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MELINA VERSTAPPEN

   Meu plano tinha ido completamente por água abaixo, mas não iria me dar por vencida e aceitar tal humilhação. Charles havia fugido e me deixado sozinha sem dizer mais nenhuma palavra. Hoje pela respondi ao seu story no instagram, mas tudo o que o ele fez foi apenas visualizar. Estava claramente me evitando, ou talvez me evitando para que eu não tocasse mais no tão temido assunto. Mas se ele já achava tudo isso tão assustador imagine eu que venho aturando a situação toda por anos.

Termino de fazer o falso envelope desejando feliz aniversário a minha melhor amiga Katie e suspiro me sentindo um pouco culpada. Não era aniversário dela. E o cartão dentro do envelope não se tratava de uma carta há desejando felicidades. Era uma falsa certidão de namoro.

Isso mesmo. Tinha feito algumas buscas no google e encontrado um atestado que alegava união estável de namoro entre duas pessoas. Charles não costumava ler as coisas que ele autografava, simplesmente pegava a caneta e fazia sua assinatura. Iria pedir para que ele assinasse o falso cartão para Katie, já que a mesma tinha deixado claro algumas vezes admirar ele e seu trabalho. Dessa forma iria apenas mostrar para meus pais e alguns parentes próximo a certidão e esperar que a notícia se espalhasse pela família. Charles não iria precisar estar presente e nem saber sobre isso.

Seria mamão com açúcar.

Coloco a certidão dentro do envelope rosa todo decorado com detalhes em dourado e pego minha caneta preta permanente de dentro da minha bolsa crossbody. A caneta era simplesmente uma das melhores que já tinha comprado e usava para marcações de costura quanto tinha aula prática na faculdade. A tinta não escorria e não saía por nada.

O vejo se aproximar cada vez mais do circuito e sorrio de lado. Era a minha chance e dessa vez não tinha como falhar. Ele só precisava assinar e o resto eu faria acontecer com algumas mentirinhas.

A medida que Charles se aproximava eu via seu olhar vagar para o mais longe de mim possível e quando eu achava que não poderia ficar pior ele vem a colocar seus óculos escuros. Maldito monegasco.

- Oi...

- Não! — Charles rapidamente me corta e começa a caminhar de forma mais rápida, me fazendo fazer o mesmo para o acompanhar.

- Mas você nem mesmo me deixou terminar! — Exclamo indignada e só então percebo o quão quente estava o sol. - Iria pedir para assinasse o cartão de aniversário da Katie, minha amiga. Lembra dela?

Charles para abruptamente e reviro violentamente meus olhos. Maldito canalha.

- Lembro sim. — Ele diz sorrindo de lado e molhando os lábios. - Ela ainda está namorando?

- Sim. — Respondo o mandando um olhar feio e começando a sentir o nervosismo tomar conta de mim. - E ela ama o namorado. — Trato logo de falar, já que para Charles não estar solteira não significava nada.

Engulo em seco e começo a retirar o "cartão" de dentro do envelope, enquanto sinto o seu olhar impaciente em mim. Charles não era uma das pessoas mais pacientes quando não se tratava da Ferrari.

- Pode assinar embaixo, ao final do cartão. — Falo o entregando junto a minha caneta e sentindo o suor frio que pingava em minhas costas. Estava transpirando por todo o corpo em pura tensão e medo de ser pega em flagrante.

Leclerc vem a retirar a tampa da caneta e me entrega a mesma, enquanto busco tentar me manter imparcial. Ele apoia a folha em sua perna e vem a assinar onde eu tinha lhe pedido, o que me faz respirar mais aliviada. Ele seguia com o mesmo hábito de não ler nada o que lhe pediam para assinar.

- Me avise quando o namoro terminar. — Ele fala me entregando a folha e meus olhos se batem com o coração mal feito que ele tinha colocado ao lado de sua assinatura.

- Obrigada. — Falo pegando a caneta e colocando a tampa na mesma, para de seguida guardar rapidamente o "cartão aniversário" no envelope rosa.

Por dentro eu estava dando piruetas e gargalhando, mas por fora tinha que continuar mantendo a minha pose séria para não arruinar tudo.

Sem antes mesmo Charles ter a chance de falar alguma coisa eu venho a me retirar afim de fazer o caminho contrário e o evitar. Não queria receber questionamentos pois mentir ou disfarçar definitivamente não era um de meus fortes e ele certamente iria desconfiar que algo estava errado.

Agora que tudo estava meio encaminhado precisava apenas ensaiar minha fala para meus pais e dar a menor quantidade de detalhes possíveis. Se falasse muitas coisas futuramente não iria me lembrar mais e seria pega em minha própria mentira.

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oi oi espero que estejam gostando

faking it | charles leclerc Onde histórias criam vida. Descubra agora