11. Encontro Fatal

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Termino de me maquiar e vou até meu espelho de corpo inteiro para fazer as checagens finais. Ignoro o desejo de vestir um moletom largo e voltar para a minha cama, e tento sorrir para a mulher em um vestido de gala azul, longo estilo sereia, com transparência no busto e que realça todas as suas curvas, mesmo que tudo que ela mais queira é se cobrir.

 Ignoro o desejo de vestir um moletom largo e voltar para a minha cama, e tento sorrir para a mulher em um vestido de gala azul, longo estilo sereia, com transparência no busto e que realça todas as suas curvas, mesmo que tudo que ela mais queira ...

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Eu estou tratando isso na terapia. Tratando minha relação com o meu corpo, e principalmente estou tratando o fato de que o que aconteceu comigo não foi culpa minha, ou das roupas que eu uso, nem mesmo da forma com que eu trato as pessoas. Cristian tirou muito de mim naquele dia, não estou disposta a permitir que ele continue tirando.

_ Filha. - Minha mãe me chama, após leves batidas na porta e eu libero a sua entrada. - Você está belíssima. - Ela fala e eu tento sorrir.

_ Você não acha que está demais? - Pergunto me virando levemente para que possa ver as costas nuas do vestido através do espelho.

_ Está perfeito. - Minha mãe fala de forma firme mas doce enquanto retira meu cabelo quase todo do ombro, o jogando para trás, o que cobre minhas costas nuas por completo. - Maravilhoso, como tudo em você. Eu vim avisá-la que saimos em cinco minutos, mas você não me parece muito animada.

_ Eu não sei se deveria ir a esse baile. Essa roupa, essa maquiagem, voltar a estar no meio de tantas pessoas, tudo isso me parece apavorante agora. É como se fizesse parte de uma outra vida. Eu me sinto dando um salto maior do que a perna, o que só me levará para o chão.

_ Filha, seja lá o que tenha acontecido, isso mudou você. Mas as mudanças, apesar de aterrorizantes, fazem parte da vida  e nos fazem aprender e crescer. Sei que parece que tudo está escuro agora, mas se existe alguém capaz de dar um salto maior do que a perna e cair em pé, essa é você, minha bailarina. - Minha mãe sorri docemente e segura minhas duas mãos. - E se por algum motivo você cair, saiba que eu sempre vou estar ao seu lado para te ajudar a se levantar.

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ANDRÉ

Estaciono em frente a mansão dos Lannister exatamente as 20:30h e para variar Eva está atrasada. Seus atrasos não são uma novidade, na verdade nada nessa situação é inesperado e o olhar de solidariedade do mordome que veio me dar a noticia é só um lembrete disso. Mas por alguma razão, hoje eu me sinto diferente. Estou irritado.

Talvez as palavras de Eva tenham me afetado bem mais do que eu queira admitir, ou talvez seja outra coisa. Só sei que quando vejo Eva despontado na porta com um sorriso presunçoso em seus lábios, após ter me feito esperar por mais de uma hora, eu me vejo ligar o carro e sair cantando pneu para fora da propriedade sem olhar para trás.

Sei que isso vai gerar mais uma briga, principalmente quando meu celular começa a tocar e ao invés de atender eu o desligo, mas por hoje eu estou disposto a não pensar.

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ISADORA

Alfred estaciona o carro em frente ao serimonial e a entrada cheia de reporteres me garante que essa será uma longa noite.

Meu pai é o primeiro a sair do carro para abrir a porta para minha mãe, que está ao meu lado no banco de trás, em um vestido verde escuro, longo e acenturado que realça toda sua beleza jovial. Ela tem um largo sorriso em seu rosto enquanto segura a mão do marido e é guiada para fora do veículo. Alfred abre a porta para mim e estende sua mão em minha direção, com um sorriso confiante, e eu solto o ar profundamente, antes de segurar sua mão e também sair do carro.

Uma chuva de flashs me recebe assim que enlaço meu braço ao homem de confiança do meu pai e enquanto ele me guia pelo tapete roxo até a entrada do serimonial, eu posso sentir todos os olhares sobre mim.

Eu sou uma bailarina já a muito tempo e apesar de fazer parte de uma companhia famosa, eu nunca me senti assim. Mesmo sendo uma Grimald e sabendo que os holofotes sempre estarão sobre nós. Meu pai garantiu que tivéssemos uma vida "normal e privada" na medida do possível. Nossa casa não é uma mansão enorme e luxuosa, apensar de estar em um condomínio de luxo, não crescemos cercados de funcionários, nem tão pouco tivemos uma vida de ostentação apesar de ter o capital para isso, e sei que devemos isso exclusivamente a nossa mãe, que sempre nos quis com os pés no chão, mesmo que tivessemos os recursos para chegar a lua.

Eventos assim nunca foram meu ambiente favorito, e agora, depois de tudo, isso se tornou ainda pior.

Meu pai responde a algumas perguntas, bem como minha mãe. Tiramos algumas fotos e em seguida seguimos para o salão de bailes, onde todos parecem se dirertir, ou fingem.

Somos guiados por um homem até a nossa mesa, que para surpresa de ninguém, é a mesa dos anfitriões, e depois de me sentar, eu passo os próximos quarenta minuntos dividindo minha atenção entre as conversas paralelas e pouco interessantes da mesa, e a recusa de pedidos de pelo menos seis homem, para dançar comigo.

_ A senhorita é sem dúvidas a beldade da noite, todos os homens presentes parecem ter os olhos em nossa mesa. - O senhor Hokiford fala comigo, e o olhar malicioso dele em minha direção não me passou despercebido. - É claro que sua rejeição aos que ousam tentar chamar sua atenção, é o que a torna ainda mais atraente.

_ Os homem querem o que não podem ter senhor Hokiford, é a natureza deles. E também sua fraqueza. - Minha mãe fala ao meu lado, provavelmente por perceber minha perturbação. - Veja só o senhor; - Ela continua e o sorriso tranquilo em seu rosto não trasparece em nada o que vem a seguir. - Apesar de ser um homem casado, e de sua esposa estar bem ao seu lado, não conseguiu tirar seus olhos do corpo de Isadora desde a hora em que nos sentamos. O que, devo admitir,  é uma atitude bem pouco respeitosa da sua parte, seu velho tarado. - Vejo o homem engasgar com o próprio vinho enquanto sua esposa o olha mortificada. E eu olho para minha mãe, boquiaberta, apenas para vê-la sorrir discretamente antes de também beber de sua taça.

_ Com licença. - Escuto alguém atrás de mim e assim que me viro e o vejo sorrir tudo desaparece. - Como eu suspeitava, a mulher mais linda da festa. Que grata surpresa vê-la aqui. Você quer dançar?

TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora