Luzes, câmera e ação.
Se ele gosta de mim
Me leve para casa, vamos lá
Eu sei que você gosta de garotinhas.
Você pode ser meu papai (x2)Put me in a movie - lana del rey
________________________Eu estava descendo as escadas. Hoje já era o dia da viagem e estava mais nervosa do que nunca, afinal, anos se passaram desde a última vez que estive na casa de meu pai, com certeza muitas coisas mudaram e bom, eu nunca fui uma grande fã de mudanças.
Eu nem sequer sabia onde minha mãe estava. Ontem saiu depois do almoço com um de seus namorados novos o qual eu ainda não sei o nome, e bom, até agora não voltou.
Não esperava que ela me levasse ao aeroporto, Kiara quem se ofereceu para me levar, e eu aceitei a carona, até mesmo para passar mais tempo com minha amiga.
Quando fui abrir a porta de casa para sair, foi o exato momento em que minha mãe chegou.
— Ia sair sem se despedir de mim, Lizie? — perguntou cruzando os braços, tirando um de seus saltos dos pés.
Eu apenas a encarei sem expressão, não sabia nem sequer o que dizer. Nunca tivemos uma relação boa ao ponto de fazer uma despedida decente, que mães e filhas fariam. Choros, abraços calorosos ou um "eu te amo" ? Não. Definitivamente não.
— Não sabia onde você estava, no entanto não havia como me despedir. — eu disse e ela estreitou os olhos em minha direção. Nem precisei ver mais nada para saber que seu sermão já começaria.
— Faço de tudo por você, e assim que me retribuiu? Ótima filha, Lizie. — diz, negando com a cabeça. Seus cabelos estavam totalmente bagunçados, suas roupas amassadas, seu batom totalmente borrado e nem precisei pensar em muita coisa para saber o que ela fazia com o tal namorado.
— Vai começar com a imaturidade? Parece uma criança de 5 anos, Kalie. — falei e a mulher me avaliou minuciosamente, seus olhos descendo pela roupa que eu usava, se desviando para as malas e mochilas que estavam em minha mão. — Algum problema? — consigo perguntar.
— Não, nenhum.
Olho para ela por mais um tempo, sem nada a dizer. Como se fôssemos completas estranhas, não mãe e filha. Me afasto dela, tentando passar com minhas malas, mas minha mãe não deixa, me puxando para um abraço. Um abraço.
Não sei que reação ter, meus braços continuam parados. Ela nunca teve esse tipo de afeto comigo. Consigo contar nos dedos de uma só mão todas as vezes que esta mulher me abraçou. Definitivamente é algo do qual não estou acostumada, de modo que não sei como reagir, e também não consigo a abraçar de volta. Não depois de tudo o que ela fez.
Quando finalmente nos afastamos, Kalie retira alguns fios de seu cabelo que estavam no rosto.
— Filha, sei que nossa relação nunca foi das melhores, mas bom, isso é parcialmente sua culpa, afinal só sabe me contrariar em qualquer momento, ser grosseira, não tratar bem os meus namorados...quer dizer, o meu namorado, afinal eu só tenho um agora. Sabe, Lizie, me magoa profundamente ver você sendo tão egoísta dessa forma, e por isso acho que morar com seu pai por esse tempo vai ser bom. Até hoje não me esqueci de quando literalmente mordeu a mão de John! — ela diz, e eu tenho que piscar diversas vezes, para tentar assimilar tudo aquilo. Para torcer que entendi errado e que Kalie não disse nada daquilo.
Mas, de repente todo o meu raciocínio falha, minha mente parece parar de trabalhar por um momento quando ela cita o nome de John. O nome do homem que arruinou minha vida. O homem que era seu namorado, mas que me tocava toda noite, sempre que podia.
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Only for one year
FanfictionLizie Collins se mudou com sua mãe para Vanir, uma cidade afastada e sem muita população. Na época, com 10 anos e depois do divórcio conturbado de seus pais a garota não entendia muita coisa. Sua mãe jamais deixou que ela tivesse contato com seu pai...