6 - Os perigos de uma janela aberta

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HEEEEEY

Hoje é só um capítulo mesmo, então aproveitem!!!!

Já deixo avisado que não me responsabilizo por possíveis reações desencadeadas pelas descrições a seguir, Deus já me perdoou

Boa leitura, beijinhos da Imbigo!!!!

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Ao decorrer da semana as coisas não mudam muito, mas pelo menos há um avanço mínimo, Teresa faz observações em escrito para Camila a respeito de vários tópicos, é claro que eu preciso inventar alguma desculpa para justificar os questionamentos e fingir que eles não vêm de Camila, e é claro que Teresa sabe que é uma desculpa, mas no fundo ela se vê desafiada pelos questionamentos da mais nova e parece empolgada em responder, mesmo que ainda seja orgulhosa demais para o fazer diretamente.

Camila não pergunta coisas idiotas ou de respostas instintivas, ela sempre é criativa e ousada em seus questionamentos, muitas vezes nem mesmo eu sei qual seria a melhor resposta para suas perguntas e então Teresa aparece com algo que deixa nós duas de boca aberta, empolgadas com o joguinho.

Estou rindo para mais umas das respostas atravessadas de Teresa quando Camila chega para o expediente na clínica com uma expressão contrariada, isso me chama a atenção, normalmente ela parece bem humorada pela manhã. A olho com mais atenção e percebo seus cabelos molhados pingando água e o fato de que sua blusa de cor clara também parece estar úmida, a cor mais escura na parte superior e a leve transparência deixam a situação evidente.

O dia do lado de fora parece um dos mais quentes do ano, duvido muito que ela tenha pegado chuva.

-Aconteceu alguma coisa? – Pergunto cuidadosamente quando ela resmunga algumas frases incompreensíveis para si mesma. Camila me olha cheia de ódio e eu dou um passo atrás com medo.

Ela me encara por segundos e então sua expressão suaviza o suficiente para que eu me desarme.

-Hoje peguei uma van ao invés do BRT, ela fazia ali da praça seca até a barra, acabei me atrasando e a van estava passando na hora, eu nem pensei direito, podia muito bem ter pegado o 900. Mas enfim, acontece que quando eu entrei havia um senhor tossindo os pulmões no banco da frente e isso me arrepiou até os pelinhos da alma, ainda tenho traumas da época da COVID. – Ela explica, mexendo com as mãos todo o tempo para gesticular sua fala e eu concordo, também não tenho boas lembranças da época.

-Como muita gente ainda insiste em não se vacinar eu fui para o fundo da van e sentei na última fileira, o mais longe possível daquela metralhadora de vírus. Mas não consegui desligar meus sentidos daquela tosse, era aquela tosse carregada, que você sabe que o peito está cheio há dias e ele tossia como se fosse colocar todos os órgãos para fora, como se estivesse tentando assoprar vela de aniversário na base da tosse. Sem mais o que fazer eu abri a janela o máximo possível e coloquei a cara para fora sem nem me importar com o bafo de ar quente, estava tentando ser otimista, focada na paisagem, em todo o verde do lado de fora.

O jeito que Camila conta me faz abrir um meio sorriso enquanto presto atenção, ela chega a ofegar em sua missão de dar emoção a história.

-Ai, Lauren, coitada de mim sabe, eu estava toda felizinha com meus fones de ouvido ligados até o talo com a cara na janela quando senti aquela bola de algo gosmento bater direto na minha cara. Eu fiquei por alguns segundos fingindo que não era comigo, não podia estar acontecendo, então subi os dedos para o fone a tempo de escutar o velho do demônio ter outro acesso de tosse antes de escarrar pela janela justamente poucos segundos antes da segunda bola de gosma me acertar diretamente na cara, ele soltou na janela da frente e o negócio fez a curva e entrou pela de trás. LAUREN, ELE CUSPIU CATARRO E FOI PARAR NA MINHA CARA. AQUELE NEGÓCIO HORRÍVEL E GOSMENTO, EU NÃO SEI COMO CABIA TRÊS LITROS DAQUILO EM UM PEITO SÓ, SE EU TIVESSE JUNTADO DAVA PARA VENDER NO LITRO DE IOGURTE. ELE CUSPIU BEM NA MINHA CARA!!!

Souza Anatomy: Clínica Cachorrinhos Caramelo Onde histórias criam vida. Descubra agora