sofrimento

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Pov's Sora

Mahina: Sora, me responde uma coisa - falou enquanto desenhava - por que você pode sair de casa e eu não? 

— Vem cá - falei ao indicar para ela sentar no meu colo e rapidamente ela vem - somos muito diferentes um do outro, sabia?

Mahina: eu sei. Você é homem e eu sou mulher, e isso é bem diferente - falou toda cheia de si, me fazendo rir.

— Em parte, você está certa, mas não é só isso. Você é muito especial para mim, e eu tenho muito medo de te machucarem - falei ao fazer carinho em sua cabeça.

Mahina: do mesmo jeito que te machucam? - perguntou tristonha, ao deitar a cabeça no meu peito.

— É, sim, pequenina! - falei e escutei ela soluçar.

Mahina: então, não sai mais de casa. Não gosto de ver você todo machucado - falou chorando e eu a abracei.

— Ei, não chora. Prometo que não vou mais me machucar, tá? - falei e ela olhou para mim e limpou suas lágrimas.

Mahina: você sempre fala o mesmo. Mas, sempre aparece machucado - falou inflando as bochechas.

— Tá me chamando de mentiroso, é? - perguntei, apertando sua bochecha.

Mahina: aí, isso dói, calaio (caralho) - falou ao colocar as mãos nas bochechas e eu a olhei indignada.

— Que história é essa de "calaio"? - perguntei e ela soltou um grito e saiu correndo - volta já aqui, Mahina!

    Vou atrás dela. Até que ela vai para o quintal e, de repente, a Mahina fica maior, e uma cobra gigante aparece em sua frente, com a boca aberta, e a Mahina vai em direção à boca da cobra.

    Tento impedi-la de entrar na boca, mas meu corpo não consegue sair do lugar.

— MAHINA! - gritei desesperadamente, mas foi inútil, a Mahina já estava na boca da cobra - NÃÃÃÃÃÃÃOOOOO!

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    Abro meus olhos, assustado, e percebo que tudo aquilo foi um sonho... Sonho não, pesadelo.

    Me sento na cama e respiro fundo. Aquilo foi tão real, como se tivesse realmente acontecido. Mas, e se realmente aconteceu?

    Já faz alguns dias que tomei alta do hospital e também já faz alguns dias que recebi a notícia sobre o desaparecimento da Mahina.

    Me nego a acreditar na probabilidade de que ela esteja morta. Tenho a certeza de que ela não se deixaria morrer tão facilmente.

    Escuto algumas batidas na porta, permito que a pessoa entre e vejo a Kasumi entrar com uma bandeja na mão.

Kasumi: fiz o seu café - falou gentilmente, ao sentar do meu lado e colocar a bandeja no meu colo.

— Obrigado. Mas não precisava - falei a olhar para ela.

    Apesar de serem gêmeas, elas são muito diferentes. No jeito de olhar, no jeito de falar, até no jeito de agir. A Mahina nunca prepararia comida para mim, porque ela sabe que eu não gosto nenhum pouco de comer comida preparada pelos outros. A Mahina nunca falaria com tanta gentileza com ninguém. Ela até falava, mas quando era mais nova, quando foi conhecendo a maldade desse mundo, parou de agir como uma garota fofa e gentil.

Kasumi: eu tenho medo de que ela não apareça ou apareça morta - falou aflita.

— Ela não está morta - falei curto e direto.

Kasumi: mas... - falou e eu a interrompi.

— JÁ DISSE QUE ELA NÃO ESTÁ MORTA! - falei e ela se assustou.

uma uchiha com olho azul?Onde histórias criam vida. Descubra agora