28. Intragáveis

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_ Vocês podem entrar primeiro se quiserem, mas não pense nem por um segundo que eu irei embora sem antes falar com Eva. Goste ou não, ela ainda é minha noiva e fez essa loucura em meu apartamento. E apesar de estar me odiando agora, nem a senhora pode negar que fui eu quem a salvei. Então vá ver a sua filha senhora Lannister, a console e fique com ela, mas esteja ciente que não se livrará de mim tão fácil.

_ Seu muleque insolente...

_ Vamos mãe, a enfermeira já está aqui.- Cristian intervem praticamente arrastando a mãe para longe.

_ Essa conversa ainda não acabou. - Ela ainda diz.

_ Tenho certeza que não.

🍎🍎🍎

(Por motivos de "eu não quero que esses lixos tenham um ponto de vista", a partir daqui, esse capítulo estará em terceira pessoa.)

O caminho até o quarto onde Eva está, é feito com discussões entre mãe e filho, mas assim que eles entram e Clarice vê sua filha, tudo muda.

_ Ah minha princesa, o que foi que você fez. - A mãe fala com pesar enquanto se aproxima da filha, agora com os pulsos enfaixados e aparência pálida e fragil, enquanto cochila serenamente, ou é o que parece.

_ São vocês. - Eva fala abrindo os olhos de forma abrupta e em seguida se senta na cama. - Quando a enfermeira me disse que eu tinha uma visita, pensei que fosse...

_ O André, eu suponho. - Clarice fala com desdém e até mesmo raiva mal contida, o que não passa despercebido por seus filhos.

_ Ele está lá fora, mas nossa mãe insistiu para entrar primeiro. Na verdade ela praticamente o escorraçou daqui aos berros e acusações.- Cristian conta bem humorado como de costume, o que parece deixar a irmã mortificada.

_ A senhora enlouqueceu!? - Eva se altera. - Como você foi capaz de fazer uma coisa dessas?

_ Como eu fui capaz?!- Clarice fala com escárnio. - Olha onde você está Eva. Você cortou os próprios pulsos. Eu quase te perdi, e tudo por culpa daquele moleque. Como você esperava que eu reagisse. Você queria que eu lhe desse flores, um abraço consolador. Me poupe.

_ Sim, eu espero que a senhora faça exatamente isso. André é o meu noivo, é o homem que eu amo e com quem eu vou me casar, o mínimo que eu espero é que vocês se dêem bem.

_ Me dar bem com ele? Você só pode ter perdido o juízo de vez. Você consegue entender a gravidade do que aconteceu aqui? Você quase morreu.

_ Mas não morri. O André me salvou, assim como eu sabia que ele faria. - Ela fala com um sorriso dissimulado dançando em seu rosto.

_ Então você planejou isso. - Cristian fala, ainda sorrindo com a genialidade da irmã.

_ É lógico que sim. O André estava prestes a romper com o nosso compromisso e eu não estou disposta a abrir mão de todos os anos dedicados a esse relacionamento porque o meu noivo está enfeitiçado por aquela rameira.

_ E você pensou que suicídio era a melhor idéia. - Clarice fala incrédula.

_ Não a melhor, mas sem duvidas a mais viável. Situações extremas pedem medidas desesperadas mamãe. Mas a verdade é que eu nunca realmente estive em risco, eu sabia que André me encontraria  e me socorreria.

_ E se ele não encontrasse você Eva. - A mãe fala seriamente. - Se ele não chegasse a tempo de te salvar.

_ Ai mamãe chega dessa história. O importante é que eu estou aqui, e o meu noivo provavelmente está mergulhado em culpa. Exatamente como eu queria.

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