27 - Carente

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HEEEEY

Hoje é aniversário de alguém que gosta de capítulos enormes, então eu simplesmente trouxe um capítulo GIGAAANTE para comemorar.

Tem coisas que inclusive eram para outro capítulo, mas juntei nesse HAHAHAHA

Espero que vocês gostem, beijos da Imbigolina, boa leitura!!!

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Estou dirigindo há algumas horas, Camila está no banco de trás e Teresa no banco do passageiro ao meu lado. Desde que Laerte voltou a ir embora o humor da minha chefe está dos piores, trabalhar no fim de semana é algo que eu não sei se ajuda ou atrapalha, provavelmente deve ser melhor do que ficar remoendo pensamentos em casa.

Estamos indo para a UFRRJ para a palestra sobre o caso de Belinha, o que faz com que a cada 10 minutos eu jogue um olhar preocupado para uma Camila silenciosa no banco de trás, todo o tempo ela olha pela janela com uma expressão séria e eu não consigo evitar de me perguntar o que está se passando em sua cabeça. Camila perdida em pensamentos é sempre algo que me deixa inquieta, eu sei que ela é uma pessoa profunda e intensa e me preocupa o quanto seus pensamentos podem acabar sendo cruéis com ela, eu sei muito bem como é isso de ficar remoendo as coisas, de ficar imaginando cenários catastróficos diante de um desafio.

- Já estamos chegando? – Teresa pergunta impaciente, acho que é a milésima vez que ela pergunta a mesma coisa, isso começou assim que viramos a esquina da sua casa ainda no Leblon e se repetiu por todo o caminho.

- Dessa vez estamos chegando. – Eu respondo com um sorriso tranquilo, rindo da forma como ela joga as mãos para cima, agradecendo.

- Finalmente, se eu soubesse tinha contratado um motorista, você dirige como uma tartaruga, esse carro consegue passar dos 50 km por hora, você sabe, não é?

- Não fazia ideia, deveria ter me contado antes de chegarmos. – Faço questão de usar meu tom mais engraçadinho, enquanto faço uma curva, entrando na garagem da casa alugada. Teresa me fuzila com os olhos por causa da resposta irônica.

Como o evento na Universidade seria muito cedo no Domingo, minha chefe resolveu alugar uma casa para passarmos a noite ao invés de sairmos do Leblon de madrugada para chegarmos na Seropédica as sete da manhã. Eu achei a ideia incrível, dirigir de madrugada não é exatamente algo que me atraia, porém, ao olhar a casa de dois andares que minha chefe alugou no airbnb, eu começo a pensar que acordar três da madrugada seria mais proveitoso considerando que eu não vou conseguir fechar os olhos em um lugar claramente mal assombrado.

Eu e Camila trocamos um olhar e eu nem preciso perguntar para saber que ela está pensando o mesmo que eu, o cair da tarde no crepúsculo da noite faz com que a impressão se torne ainda mais forte.

É um casarão enorme com uma arquitetura puxada para o gótico com elementos pontudos, possui estrutura verticalizada e vitrais embaçados no alto do segundo andar.

Mesmo que inicialmente ela não fosse assombrada, tenho certeza que a essa altura já se tornou. É uma coisa um tanto óbvia, se eu fosse uma assombração não escolheria morar na casa do começo da rua de cor pastel e jardim colorido, eu viria para cá, para a casa do fim da rua com aspecto de que foi o cenário de vários assassinatos em série.

- Teresa, essa casa é mal assombrada. – Camila verbaliza alto o que está se passando pela minha cabeça.

A mais velha ocupada em resgatar a pequena mala no porta-malas para com o que está fazendo e joga um olhar para a casa, não demorando a dar de ombros sem muita paciência, antes de voltar a se virar para Camila, a encarando como se ela fosse uma criança falando besteiras.

Souza Anatomy: Clínica Cachorrinhos Caramelo Onde histórias criam vida. Descubra agora