2. Família

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Mas não se resolveu....

Faz uma semana que eu estou me escondendo na casa dos meus pais. Não saio de meu quarto e se ainda me forço a comer, é apenas por muita insistência da minha mãe, que apesar de parecer bem preocupada, tem respeitado meu espaço, bem como meu pai.

Durante todos esses dias, minhas "amigas" tem tentado entrar em contato comigo, mas eu não estou pronta para vê-las, nem mesmo sei se um dia estarei.

_ Isa?! - Escuto leves batidas na porta e sei que não vai demorar até que ela entre aqui, por isso nem me movo.

Escuto a porta ser aberta e em seguida a claridade invade todo o quarto, me tirando da escuridão, mesmo contra a minha vontade.

Sinto os cobertores serem arrancados de mim com violência e quando estou prestes a reclamar, meus olhos se focam em uma íris escura e muito familiar.

Sinto os cobertores serem arrancados de mim com violência e quando estou prestes a reclamar, meus olhos se focam em uma íris escura e muito familiar

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Antes que eu possa me dar conta, meu corpo está fora da cama e meu irmão me carrega facilmente para fora do quarto. Eu me debato e tento socar suas costas, mas tudo que eu consigo é uma gargalhada alta e irritantemente reconfortante que me faz relaxar, mesmo que ainda esteja irritada.

_ Eu disse que a tiraria daquele quarto. - Sam fala assim que chegamos na área externa da casa e eu posso ouvir a gargalhada dos meus irmãos antes mesmo de ser "delicadamente" jogada na cadeira de madeira com estofado floral.

_ Muito obrigada meu querido. - Minha mãe fala enquanto enche um copo com suco de morango e o coloca em minha frente, junto a um generoso pedaço de bolo de chocolate. - Coma! - Ela ordena enquanto me olha seriamente e eu me ponho a comer lentamente, mesmo que eu não esteja com fome.

_ Quando você chegou? - Pergunto a Samuel que também está se deliciando com um pedaço enorme de bolo.

_ Fazem algumas horas, e como só tenho treino a tarde, eu vim tomar café da manhã com a minha família. Pena que nosso pai teve que ir resolver um problema na empresa logo cedo.

_ No sábado de manhã? - Pergunto para minha mãe que revira os olhos e balança a cabeça em negação.

_ Você sabe como seu pai é quando o assunto é uma nova coleção. Eu meio que o expulsei para o escritório, porque a gritaria dele estava começando a me tirar do sério.

_ Isso faz mais sentido. - Falo sorrindo e vejo meus irmãos fazerem o mesmo.

_ Terminamos. Será que podemos ir agora? - Bernardo pergunta enquanto se levanta, sendo seguido por Grace e por Valentim, mas o olhar da minha mãe me diz que eles não vão a lugar algum.

_ Se com ir, vocês se referem aos seus quartos, então sim, vocês podem ir. Mas se estão se referindo ao pedido absurdo de ir para a praia, mesmo sabendo que estão proibidos de sair do perímetro dessa casa pelas próximas três semanas, a não ser para ir para a escola e suas respectivas aulas particulares. Então é um sonoro e prolongado Não!

TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora