... Bah-bah-bo, bo, apenas diga "Sim" e talvez
Se você me apertar e eu te apertar
Tra-la-la-la-la-loo
Bee-oo, bye-oh, bee-oo, boo...Cole pousou o braço em cima da nuca de Nicolas. Ambos estavam ansiosos, principalmente o criptozoologista, o qual não sabia o que pensar com um cara tão próximo dele.
Parece ridículo, mas é uma ótima estratégia estarem seminus, assim eles dificultam casos de reconhecimento, já que o pânico moral desviaria a atenção.
- Nicolas. Posso te chamar de Nicolas? Você não acha essa canção linda?
- É... eu gosto de músicas clássicas...
- Botch-a-Me. Foi um sucesso na época do seu lançamento, alcançou o top 10 nos Estados Unidos. Embora a melodia tenha um jogo de palavras italianas, o título vem do inglês britânico. É uma expressão usada para descrever alguém que comete erros...
Ao mesmo tempo que o controlador de tráfego discursava as curiosidades ligeiramente interessantes sobre a cantiga, Nicolas não podia deixar de notar que o movimento dos homens e mesmo das mulheres ao redor do corpo envolto em plástico, estava piorando.
- Então... o que temos para hoje?...
Cole agarrou a folha de cima da defunta e entregou ao garoto que a examinou ignorante porque estava escuro, mas em sua comoção, olhou mais de perto para o passado. O que ele faz aqui!
- A meta é testar a desconfiança desses estudantes em um cenário de homicídio confinado e um círculo fechado de suspeitos. Encantador, não? Como os romance de mistério que eu costumava ler na adolescência - a alegria deu uma ligeira arfada. - ... Afe! Quem estou tentando enganar? Sei quem você é. Um detetive - o investigador sentiu uma pontada de excitação e zombaria. - Arrisco que já viu as fotos também. Estão por todo o aeroporto - mostrou do bolso uma cópia exata da que o detetive tinha.
Nicolas sem desaproveitar ocasiões, recompõe-se e procedeu às questões prudentemente.
- Quem é o Deus que vocês se referem nas fotos? O assassinato de Diana foi ritualístico ou o quê?!
- É para isso que o deixei vir até aqui. Você que tem que me dizer... - Cole fechou os olhos em reminiscência. - ... Num fim de tarde recebi Diana e a filha aos prantos, junta de umas falas desistentes como "não consigo seguir com isso, Cole. Não consigo seguir fingindo". Tentei acalmá-la, mas ela me disse que a estavam espionando e que iriam rastrear o salário dela até a menina. E-Eu, jurei que não iam separá-las. Até derrubaram um avião conosco para firmar a promessa.
- Quem a estava espionando?
O homem pareceu ignorou seus colegas e apenas continuou a retórica.
- A gente! Veja no que nos convertemos! Isto não é ystería isso é traição! Fizeram disso um homicídio intra-grupo! Mas... - o timbre de sua boca aliviou-se. - Detetive, te darei uma oportunidade de consertar tudo e demonstrar que a minha hipótese decepcionante está errada.
- Não, não está - Cole sentiu como se retirassem um ferrão de um dedo inflamado. - Já reservou um dia para refletir a razão de algumas conspirações e crimes nunca serem solucionados? Perceba, um assassino não pode estar em dois lugares ao mesmo tempo... por que o delito foi praticados por mais de uma pessoa. Essa é a tática de um crime perfeito, cada um provar o álibi um do outro. - resfolgou a cabeça no próprio ombro. - Admito que talvez não conseguisse solucionar esse assassinato se não tivesse me deixado entrar aqui, embora ele seja cheio de lacunas. Aconselho a serem mais elaborados da próxima vez...
Todos pararam de dançar.
- Eu não posso acreditar... não quero...
O criptozoologista tirou a caderneta do bolso e condensou os fatos escrevendo.
- Trata-se de milhares de funcionários trabalhando juntos pela mesma motivação que a pouco você me narrou. Medo. Medo que Diana metesse com a língua entre os dentes, não é mesmo? - Nicolas palestrou para os trabalhadores inseguros e relativamente comuns. - O silêncio tudo comprova, cada um teve sua parte no filme... - um flashback explicou passo-a-passo o crime em sua cabeça. - Deixe me ver... há algumas semanas, alguns funcionários iniciaram o esquema, arrastando tudo o que poderia obstruir aquela sala do corredor para o escritório. Mesas, cadeiras, vasos de planta e o mais, deixando arranhões irregulares no piso, o qual a poeira não pôde se acumular devido a falta de uma corrente de ar. Depois, outros carregaram um suposto detector quebrado para o almoxarifado, porém com algumas modificações feitas pela manutenção para chamá-la o cuidado. Ligaram-o na tomada, contudo cortaram a força do aposento até o momento certo. E pronto, o mecanismo do delito estava feito - Nicolas umedeceu os lábios para continuar. - Assim sendo, avançando para essa noite, uma locutora do aeroporto ou feitor convocou a Sra. Diana naquele gabinete do passadiço. Nos 3 minutos de caminhada até lá, alguém entrou na Central Elétrica, religou a energia do almoxarifado e desligou as luzes do prédio, dando tempo para um dos seguranças próximo da única gárgula que gravava a Central arrebentasse a câmera com um martelo, destruindo evidências do apagão - suspendeu entre os dedos um fragmento. - Isso se prova, pois os cacos da filmadora estavam mais quentes que o meio e tinham pouca poeira e sujeira em apenas um dos lados, o que atesta que tinham sido quebrados a umas duas horas, retardando calor da eletricidade na boca da criatura - Ele expirou uma atmosfera e insistiu no dizer. - Com a força do almoxarifado religada, o detector a dois metros de Diana ativou-se e naturalmente prejudicou o seu marcapasso devido ao campo magnético, acabando que no final, o crime saiu melhor que a encomenda, fazendo a queda de sete metros da janela do cômodo parecer suicídio - meditou para o cadáver na mesa. - Não satisfeitos, um tempo mais tarde, alguma operária arrancou o cabo de alimentação da tomada e obteve ajuda para segregar a sala de você, Cole, com as faixas!
O controlador de tráfego curvou o rosto formando uma sombra entre seus olhos.
- Isso é... é impossível... eles são muito burros, influenciáveis... e... - o homem tentava achar evidências para mentir para si mesmo.
- Por causa desse ponto que creio existir um manda-chuva mais culpado que todo o resto. Alguém íntimo, para quem ela contaria sobre sua doença...
- Não... os únicos que sabiam da sua insuficiência cardíaca era eu, Tyler, que não participou disso e... - Cole sentiu como se um martelo esmagasse seu crânio e ele ainda estivesse assimilando a dor. - Marilyn... É claro... Por isso...
- Vejo que encontrou seu culpado - Nicolas pousou as pinças no queixo depilado. - Só não entendo como as fotos na boca da gárgula se encaixam nisso...
- Era um pedido de desculpa - a confissão veio do segurança nervoso de casaco negro e rosto salpicado, parecia proteger os outros jovens e idosos obscenos.
Nicolas desprezou tamanha ingenuidade.
- Um pedido de desculpa? Meio abstrato para um e meio insuficiente para tal erro incalculável...
O controlador de tráfego fez um olhar de mil jardas e logo respondeu:
- Aceito vossas desculpas.
Nicolas encrespou os olhos e a boca.
- O quê?! Vai acertar assim tão facilmente?!
- Entenda como quiser, eu sou um Deus compassivo para eles mesmo e, afinal, para quê sentido aqui? - Ele estendeu a mão em um sinal que alguém faria num baile. - Nicolas, obrigado... Quer se juntar a nós e ao nosso experimento perfeito, que transgride a falha ética inconclusiva?
- Não existe esse negócio de experimento perfeito...
- E o que precisaria-se incrementar? Estamos sempre abertos a ideias.
- Originar uma forma de vida consciente, em um planeta de recursos escassos. Isso é um verdadeiro teste.
Nessa hora, um bramido do mesmo segurança, agora com a gravata perto de desamarrar e um rosto de quem se preocupa demais, apontado para um monitor horizontal.
Interromperam a música e olharam opressivos, inclusive Nicolas e Cole, o qual reuniu os dentes.
