CAPÍTULO XLI: VINGANÇA FRIA

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Antes:

A infiltração começa. Felipe descobre que os passageiros trazidos eram levados para serem sacrificados a um coelhão gigantesco e avisa seus companheiros. Como último recurso, Suelen acerta uma bomba na Central da N-life. Áster usa seus poderes para impedir que o ônibus com todos fosse destruído, mas falha, embora salve a todos. Felipe encontra um poderoso inimigo em seu caminho para resgatar Samuel.

*ECL: Efeito Câmera Lenta

Agora:

Todo o meu corpo doía conforme me dirigia até meu quarto improvisado. O treinamento com Áster foi muito bom. Aprendi bastante sobre minha habilidade e como usá-la em combate. Em seguida, emendei na patrulha com Suelen para encontrar recursos para nosso plano de fuga. Entre procurar armas, mantimentos, recursos, vigiar os veículos da N-life até encontrar o melhor para roubar e espionar a própria sede para traçar as rotas, o dia foi quase todo embora. Tínhamos menos de uma hora para partir e, de todas as coisas a fazer, escolhi descansar. Aparentemente, manter minha habilidade ativa não me deixava tão exausto quanto todos esperavam, porém, a pressão de ter tantas informações assim sobrecarregando meu cérebro se tornava... demais, após um tempo. Então desliguei meu dom. Era estranho ter apenas meus pensamentos comigo. Lembrei de Narciso falando que meu dom era congênito, talvez isso explique porque agora que ele está em sua forma completa isso pareça tão natural.

De qualquer forma, encontrei a porta do pequeno quarto semi aberta. Sabia que o treino de tiro de Érico havia terminado há pouco, então bati discretamente na porta. Sem resposta e consciente de que haviam poucas situações onde eu não pudesse vê-lo, entrei mesmo assim.

Érico estava deitado sem camisa. O peitoral com alguns músculos aparentes subia e descia com a respiração calma. Os braços estavam atrás da cabeça. Ele tinha fones em seu ouvido. Um celular vermelho obviamente sujo de sangue descansava no colchonete ao lado. Meu loiro-padrão tinha uma expressão neutra. Encarava o teto, pensativo. Sem me anunciar, apenas comecei a deitar junto dele. Érico teve um lapso de surpresa seguido de seu sorriso charmoso de sempre. Me aconcheguei no peitoral macio. O coração ressoando em meus ouvidos junto do clássico de Evanescence tocando no fone. Quem diria que justo ele teria tendências emo. Érico enrolou seu braço sobre mim, deixando os dedos grossos pousarem em meu cabelo. Deslizei minha mão pelo tórax, sorrindo com as cócegas do caminho de pelos descendo por sua barriga.

Por algum tempo, ficamos apenas assim. Aproveitando a companhia um do outro. Deus, aquele momento podia continuar para sempre. Eventualmente, Érico tirou o fone deixando "A Thousand Years" a famosa música de Crepúsculo tocando, ao que não consegui conter uma risada genuína. Ele juntou-se a mim, seus braços fecharam-se com força. Mergulhei em seu cheiro e calor. Por fim, o loiro tomou meu rosto nas mãos. Nossos olhos se mantiveram unidos.

― Obrigado por existir ― disse ele.

― Literalmente não é esforço nenhum. ― respondi.

― Bobo ― Érico puxou-me para um beijo demorado. Meu corpo foi para cima dele. Quando nos separamos, sentei em sua barriga. ― Nossa, você não pesa nada. ― franzi a testa. ― no bom sentido.

― Não sabia que você achava a desnutrição sexy ― declarei. Érico quase engasgou. ― Mas sério: tá tudo bem?

― Melhor agora. Se bem que... ― num movimento engenhoso, ele inverteu nossas posições ficando acima de mim. ― Correção: melhor agora.

Ele foi se curvar para outro beijo, mas coloquei a mão em sua boca.

― Nananinanão, mocinho. ― Érico revirou os olhos. ― Nada de usar sua boca linda pra me distrair.

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