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MELINA VERSTAPPEN


- Respira comigo? — Max pediu, recebendo apenas um aceno rápido de cabeça. Minhas palavras estavam presas em minha garganta.

E como todas as vezes que eu precisava do Max ele estava aqui. Fechei os olhos e foquei toda á atenção em minha respiração. Sentia meu peito se movendo quando respirava profundamente, segurava o fôlego e soltava o ar pela boca, como Max me instruía até que estivesse de novo sob controle de minha própria mente.

Às vezes parecia demorar uma eternidade. Às vezes era mais depressa. E, às vezes, eu queria desaparecer.

- Melhor? — Meu irmão pergunta á medida que vou me acalmando mais e me situando novamente.

Talvez dessa vez não fosse bem um ataque de pânico ou nenhuma crise de ansiedade, mas um pico de estresse. Eu estava extremamente nervosa com o jantar que iria ocorrer amanhã e em vista do treino que tivemos ontem tudo iria por água abaixo. Charles aparentemente não conseguia levar absolutamente nada á sério sem fazer gracinhas ou usar seu sarcasmo. Eu estava perdida e há 1 passo de informar á toda família que tínhamos terminado.

- Max, vai dar tudo errado. — Falo choramingando e se jogando des costas em minha cama.

- Você sabe que ontem o Charles estava apenas tirando uma com a sua cara, não é? — Meu irmão vem a perguntar e se deita do meu lado, passando a encarar o teto assim como eu.

Respiro fundo mais uma vez e fecho meus olhos. Não sabia se confiava em Charles o suficiente, mas a situação já estava toda feita.

- E se ele estragar tudo? — Questiono passando as mãos em meu rosto em um ato de puro desespero.

- Charles não faria isso. Se ele disse que iria ajudar você então ele realmente vai. — O mais velho fala novamente em um tom de voz calmo e baixo. - Conheço ele desde os primórdios do kart.

Max assegura novamente e de certa forma acabo por me sentir um pouco mais aliviada. Em meu irmão eu confiava de olhos fechados, até mesmo por saber que o mesmo jamais me deixaria entrar em uma furada.

- E eu também vou estar lá. Se você precisar pode me enviar uma mensagem. — Max continua. Ainda deitado ao meu lado ele puxa meu cobertor para cima de nós dois. - Mas se você realmente quiser desistir podemos faltar juntos e dizer que você ficou doente. Serei seu parceiro de crime independente do que escolher.

Um sorriso bobo toma conta dos meus lábios e acabo por de certa forma me sentir mais confiante. Max sempre sabia o que dizer em todas horas. Eu era extremamente grata por o ter como irmão e com certeza eu não seria a mesma pessoa sem ele, já que grande parte de quem eu sou hoje foi moldado por ele. Meu pai nunca foi um cara presente e sempre se importou mais com Max do que comigo. Para ele era como se eu não existisse, enquanto meu irmão era claramente seu filho dos sonhos. E mesmo assim Max ainda não ficou isento do comportamento tóxico de nosso pai e suas medidas de educação rígidas.

Por outro lado, nossa mãe apesar de ocupada com seu trabalho sempre tentou ser presente em nossas vidas da maneira como podia. Mas por fim sempre acabou sendo Max e eu, e assim que ele atingiu seus 12 anos passou a cuidar de mim e se tornar responsável por sua "irmãzinha". Dessa forma fazendo seu papel de irmão mais velho, pai e mãe. E era assim até hoje. Max esteve presente desde minhas apresentações no fundamental até meu primeiro beijo. E eu não tinha palavras para o agradecer por tudo.

- Muito obrigada, Maxie. — Falo rindo ao lembrar que eu o chamava assim até meus 16 anos. - Você é o melhor irmão mais velho do mundo.

- Você sabe que não precisa me agradecer. — Ele responde e o sinto deixar um beijo em minha testa enquanto parece relaxar mais ao meu lado, já que eu também havia me acalmado.

Um silêncio confortável toma conta do local e eu fecho meus olhos apenas apreciando a presença do meu irmão. Eu sentia falta de ter Max por aqui o tempo todo, mas também entendia que agora ele tinha sua outra vida. No começo eu detestava Kelly por temer que ela "roubasse" meu irmão de mim e acabassemos por nos afastar, mas com o tempo fomos nos aproximando e eu também percebi que Max jamais deixaria algo se colocar entre nós dois.

Kelly também se mostrou fazer muito bem para Max e se tornamos super amigas, considerava tanto ela quanto Penélope parte da minha família agora. Eram incríveis cada uma de seu jeitinho.

Encosto minha cabeça no ombro de Max e tento deixar todos os meus pensamentos obsessivos para trás, buscando apenas me manter calma e positiva sobre o jantar de manhã. Saber que eu tinha seu apoio independente do que decidisse fazer já era o suficiente para me manter nos eixos e não surtar.

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TAN TAN TAN TA CHEGANDO 🥳

faking it | charles leclerc Onde histórias criam vida. Descubra agora