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A noite já havia se instalado completamente, cobrindo a mansão de Tony com um manto de escuridão e silêncio. As luzes estavam apagadas, exceto por uma fraca iluminação que emanava da sala de estar. Steve estava sentado na sacada, a brisa fria da madrugada batendo em seu rosto, trazendo uma sensação de clareza temporária em meio ao caos que dominava sua mente.

Ele segurava um copo com uma bebida que raramente tocava, a bebida forte queimando suavemente sua garganta enquanto deslizava para dentro. Era um hábito que ele havia abandonado há muito tempo, mas naquela noite, a dor e a preocupação por Sarah o levaram a quebrar suas próprias regras. Ele não conseguia afastar os pensamentos dela; a imagem de seu sorriso, sua determinação e a fragilidade que ele agora sentia ao pensar em como ela estava em perigo.

— Sarah... — ele murmurou, os olhos fixos na escuridão à sua frente. Sua mente girava com as possibilidades do que poderia estar acontecendo com ela. Ele se lembrava de cada momento que passaram juntos, de como ela se destacou entre todos como uma luz em sua vida. Agora, essa luz estava ofuscada pela incerteza e pelo medo.

A culpa o consumia. Como o Capitão América, era seu dever proteger aqueles que não podiam se proteger. Ele falhou.

— Eu deveria ter estado lá. Eu deveria ter feito mais. — Cada palavra ecoava em sua mente como um mantra, intensificando o peso que ele carregava nos ombros. Ele se lembrava do sorriso dela, do calor do toque, e como isso parecia tão distante agora.

Steve se levantou, caminhando de um lado para o outro na sacada, olhando para as estrelas que brilhavam indiferentes ao seu tormento interno.

— O que você deve estar passando, Sarah? — ele se perguntou, a voz baixa, quase um sussurro. Ele queria acreditar que ela estava segura, que ela ainda tinha um pedaço de sua força lutando contra as sombras que a cercavam. Mas o que Zemo e Pavlova eram capazes de fazer? O que eles poderiam ter feito com ela?

As lembranças da última vez que a viu ainda estavam frescas em sua mente — a preocupação em seu olhar, a determinação em sua voz. Agora, enquanto ele a imaginava nas garras de seus captores, um frio na barriga se instalou, e ele sentiu a angústia crescer.

Ele se permitiu um momento de vulnerabilidade, um espaço para sentir a dor e o desespero que o envolviam.

— Se eu puder te encontrar, se eu puder te trazer de volta... — ele prometeu, mesmo que as palavras parecessem vazias no ar noturno.

Com um último gole, ele pôs o copo de lado e olhou para o céu, a respiração pesada enquanto tentava se concentrar. Ele não poderia desistir. Ele não poderia deixar que a culpa o paralisasse. Sarah precisava dele agora mais do que nunca, e ele estava determinado a resgatá-la, não importando o custo.

Ele se afastou da sacada, a determinação renovada. Era hora de agir. A luta não havia acabado; era apenas o começo.

Steve caminhava pelo corredor escuro da mansão, os pensamentos ainda fervilhando em sua mente. A luz fraca mal iluminava o espaço, e a atmosfera pesada parecia refletir sua preocupação com Sarah. Cada passo era dado com pressa, e seu foco estava tão distante que ele mal percebeu quando uma figura apareceu à sua frente.

— O que... — Ele não teve tempo de completar a frase antes de esbarrar na pessoa. Instintivamente, agarrou o indivíduo e o lançou contra a parede, pressionando o corpo contra o material sólido, pronto para agir, alerta e preparado para qualquer ameaça.

— Steve, espere! — A voz familiar de Ivan cortou o ar, e ele imediatamente reconheceu o tom.

A tensão no corpo de Steve começou a diminuir ao ouvir as palavras de Ivan. Ele soltou o amigo, dando um passo para trás, respirando fundo.

𝐃𝐞𝐬𝐭𝐢𝐧𝐲 | 𝐒𝐭𝐞𝐯𝐞 𝐑𝐨𝐠𝐞𝐫𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora