Only for one year

25

Eu não quero ser sua amiga.
Eu quero beijar seus lábios.
Eu quero te beijar até perder o fôlego.

I wanna be your girlfriend - Girl in red
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Dois dias já haviam se passado, e consequentemente meu aniversário também. Os presentes que recebi foram incríveis, e a quantidade era quase surreal. Acima disso, eu gostava mais da presença de todos ali. Das pessoas que haviam parado um pouco de seu tempo apenas para comemorar comigo uma data especial. Tal coisa aquecia meu coração depois de tantos anos sem uma comemoração decente.

Eu estava na casa de Damon junto com meu pai, Liliane e Kiara. Acontece que o tio Manoel havia marcado com todos nós um jantar hoje, então não podíamos fazer desfeita, afinal, meu pai amava a amizade dele.

Damon não havia trocado uma palavra sequer comigo a não ser na hora em que todos nós chegamos. E tenho certeza que só fez isso porque tio Manoel o obrigou.

2 dias atrás, quando a festa acabou e todos foram embora eu fui até o meu quarto junto com Kiara. Em cima da minha estante havia uma embalagem, não tão grande, com uma caixinha em cima. Quando eu abri vi que era um livro, não qualquer livro, mas um que eu queria há séculos, e que havia comentando apenas uma vez com uma pessoa. Damon.

Além de me dar o carro ele também tinha me dado um livro que eu queria muito, e dentro da pequena caixinha havia um colar de prata, com um pingente todo trabalhado em um tom verde, que provavelmente custava uma fortuna.

Eu tinha certeza que o presente tinha vindo dele, e quando abri o livro tive a confirmação. Já que na contra-capa havia uma foto nossa de quando éramos crianças, e eu me lembrava dela. Damon estava beijando a minha bochecha logo depois da mãe dele dizer "mandem um beijinho para a foto!" Afinal, talvez ele tivesse entendido que era para beijar o meu rosto.

No dia da foto nós estávamos em um parque. O calor estava insuportável, então Damon havia me dado seu boné para que eu usasse, e logo em seguida tinha dado um jeito de roubar o de Jason para colocar em sua cabeça.

Kiara havia ficado maluca com aquilo, dizendo que era óbvio que Damon tinha um claro interesse em mim. E que apenas eu me recusava a acreditar em tal coisa.

E por conta disso, no final do jantar eu decidi ir até o último andar da casa, onde Damon estava apoiado no parapeito enquanto fumava um cigarro. Parecia relaxado, mas eu sei que se olhasse na imensidão verde de seus olhos com certeza veria a confusão travada ali.

— Oi. — digo, ficando do lado dele, que não responde. Nem se dá o trabalho de olhar direito na minha direção, o que me faz pensar se essa ideia louca de falar com ele realmente vale a pena. A fumaça sai de seus lábios de uma maneira devagar, como se estivesse acostumado a fazer tal coisa. — Posso dar uma tragada?

Damon continua calado por alguns segundos, até tirar o cigarro da boca e me encarar nos olhos finalmente. Sua intensidade ainda presente ali é absurda.

Por incrível que pareça Damon não cheira á nicotina. Não tem nenhum resquício do aroma quando ele se aproxima, mesmo que o garoto viva com um maço de cigarro na boca. A única coisa que consigo sentir é seu perfume masculino amadeirado suave, porém forte o suficiente para se instalar com facilidade na minha mente. É um cheiro bom pra caralho.

— Desde quando você fuma? — pergunta, com cautela, depois de alguns segundos calado. Eu apenas dou um pequeno sorriso enquanto ajeito a manga da minha blusa de frio para me aquecer mais.

— Desde quando você fuma? — contraponho com a mesma pergunta entanto arqueio levemente uma de minhas sobrancelhas.

— Touché.