O criptozoologista disparou em direção ao segurança antes mesmo do controlador de tráfego, que permaneceu parado e sorrindo cerrado.
- Deixe eu ver isso! - Ele empurrou o capanga e ainda com a face inerte apoiou a mão sobre o visor.
Um fundo azul cobria todo o retângulo e Nicolas reagiu vago.
- O que significa isso?
- Era para ser a câmera de entrada daqui. - respondeu o guarda-costa.
O investigador virou a cara para Cole, o qual, até então, conservava o sorriso selado.
- Fantástico. Nossos hackers invadiram seu sistema. Já deve ter uma pilha de soldados armados esperando do lado de fora.
Claro que tudo é mentira e intimidá-lo com convicção também não era a melhor estratégia. Fora que eu posso deprecia-lo com o meu tom de superioridade, até ele não ter nada a perder... então, por que estou fazendo isso mesmo?!
Os funcionários que se encontravam no recinto de janelas escassas, juntaram-se a Cole, voltaram seus rostos para o investigador e sorriram, em companhia das íris acima das pálpebras caídas. Deixaram as taças de vinho caírem ao solo.
Nicolas usufruía das sobrancelhas espremidas para baixo e a boca endireitada, embora a situação pedisse aberta. Um som de berros e palavrões invadiam seu subconsciente.
Finalmente voltou a prestar atenção e encarar a folha que fora entregue a ele com as fotos dos estudantes do Voo DE7300.
- O que está fazendo com eles?! Por que?! Qual o objetivo?!
- Nunca se perguntou como a mente humana é fraca, por exemplo em situações de claustrofobia e medo pairante?
- E pensar nisso me ajudaria em quê?
- Não tenho ideia. Mas há pessoas que pensam e estão determinadas a pagar muito dinheiro por nossas pesquisas. Vendemos os resultados para empresas ou governos interessados em métodos de submissão, obediência, estimular a violência ou a discriminação. A título de conhecimento, o atentado a uma boate gay em Orlando...
Nicolas reagiu a revelação, pois havia lido sobre o atentando em um site pouco confiável.
- Mas o ataque foi executado por um extremista islâmico.
- Bem. Os Estados Unidos queria planejamento e execução do atentado para justificar uma repressão aos civis e medidas de segurança mais rigorosas no país. O ataque foi encenado graças aos nossos perfis e recomendações a fim de criar um ambiente de medo. E aqui está! - Ele apontou para o microfone chiando aos guinchos. - Onde a mágica acontece! Algumas cobaias se matam, outros criam religiões improvisadas, mas todos tinham maneiras de lidar com a reclusão.
Uma gota de suor surgiu na bochecha do criptozoologista, o qual perdurou estacionado enquanto os funcionários aproximavam-se aos poucos dele. Naquele momento, havia descoberto uma verdade.
Ferramentas de domínio não são obrigatoriamente armas...Em simultaneidade, alguém entrou no elevador.
Cole sentiu-se ardente por todos os esporos da pele, arranhava o couro do gracioso cabelo ao mesmo tempo que o riso sucedia-se em uma trave de dentes.
- Já leu a bíblia, Sr. de-te-ti-ve?
O elevador estava na metade do caminho.
Nicolas não moveu a face, só a cavidade bucal.
- Religião é algo um pouco inquietante pra mim.
O elevador estava a um terço do destino.
- Oh... que infortúnio, não vai conseguir pegar a referência - Ele pôs os membros na altura dos ombros meio que fazendo um W e abriu as palmas.
O elevador estava mais perto.... Tra la la la la
Bee-oo, bye-oh, bee-oo, boo...Atingiu o escritório.
Me estrague, meu bem, me estrague...
O sino soou esquecidamente.
Todos olharam.
Pois o elevador havia chegado.... Isso é bom.
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Ystería no Voo7300
Mystery / ThrillerOs investigadores, Emilly Christine e Arthur Nicolas, acostumados a confrontar entidades demoníacas, manifestações sobrenaturais e cultos obscuros, mergulham em uma série de acontecimentos perturbadores envolvendo o Aeroporto de Denver nos EUA, conh...