Only for one year

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Eu adoraria voltar para a minha antiga casa.
Mas eu nunca vou poder
Eu nunca vou poder.

Back to the old house - The Smiths
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11 anos atrás

Claire e eu estávamos na escola, brincando na hora do recreio com outras amigas nossas. Até que senti minha cabeça doer, e resolvi me sentar um pouco.

— Tá tudo bem, Liz? — Claire pergunta, parecendo preocupada enquanto me olha com seus olhos que possuem grandes cílios cheios.

— Acho que sim, eu só não comi muito bem antes de sair de casa e acabei esquecendo de comprar um lanche na cantina, mas vou melhorar.

— Isso não é aquelilo que você tem? Hum...baixa fessão? Ou...treção?

Acabo dando uma risada de suas tentativas para falar o nome do que muitas vezes acabo sentindo não só por genética, mas por não me alimentar como devia.

— Baixa pressão. — a ajudo, enquanto coloco minhas mãos sobre o colo e suspiro. — Talvez seja, mas eu não sei, acho que se ficar um pouco parada aqui isso vai passar.

— Tudo bem. — Claire fala com um sorriso imenso, enquanto se ajeita ao meu lado no banco, ela descansa sua cabeça em meu ombro enquanto balança os próprios pés.

— O que está esperando? — pergunto, levemente confusa.

— Ué, eu vou ficar aqui com você enquanto sua pressão melhora, boba! O que achou?

— Mas nós estávamos no meio da brincadeira, Claire, as meninas não vão gostar que você saia dela assim! — falo, olhando para ela, que dá de ombros enquanto continua apoiada em mim.

— Não tem problema, amanhã a gente continua a brincadeira quando você estiver melhor. Mas hoje vou ficar aqui mesmo, sentada do seu lado. — ela fala, me lançando um sorriso, do qual retribuo imediatamente.

— Obrigada, você é a melhor amiga que eu poderia ter.

— Quase irmãs de sangue, lembra? — Claire pergunta, enlaçando suas mãos com a minha, e elas se encaixam perfeitamente.

— Nunca vou esquecer. Irmãs e amigas para sempre, promete? — pergunto, erguendo o dedinho mindinho para que Claire junte com o seu.

— Prometo! — ela fala, mas ao invés de esticar o mesmo dedo que o meu, minha amiga mostra o polegar. — Mas vamos fechar esse acordo com o dedão.

— Por quê?

— Oras, porque ele é mais forte que o dedinho, então a promessa não vai se quebrar nunca. — Claire explica e eu sorrio, enquanto concordo com a cabeça e enlaço o meu dedo com o dela.

Ela continua sentada ao meu lado, e sei que vai continuar até o sinal bater. Então pergunto, curiosa:

— Como será que vai ser quando crescermos?

— Crescermos tipo adolescentes? — ela pergunta, erguendo a cabeça para me encarar melhor.

— Sim.

— Eu não sei, mas gosto de ser criança! Afinal, os adolescentes são meio estranhos, não acha?

— Eu acho que sim, mas eles sabem fazer divisão, né?

— Bom, acho que sim! Eles devem saber fazer contas mais difíceis do que isso...provavelmente.

— Nossa, mais difícil do que divisão? Eu não quero nem ver como vai ser! — falo e Claire dá uma risada enquanto mexe nas bolinhas de minha pulseira.