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MELINA VERSTAPPEN


dois dias depois

      Após o acontecimento de dois dias atrás eu ainda estava extremamente confusa com tudo. Meus sentimentos estavam confusos e eu queria muito conversar com Max sobre, mas não podia. Pelo menos não ainda. Não me sentia totalmente confortável para estar compartilhando com alguém além de Alice, afinal nem mesmo eu sabia o rumo que isso iria levar. Havia trocado poucas mensagens com Charles desde que ele tinha saído aqui de Mônaco e presumia que se dava ao fato dele estar ocupado com seu irmão, não queria pensar tanto nisso para não assumir situações hipotéticas que rondavam em minha mente.

Por mais que eu tentasse me manter distraída vez ou outra minha mente voltava para quando Charles me beijou e a forma como meu coração acelerou. Um sentimento estranho fervilhava dentro de mim que me deixará acordada quase a noite toda em minha cama, era estranho de tal maneira. Suspirei largando o livro que eu segurava e notei que Max tinha o seu olhar em mim, mas com um semblante preocupado. Era como se ele quisesse falar alguma coisa mas não soubesse ao certo se deveria.

Ofereci um sorriso para meu irmão que suspirou e sentou-se ao meu lado no sofá de sua casa. Eu sabia que estava mais quieta do que o normal e que iriam notar isso mais cedo ou mais tarde.

- Sabe que pode me contar qualquer coisa que se passa em sua mente, não é? — Max quebrou o silêncio e me olhou. 

Suspirei pesado e passei a mão no rosto em um ato meio impaciente por não conseguir entender minhas próprias emoções para as colocar em palavras. Sabia que podia confiar em Max, mas me parecia a estranha a ideia de falar que beijei seu melhor amigo. Incerta sobre o que fazer, murmurei  um agradecimento e meu irmão arqueou as sobrancelhas.

- Isso tem haver com o Charles? — Max pergunta e continuo calada, o vendo assentir com a cabeça como se tivesse matado a charada. - O que ele fez?

- Me beijou. — E com essa resposta curta e direta não havia nada que eu pudesse fazer a não ser esperar as especulações de meu irmão.

Max abriu a boca algumas vezes mas palavra alguma saiu. De qualquer modo eu sabia que o mesmo estava tão surpreso quanto eu.

- Vocês estão juntos agora? — Max pergunta vindo a cruzar os braços me olhando.

- Não estamos juntos. — Falei negando com a cabeça e respirei fundo antes de continuar. - Não sei o que está acontecendo.

Olhei para meu irmão com desespero estampado em meus olhos na esperança de que ele viesse a falar algo que me acalmasse. Estava apavorada com a simples ideia de que talvez essa montanha russa de emoções que eu vinha sentindo se tratava de uma paixão muito bem mascarada com a negação.

- E como você está se sentindo com isso? — Max perguntou. A realidade era que eu não sabia exatamente como estava me sentindo.

- Honestamente? Eu não sei dizer. Está tudo tão confuso. — Admiti em um suspiro e apoiei meu rosto em minhas mãos.

- Não precisa resolver isso agora. — Max disse dando de ombros e eu o olhei dessa vez. - Imagino que seja tudo muito novo para você, então só deixa acontecer e aproveita o momento.

Não conseguia aproveitar o momento por justamente me sentir insegura em relação a qual caminho essa situação iria se levar. Algo dentro de mim gritava que eu não deveria me entregar tanto a ponto de ficar vulnerável, mas estar apaixonada por alguém significa estar vulnerável a essa pessoa e ter chances de ter o coração partido. E eu não queria ter meu coração despedaçado em milhões pedaços.

- Não quero ter meu coração partido. — Falei para meu irmão em um choramingo enquanto o olhava.

- Ele não se atreveria. — Max falou e negou com a cabeça. - Eu o mataria antes mesmo que tivesse a chance.

Dei uma risada baixa e Max me puxou para um abraço, onde me aninhei em seus braços e fechei meus olhos. Sem dúvidas o lugar aonde mais me sentia segura era na ternura do seu abraço.

- Eu amo você. — Falei para meu irmão e senti me apertar mais. Eu precisava desse abraço. - Obrigada por estar sempre aqui, você é incrível.

- Eu também amo você, por mais que você tenha me trocado pelo seu querido Leclerc. — Max disse fazendo graça e revirei meus olhos.

- Você nunca vai perder seu lugar de minha pessoa favorita. — Falei me afastando do mesmo e me sentindo até mesmo mais leve em relação a minha confusão mental.

Max deu uma risada e deixou um beijo em minha testa. E novamente ele estava fazendo seu papel de mãe, pai e irmão mais velho. Ficava feliz por o ter como uma figura familiar tão grande para mim, mas as vezes tinha medo de o sobrecarregar com isso.

[...]

atualizada novamente

faking it | charles leclerc Onde histórias criam vida. Descubra agora