27. Tentativa

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EVA

Tudo está pronto. O Clima está perfeito. As velas dão um ar tranquilizante para o ambiente. A água está na temperatura certa e as pétalas de rosa dão um ar romântico que muito me agrada.

Retiro meu robe vermelho, única peça que estou vestindo, e entro na banheira, me deliciando com cada sensação, cada nuance, cada cheiro. Me aconchego de forma confortável e só então eu pego o celular e ligo para a única pessoa com quem eu quero falar agora.

Uma...

Duas....

Três.....

Quatro......

Cinco chamadas e nada.

Uma...

Duas....

Três.....

Tento outra vez, mas  é só na nona tentativa que posso ouvir sua voz. Cansada, irritada, distante.

**Ligação on**

_ O que quer agora Eva, já estou quase em casa.

_ Eu só queria ouvir sua voz. - Digo a ele enquanto coloco o celular no viva voz e faço o que me trouxe até esse momento.

_ Eva, por que disso? O que está contecendo.

_ Não é nada.

_ Sabe que ainda precisamos conversar, não sabe?

_ Eu não quero brigar, meu amor.

_ Eu também não quero brigar. Mas isso não muda o que eu tenho a dizer.

_ André...

_ Estou a dois quarteirões de casa, conversamos quando eu chegar ai.
Vou desligar agora. Até daqui a pouco.

** Ligação off **

_ Adeus meu amor.

🍎🍎🍎

ANDRÉ

Estaciono o carro em minha vaga e me permito passar os próximos cinco minutos apenas apreciando o doce som do silêncio.

A conversa que terei com Eva não será nada fácil. Nós estamos juntos a muito tempo e acabamos de ficar noivos, e agora eu preciso dizer a ela que está tudo acabado, que eu não a amo, ao menos não da forma certa.

_ Minha mãe provavelmente vai se deliciar com essa história. - Digo em voz alta recolhendo as pastas no banco do carona e saindo do carro.

Ando calmante até o elevador, procrastinando o inevitável o máximo que posso, mas quando desço em meu andar, sei que não dá mais para fugir.

Ponho a senha na porta e assim que abro sou recebido por jazz suave e velas, que são a unica fonte de luz no comodo.

_ Eva. - Chamo por ela enquanto acendo às luzes, mas não obtenho resposta. - Eva. - Chamo novamente enquanto a procuro pela cozinha, mas ela não está por aqui. - Eva, o que está fazendo. - Falo assim que vou para o corredor onde ficam os quartos e o escritório, seguindo direto para o meu quarto. - Eva. - Chamo outra vez assim que entro no comodo, que também está iluminado apenas por velas, e é nessa hora que eu vejo a porta do banheiro entre aberta. - Eva, sei o que está tentando fazer, mas não é assim que resolveremos nossos problemas. - Falo com ela após dar leves batidas na porta do banheiro, mas ainda sem resposta. - Eva, por favor... - Chamo mais uma vez abrindo um pouco mais a porta, e é nessa hora que eu vejo a sena macabra se abrir diante dos meus olhos.

TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora