Após o café da manhã e a conversa reconfortante com Natasha, Sarah subiu novamente para seu quarto. Ao caminhar pelos corredores, ela pôde notar a mudança no complexo, que estava movimentado do jeito que era normalmente.
Sarah olhou pela janela de vidro e viu alguns de seus amigos em suas rotinas diárias. Avistou Steve na área reservada para treinamentos, treinando com seu escudo, arremessando-o contra a parede da área de treinamento reforçada para receber altos impactos, criada por seu pai adotivo, Tony Stark. Steve no treino era habilidoso, pegando o escudo no ar com agilidade e realizando manobras incríveis.
Sarah sentiu seu coração doer ao ver Steve em sua rotina semanal. Ele estava lindo como sempre, com seu cabelo loiro um pouco bagunçado pelo treino e um pouco de suor em seu rosto, quase imperceptível. Steve e Sarah tiveram um relacionamento no passado, mas que acabou de forma dolorosa, deixando marcas e mágoa em ambos. Sempre que estavam perto, uma tensão se formava no ar.
Sarah então decidiu parar de observar Steve antes que ela ficasse melancólica pelas memórias da relação mal resolvida deles. Ela continuou andando e avistou Wanda e Visão em treinamento. A relação de Visão e Wanda estava se desenvolvendo mais rápido do que ela imaginava, mas Sarah gostava do fato de Wanda ter alguém para apoiá-la, principalmente depois da morte do irmão dela. A ideia de alguém ficar sozinho sem apoio não agradava Sarah.
Sarah chega no seu quarto e vai até o armário dela para pegar sua mochila de equipamento para treino e se dirige para a área de treinamento, escolhendo uma isolada. Era da preferência de Sarah treinar sozinha. Ao chegar, Sarah coloca sua mochila no chão e se prepara. Ela enfaixa as mãos com bandagem e ajeita um saco de pancadas antes de começar a golpeá-lo com chutes e socos, onde ela colocava toda sua força e velocidade. Seus golpes em um alvo vivo com certeza seriam fatais.
Enquanto desferia golpes certeiros e bem articulados no saco de pancadas, Sarah não pôde evitar deixar sua mente viajar para uma das épocas mais sombrias e dolorosas de sua vida: sua infância antes de ser resgatada por Tony, o inferno que viveu nas mãos da HYDRA.
~𝙁𝙡𝙖𝙨𝙝𝙗𝙖𝙘𝙠𝙨 𝙙𝙚 𝙎𝙖𝙧𝙖𝙝~
Em uma instalação da HYDRA, Sarah tinha oito anos e estava em um quarto que era mais parecido com uma espécie de cela. Havia apenas um colchão no chão úmido e frio, onde ela dormia. Sarah tinha nas mãos um ursinho de pelúcia azul, que foi a única coisa que Sarah manteve com ela quando foi tirada de sua família, da qual ela não conseguia se lembrar porque apagaram a memória dela. Sarah estava sentada no colchão, abraçando seus joelhos, tremendo de frio e chorando. Ela só queria acordar e perceber que tudo não passava de um pesadelo horrível, mas a realidade era bem diferente.
-A garota está aqui. - Sarah ouve uma voz falar próxima à cela em que ela estava, e a porta se abre. Dois homens, que Sarah desconhecia, entram: um mais alto e musculoso, com cabelos escuros, e outro mais baixo, com cabelos castanhos.
-Por que não me disse que ela era tão nova? - O mais alto encara o mais baixo com um olhar de desaprovação.
-Assim é melhor. Quanto mais nova ela for, haverá menos chances dela se lembrar de alguma coisa sobre a família dela. E ela é uma criança, fácil de manipular. - O menor responde, justificando o fato de Sarah ser nova. O mais alto apenas suspira, dando crédito ao mais baixo, e volta a olhar para Sarah, se aproximando dela e se ajoelhando ao lado dela.
-Olá, pequena, como você está? - Ele diz, em uma tentativa falha de ser gentil. Sarah não responde, apenas o encara em silêncio. O homem não gosta do silêncio de Sarah e se levanta, afastando-se. Sarah podia ver nos olhos dele a frieza e crueldade, o que a fez sentir mais medo.
-Leve-a, vamos começar o mais rápido possível. - O mais alto exigiu em tom áspero e virou-se, saindo da sala. O segundo homem que ficou pegou Sarah pelo braço e começou a puxá-la para fora da sala. O homem era muito maior e mais forte que Sarah. Ela sabia que não tinha chances contra ele, então apenas permitiu que a levasse.
O homem levou Sarah até uma espécie de laboratório, onde a deitou em uma cama e a amarrou. Sarah não dizia nada. Ela estava com tanto medo que não era capaz de reagir e apenas chorava de forma silenciosa. Ela viu várias pessoas com roupas brancas mexendo em várias coisas ao redor dela, até que uma mulher se aproximou com uma agulha e, sem pedir permissão a Sarah, injetou na veia dela, fazendo-a gritar de dor. O líquido queimava como fogo, a dor era imensa. Sarah começou a chorar, se debater e gritar de dor, implorando para parar. A mulher não se importava com a dor de Sarah e continuou injetando. Depois de tanto gritar e se debater, Sarah se sentiu fraca e desmaiou de dor.
~𝙁𝙞𝙢 𝙙𝙤 𝙁𝙡𝙖𝙨𝙝𝙗𝙖𝙘𝙠~
Sarah, sem se dar conta, começou a chorar e parou de desferir golpes no saco de pancadas. Ela se ajoelhou no chão, sentindo lágrimas quentes inundarem seu rosto. Mesmo depois de anos, as memórias eram tão vividas e dolorosas na mesma intensidade. Sarah temia nunca conseguir se livrar da dor que a perseguia por tantos anos sem cessar.
"𝘌𝘶 𝘮𝘦𝘳𝘦𝘤𝘪𝘢 𝘢𝘲𝘶𝘪𝘭𝘰?"
Essa foi a pergunta que Sarah nunca pôde deixar de se fazer por anos, mas, no fundo ela sabia a resposta.
"𝘕ã𝘰! 𝘌𝘶 𝘦𝘳𝘢 𝘶𝘮𝘢 𝘤𝘳𝘪𝘢𝘯ç𝘢! 𝘕𝘦𝘯𝘩𝘶𝘮𝘢 𝘤𝘳𝘪𝘢𝘯ç𝘢 𝘮𝘦𝘳𝘦𝘤𝘪𝘢 𝘢𝘲𝘶𝘪𝘭𝘰"
Essa era a resposta. mesmo que seu cérebro sempre lançasse a ela essa pergunta, na tentativa de fazê-la acreditar que, de alguma forma, ele mereceu ter sido tratado como um rato de laboratório. Seu coração nunca mentia para ela. Ela sabia que foi vítima de uma organização cruel e de pessoas sem escrúpulos.
Enquanto as lágrimas banhavam o rosto de Sarah e ela revisitava os piores momentos de sua vida, ela sentiu braços envolvendo-a e uma mão acariciando seus cabelos. Ela não precisou olhar para saber que era seu pai adotivo, Tony Stark.
- Sarinha... - A voz aveludada de Tony sussurrou em seu ouvido, enquanto uma mão acariciava os cabelos dela e seu braço livre a envolvia em um abraço caloroso. Tony não precisava perguntar o que aconteceu para ela estar chorando; ele conhecia bem a filha dele.
Sarah se deixou ser abraçada e acalmada pelo pai. Ela encostou a cabeça no ombro dele, enquanto as lágrimas dela molhavam a blusa dele, mas ele não se importou. Naquele momento, tudo que importava era sua filha em seus braços.
- Vai ficar tudo bem. Eu estou aqui. Eles não podem mais machucar você enquanto eu respirar. Nada tocará você. - Tony reforçou a promessa que fez no dia que resgatou Sarah das mãos da HYDRA e prometeu a ela que enquanto estivesse vivo, ele nunca deixaria nada machucar sua filha.
-Dói muito... ainda dói.
-Eu sei, eu sei, mas você está segura agora. Não chore, não gosto de ver você chorar.
Era verdade. Tony era um homem forte e destemido que já havia enfrentado vários inimigos, e nenhum foi capaz de colocar medo nele. Mas uma coisa que doía em Tony mais do que qualquer ferimento de batalha era ver quem ele amava sofrer.
Tony sempre teve um ódio mortal da HYDRA pelo que ela fez com Sarah e tinha vontade de fazer vingança com as próprias mãos, mas sabia que não era aquilo que iria fazer Sarah se sentir melhor. Ele não foi capaz de proteger Sarah quando ela precisou, mas dali para frente ele a protegeria com sua vida, se preciso, mesmo sabendo que Sarah era uma mulher adulta, forte, determinada e destemida, capaz de cuidar de si mesma sozinha. Independente disso, ele a protegeria e cuidaria dela.
Ela podia não ser a filha dele de sangue, mas foi a filha que o coração dele escolheu, e nada nem ninguém mudaria o fato de que ela era filha dele.
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Lembrando que eu não tenho data certa para postar, mas é bem provável que eu vá postando à medida que os capítulos forem ficando prontos. Então, pode ter mais de um capítulo em uma semana. Não se esqueçam de me seguir no TikTok, onde estarei postando vídeos, atualizações e spoilers da fic.
Espero que gostem! 😊
Até o próximo capítulo! 🥰
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𝐃𝐞𝐬𝐭𝐢𝐧𝐲 | 𝐒𝐭𝐞𝐯𝐞 𝐑𝐨𝐠𝐞𝐫𝐬
RandomA vida de Sarah foi uma batalha constante desde a infância, marcada por perdas, solidão e a necessidade de se adaptar para sobreviver em um mundo que nunca lhe deu trégua. Quando foi adotada por Tony Stark, ela encontrou pela primeira vez um lar de...