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Ei, tudo é culpa minha.
Só não vá embora.
Me encontre no crepúsculo.
Me diga que você ainda é meu.
Me diga que vamos ficar bem mesmo quando eu perder a cabeça.
Eu preciso dizer, me diga que não é minha culpa.
Me diga que eu sou tudo o que você quer, mesmo quando eu quebrar o seu coração.

Aftwrglow - Taylor Swift

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Lizie Collins

Fazia dois dias que eu tinha saído do hospital, depois da alta que o médico me deu. Apenas pelo acontecido, meu pai resolveu ficar uma semana sem ir trabalhar para estar mais perto de mim, caso eu precisasse de alguma coisa. Liliane também a todo momento se mostrava presente, oferecendo alguma comida (que ela fazia questão de revisar inúmeras vezes só para ter a certeza que eu não tinha alergia a nada dali) Jason ajeitava os meus travesseiros a todo mundo, e até Dora, que quando soube do que aconteceu quase chorou.

Aquela preocupação toda que as pessoas ao meu redor tinham eram estranhas para mim, mas eu me sentia cuidada e amada por todas elas. Afinal, lembro-me de inúmeras vezes que Kalie saia de casa, só voltando depois de semanas, me deixando trancada, sozinha, sem comida, e sem ninguém ao lado para ajudar. Ela nem perguntava se estava tudo bem. Quando eu tinha qualquer resfriado, ou algo mais grave, nunca se importava, apenas mandava eu ir até a cozinha beber alguma coisa, que logo iria passar. Então ver todos daquela casa se importando genuinamente até com a posição do meu travesseiro me deixava um tanto quanto feliz.

Porém, mesmo com tudo isso, uma única coisa ainda continuava fixa na minha mente: Damon dizendo que me amava, e falando todas aquelas coisas maravilhosas que me deixaram atônita no hospital.

Eu nem sequer tive tempo de responder aquilo, logo que meu pai, Liliane e Jason chegaram, Damon só ficou por mais alguns minutos antes de ir para a sua casa. Queria falar desesperadamente com ele, mas até então, não tive a oportunidade, e mandar uma simples mensagem parecia superficial demais.

— Oi, Lizie. Como você está? — minha madrasta pergunta quando eu entro na cozinha, mesmo com a aparência abatida que sei que estou, a maquiagem havia ajudado a esconder isso facilmente.

— Estou bem, obrigada. E você? — pergunto, me sentando na cadeira. Liliane sorri enquanto prepara um chá para ela tomar.

— Também estou bem. — diz, se sentando na cadeira a minha frente. — Tomou todos os remédios que o doutor indicou? Teve alguma reação com ele? Se precisar posso fazer um chá para você também, quem sabe isso ajude mais.

— Tomei todos, e não precisa se preocupar. Na verdade, não sou a maior apreciadora de chás.

Liliane sorri, porém concorda com a cabeça enquanto se inclina para pegar a sua xícara que está fumegando graças a temperatura do chá.

Desde que cheguei aqui, nossa relação sempre havia sido muito boa. Minha madrasta fazia de tudo para me agradar, e eu sabia que seus sorrisos e preocupações eram sinceras. Pelo menos 3 vezes ao mês saímos as duas para fazer compras, ou somente passear e comer um açaí. Ela dizia que aquilo era como uma tarde das garotas. E eu gostava muito de passar o meu dia com Liliane, com o passar dos meses adquiri uma apreciação e admiração genuína por ela. Era como uma mãe para mim, uma mãe que nunca tive.

— Falou com Damon?

Olho para baixo, mexendo nos anéis que ocupam meus dedos. A pergunta me deixa um pouco inquieta, e Liliane deve perceber isso, mas não fala nada até que eu dê uma resposta.

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