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CHARLES LECLERC

   Quando eu acordei já sabia que estava com a maior ressaca do mundo. Minha cabeça doía tanto que parecia que uma banda de metal tinha marcado o ensaio anual dentro do meu crânio. Eu não sabia ao certo como tinha chegado em casa, se Arthur tinha me trazido com ele e me jogado na cama ou se eu tinha chegado com a ajuda de Deus e sua eterna patrulha de proteção para os bêbados.

A única coisa que eu sabia era que queria voltar a dormir e esquecer da dor infernal e dos flashbacks soltos da noite anterior que se passavam por minha cabeça. Minha vida no período de férias estava sendo resumida aterrorizar a Melina de segunda a quinta e ir para festa e baladas de sexta a domingo, mas isso não estava certo.

Arthur e Gasly que geralmente me arrastavam para eventos e festas sempre acharam que álcool era sempre uma boa resposta para os problemas da vida. A felicidade instantânea que trazia valia a pena a qualquer ressaca do dia seguinte, porém, tão rápido que elas vinham, elas iam. E tudo o que sobrava era o arrependimento. E viver de arrependimento não era viver. Por isso voltaria aos trilhos assim que possível.

Os raios solares já entravam em meu quarto pelas frestas da janela, e foi aí que eu percebi que não iria mais conseguir dormir. Me sentei na cama sentindo todos os músculos do meu corpo doerem. Talvez estivesse ficando velho demais para essas coisas. Ou talvez apenas exagerei demais em minhas misturas alcoólicas.

Me levantei da cama totalmente contra minha vontade, e assim que o fiz acabei por esbarrar em meus sapatos jogados no chão. Ótimo jeito para começar um dia após uma noite de bebedeira. Os chutei para baixo da cama e segui com meu caminho até o banheiro se assustando um pouco quando vi meu reflexo no espelho. Meu cabelo estava totalmente bagunçado e meus olhos meio vermelhos, provavelmente por ter ido dormir super tarde e acordado cedo. Lavo meu rosto para tentar amenizar o problema e escovo meus dentes rapidamente, disposto a voltar para a cama e passar o dia todo deitado para me recuperar do estado causado pelo álcool.

Ao sair do banheiro me deparo com Arthur em meu quarto, jogado em minha cama mexendo em seu celular. Quando ele fazia isso na maior parte das vezes era para me contar sobre os delitos que cometi sob efeito do álcool, já que ele não tinha o costume de beber tanto.

- A irmã do Verstappen? Sério? — Arthur vem a falar chamando a atenção de imediato e eu o olho. O que ele estava falando sobre a Melina?

- O que tem a Melina? Aconteceu algo com ela? — Pergunto meio confuso, tinha apenas alguns flashbacks na minha cabeça que tinha visto ela ontem a noite.

Arthur me olhando franzindo as sobrancelhas parecendo confuso e vem a negar com a cabeça, me deixando perdido.

- Você não saiu do lado dela a noite toda. — Meu irmão continua e forço a mente, lembrando-me de que Melina havia mesmo se aproximado em algum momento e sentado em meu colo. - Puxou a pobre garota para o seu colo e a não deixou nem respirar sozinha.

- Somos bons amigos, e eu não puxei ninguém! Ela que se sentou no meu colo! — Me defendo mesmo não me lembrando tão bem do ocorrido.

- Ah, você a puxou sim. — Arthur fala em um tom provocativo. - Não deixou ela se levantar quase a noite toda.

- Você não tem ideia do que está falando, provavelmente confundiu a gente. — Respondo pegando meu celular em cima da cama, verificando se tinha alguma mensagem.

- Você estava tão alterado que eu só consegui te trazer para casa porque a Melina convenceu você a ir até o carro. — Arthur continua falando e eu passo a olha-lo. - Ela estava sóbria, pode perguntar para sua namorada.

Reviro meus olhos e jogo um travesseiro contra o mesmo. Eu não estava assim tão bebado e lembrava vagamente de algumas coisa e umas delas foi quando Melina quis ir até o banheiro.

- Eu não estava tão bebado quanto você está dizendo e ela não é minha namorada. Como eu disse, somos apenas bons amigos. — Suspiro pesado deixando meu celular de lado.

Estou pensativo agora, pensando se disse alguma coisa que não devia para Melina, ou se fiz algo que vou me arrepender no futuro.

- Bons amigos?! Você estava quase a comendo lá mesmo. — Arthur fala e eu arregalo meus olhos passando a olha-lo. Não me lembrava dessa parte, apenas me lembrava de que eu realmente a tive sentada em meu colo mas nada mais que isso. - Conta outra!

- Isso nunca aconteceu, você está aumentando a situação para parecer pior. — Reviro os olhos negando com a cabeça. Não sabia com sair dessa situação, então iria apenas o contrariar.

- Não quer admitir só porque ela é irmã do Verstappen? — Arthur fala em tom de sarcasmo enquanto me olha. - Por isso você está tão quieto ultimamente! Sabia que tinha mulher na jogada.

- Só porquê você não vê significa que estou quieto? Só estou tentando ser mais discreto com a minha vida. — Digo jogando outro travesseiro nele, logo me deitando na cama novamente. - Já me encheu o saco demais, não acha?

- Nunca mais te trago para casa de novo. — Ele fala fazendo drama enquanto se levanta. - Dá próxima vez te deixo dormir na rua.

Arthur finalmente sai do meu quarto e eu passo a tentar me forçar para se lembrar de alguma coisa. Talvez após umas boas horas de sono minha memória voltasse por completo e não com apenas cenas incompletas, já que não sabia se realmente acreditava na palavra. Ele tinha uma grande tendência a aumentar os acontecimentos.

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oiie vou postar mais um capítulo mais tarde :)

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