004

8.6K 556 18
                                    

MELINA VERSTAPPEN

     Estava esperando ansiosamente por minha mãe sentada na mesa de jantar, mal podia esperar para contar-lhe as boas novas. Talvez não tão boas e talvez também nem tão novas assim. Mas no momento não importava, finalmente tinha conseguido o que eu queria e iria livrar a minha pele ser novamente o centro das atenções no jantar familiar.

Se tratava de um jantar familiar anual, acontecia sempre na mesma data todos os anos. A família Verstappen reunia-se para conversar e celebrar as vitórias alcançadas de cada um. Mas já no meu caso, era comentar sobre a sombria vida amorosa que eu tinha e me comparar ao meu irmão mais velho.

Minha mãe costumava-se manter imparcial diante da situação, apenas me mandando indiretas discretas vez ou outra, chegando até mesmo a me perguntar se eu gostava de garotas. E eu gostava também, mas esse não era o ponto da coisa toda.

Sorrio quando minha mãe adentra na cozinha com algumas sacolas de comprar e coço a garganta como forma de chamar sua atenção, já que havia entrado tão distraída que nem minha presença percebeu.

- Ah oi, Melina! — Ela finalmente vem a falar e me oferece um sorriso cheio de amor. - Me ajude a colocar as coisas na geladeira.

- Eu tenho que te contar uma coisa, mãe. — Falo dando um sorrisinho cheio de intenções e começando a ajuda-lá a retirar as coisas das sacolas do supermercado. - Estou namorando.

Após minha fala que parece ter caído de surpresa um silêncio toma conta do local com o olhar confuso de minha mãe sobre mim. Ela parecia ter várias perguntas e eu não a julgava por isso, afinal por essa ninguém estava esperando.

- Melina, isso é ótimo! — Ela exclama parecendo animada e parando sua atividade para me dar toda a atenção. - Com quem? Como isso aconteceu?

Pressiono meus lábios uns contra os outros e de forma discreta venho a respirar fundo tomando coragem para seguir com a grande mentira. Pego o envelope rosa e retiro de dentro a falsa certidão com a assinatura para que a mesma visse com seus próprios olhos do que tratava.

Estava nervosa e sentia meus pés formigarem dentro da confortável pantufa que usava.

Uma vez que suas mãos pegam a folha e seus olhos se passam por todo o conteúdo os mesmos veem a se arregalar em tamanha surpresa a medida que iria lendo. Sua expressão estava séria e eu não sabia dizer se estava feliz ou decepcionada com a notícia.

- Charles? — Ela pergunta pergunta e dessa vez parecia estar ainda mais interessada em ouvir toda a história. - Desde quando?

- Tem algumas semanas. — Respondo e me lembro mentalmente de não adicionar tantos detalhes pois mais tarde não iria me lembrar e cairia em minha própria farsa. - Mas decidimos não tornar nada público diante da mídia. Queremos ir com calma.

Mamãe não parecia ter tanto a adicionar ou para perguntar á respeito de Charles, já que ela o conhecia e tinham uma boa relação.

- Como preferirem. — Ela vem a responder e levantar suas duas mãos para cima como forma de rendimento. - Já o convidou para o jantar anual? É uma ótima forma de oficializar para a toda família sem precisar usar redes sociais e chamar tanta atenção para vocês dois, querida.

Meu coração dispara no mesmo segundo e meus olhos se arregalam enquanto venho a engolir em seco e tentar pensar em uma boa resposta. Pelo que eu conhecia minha mãe sabia bem que caso eu falasse que não ou tentasse a enrolar ela daria seu jeito de falar com Charles e o convidar. Estava em uma grande enrascada pior do que antes, e a melhor das opções era seguir com a mentira.

- Já sim. Como eu poderia me esquecer desse jantar?! — Falo e dou uma risada nervosa. Jamais me esqueceria por ser um grande evento traumático revivido todos os anos sem falta.

- Ótimo. — Ela responde sorrindo e voltando a colocar as verduras na geladeira. - Aposto que todos vão o adorar. Charles é um bom rapaz.

- É sim. — Falo suando frio e passo as mãos em meu rosto. Era tarde demais para desistir e também tarde demais para colocar a culpa em Kelly, já que quem deu procedência a essa ideia maluca forá eu.

Saio de fininho procurando não chamar a atenção de minha mãe e evitar mais perguntas sobre a grande mentira.

Vou diretamente para meu quarto e fecho a porta atrás de mim, vindo a trancar a mesma. Estava procurando por privacidade para pensar com mais clareza sobre o que eu iria fazer e como eu iria sair dessa situação.

Estava ferrada. Completamente sem saídas e sem ter o que fazer, o que fazia minha ansiedade resolver aparecer e dar sinal de vida.

__

oi oi a bomba está prestes a explodir

faking it | charles leclerc Onde histórias criam vida. Descubra agora