas falhei miseravelmente — O que você fez?
— Você não precisa saber.
— Como está tão tranquilo? — Questionei franzindo o cenho, meu pai suspirou e se sentou na cama, eu continuei no mesmo lugar, com uma distância razoável.
— Não é a primeira vez que me livro de um corpo — Disse ele me fazendo arregalar os olhos, seus olhos se estreitaram em minha direção e ele abriu um sorriso preguiçoso — A imortalidade lhe cai bem, querida.
— Pai? — Exclamei boquiaberta com sua tranquilidade — Eu matei… Uma pessoa.
— Eu também já fiz isso — Ele rebateu e eu puxei o ar entre os dentes não sabendo o que fazer.
— Jesus Cristo — As palavras saltaram da minha boca e senti um arrepio percorrer minha espinha quando meu pai olhou diretamente em meus olhos.
— Sky, o diário que você encontrou pertencia a uma bruxa — Ele disse lentamente.
— Era da vovó — Eu murmurei e então, sorri negando com a cabeça — Você não pode estar falando sério.
— Sim, querida, essa bruxa era sua avó.
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Dᥲᥡᥣιght| ʲᵃˢᵖᵉʳ ʰᵃˡᵉ
Fanfic𝕷𝖚𝖟 𝖉𝖔 𝕯𝖎𝖆| ❝Brilhe como um diamante, minha Sky.❞ Em busca de um novo recomeço, Skyler vê-se obrigada a deixar sua vida para trás e mudar-se para Forks, uma pequena e misteriosa cidade de Washington. Seu destino: passar um tempo com seu padr...